O que está por trás do aborto espontâneo?

Um estudo divulgado esse ano pelo IBGE confirmou que 15% das brasileiras em idade fértil, entre 18 e 49 anos, já sofreram aborto espontâneo (os dados são baseados em amostras de 2013). O problema costuma afetar mulheres nos extremos de idade, isto é, mais novas e mais velhas. O mesmo se aplica ao peso: as gordinhas podem sofrer mais por terem maior propensão a doenças como diabetes. Já nas magrinhas, o problema é a desnutrição.
Caracterizado pela perda fetal não provocada antes da 22ª semana de gravidez ou quando o feto pesa menos de 500g, o aborto espontâneo é mais comum nas primeiras gestações e tem diversas origens, até mesmo sem causa aparente. Pode ocorrer por problemas na anatomia do útero, mioma, malformações, deficiência de progesterona, incompetência cervical, trombofilia e doenças autoimunes, entre outros motivos. O estresse e as quedas também são fatores desencadeantes, pois podem liberar hormônios que causam contração.
Se a mulher perceber sinais como sangramento vaginal e cólica na região do útero, é essencial procurar o médico o quanto antes, pois estes são os principais sintomas. Segundo as estatísticas, um aborto espontâneo é considerado normal. Dois ou mais já entram na classificação de aborto por repetição e as causas devem ser investigadas.
O suporte da família é fundamental para a recuperação física, emocional e psicológica da grávida. Mas não é preciso esperar que o episódio se repita, o apoio total precisa ser dado desde o primeiro caso. É necessário que a mulher tenha o acompanhamento de um especialista, por exemplo, para que se prevenir o problema em futuras gestações.
Desde que sem complicações, o aborto espontâneo não impede a mulher de ter filhos. A ajuda médica para a identificação dos motivos é capaz de fazer com que a experiência de uma nova gravidez seja completa, sem medos.