Como Lia perdeu 14 quilos e pode ajudar você
Você parou de praticar exercícios depois que o seu filho nasceu por que não tem com quem deixá-lo? Ou por falta de tempo? Com a educadora física Lia Savaris, 31, de Santos, mãe de dois meninos, essas desculpas não colam! “Se não estivermos bem, não cuidamos do filho, da casa, do trabalho, do marido! Precisamos parar de usar ‘bengalas’ emocionais”, diz. Mas não foi sempre assim. Meses depois do nascimento do segundo filho, ela, que tinha sido atleta profissional até os 21 anos, começou a engordar em vez de emagrecer. Até que resolveu dar um basta: voltou a fazer dieta e a se exercitar em fevereiro desse ano. Para receber o incentivo dos amigos, criou um blog, o Foca na Balança. E, todos os dias, antes de sair de casa para correr, caminhar ou pedalar, postava nas redes sociais que era hora de treinar. Com isso, algumas mães amigas começaram a aparecer para acompanhá-la. Dois meses depois, o grupo já contava com dez mulheres.
O projeto deu tão certo que está se espalhando por outras cidades e tem mais de cinco mil seguidores no Facebook. Elas têm participado de corridas de rua e, recentemente, promoveram o I Desafio Foca na Balança, quando 45 mulheres subiram os 415 degraus (!!!) do Monte Serrat, em Santos. A seguir, Lia fala sobre como a essa experiência está mudando a vida dela e de outras mães.
It Mãe: Por que as mulheres têm tanta dificuldade em perder peso depois da maternidade?
Lia Savaris: Acredito que a maternidade faça as mulheres deixarem tudo de lado. Algumas nem percebem quanto estão imersas, outras já sabem que se entregaram completamente e não ligam. Elas costumam tomar todas as funções pra si e assim vão cuidando de todo mundo, menos delas mesmas. A maternidade é só parte do processo e deve ser vivenciada com intensidade, porém, sem esquecer de si – e essa ficha, muitas vezes, demora a cair.
It Mãe: Quais são as maiores reclamações das mães que aparecem nos encontros do Foca?
Lia Savaris: A maioria delas reclama de não ter com quem deixar os filhos e de que esse é o maior empecilho para a prática de atividades físicas. Eu as incentivo diariamente a levar as crianças. Então, comigo essa desculpa não cola (risos). Outras dizem que não se exercitavam antes por não gostar de academia ou porque sozinhas não tinham coragem de sair de casa.

It Mãe: E como superar esses obstáculos?
Lia Savaris: Cuidar de si em primeiro lugar, esse é o mantra! Se não estivermos bem, não tomamos conta do filho, da casa, do trabalho, do marido! Aprender a gostar de se exercitar faz um bem danado para a vida dessas mulheres. A maioria delas “viciou” nas caminhadas do grupo, e no dia que, por algum motivo não vamos, relatam que o corpo sentiu falta. Se alguém diz: “eu não vou porque tenho dois filhos”. Eu respondo: “também tenho e os levo junto”. Ou: “caminhar não emagrece!”. Digo: “eliminei 14 quilos assim”. E por aí vai. Precisamos parar de usar “bengalas” emocionais.
It Mãe: Além de disposição, o que você percebe que as mães ganham em troca ao se reunir para treinarem juntas?
Lia Savaris: Acredito que a saúde é só uma consequência. Lá, elas têm um ombro amigo, apoio, companhia. Conseguem perceber que os problemas são os mesmos em quase todas as casas, que as fases difíceis passam e que com todo mundo junto fica mais fácil do que “caminhar” separadamente. Essa troca diária é algo que não tem preço.
It Mãe: E quem mora em outras cidades pode participar?
Lia Savaris: Todo mundo pode participar. Eu digo que o Foca na Balança é um estilo de vida! Uma vez que você se alimenta melhor (e pode sim, comer de tudo um pouco) e se exercita, você já é uma “focada”. No site tem a lista dos locais onde temos encontros, além do grupo original em Santos. A caminhada é a única atividade que une qualquer tipo de mulher, não importa o tipo físico, a classe social. E faz um bem enorme para o seu corpo. Em grupo, fica mais fácil. Se fraquejar um dia, sua amiga te puxa e você se obriga a ir (…) e quando vê, já acabou e nem percebeu!
Gostei tanto da conversa com a Lia que me inscrevi no grupo de São Paulo, vamos ver no que dá. E você, vai “focar” parada?
Um beijo, Malu.