Como se livrar da síndrome da mãe cansada


Anna Moreno Damico
por: Anna Moreno Damico
Diretora, Mentora, Professora. Esposa e Mãe de 5
(foto: Freepik)

Vamos jogar a real:

Sabe aquele momento do dia em que as crianças finalmente dormem, a casa silencia e você se vê num impasse existencial entre tomar banho ou se jogar no sofá com uma panela de brigadeiro?

Pois é. Em vez de descansar, a cabeça liga o modo turbo. “Será que fui muito dura com a minha filha?”, “A louça tá acumulada…”, “Preciso responder aquele e-mail ainda hoje?”. E assim a gente vai, espremendo a energia no fim do dia como se tivesse mais 3 horas extras escondidas. E nunca tem.

Se você lidera no trabalho, em casa (ou nos dois, como a maioria de nós), já deve ter sentido que precisa dar conta de tudo e ainda sorrir no final. Mas vamos colocar as cartas na mesa aqui e agora: quem disse que precisa?

Quando o perfeccionismo ajuda — e quando ele atrapalha

No dia a dia do trabalho, querer fazer bem feito pode ser ótimo. Você se destaca, entrega, brilha. Mas em casa? O mesmo perfeccionismo que garante slides e planilhas impecáveis pode sabotar sua sanidade.

  • Com os filhos: a gente tenta corrigir tudo… mas e o espaço pra eles aprenderem sozinhos?
  • Com os parceiros: a microgestão do jeito que dobram a toalha (ou não dobram) pode virar guerra fria.
  • Com a gente mesma: querer ter tudo sob controle o tempo todo cansa. E muito.

E o mais louco? Quanto mais você controla, menos os outros ajudam. Afinal, se “ela dá conta de tudo”, pra quê colaborar? Eu vivo essa realidade todos os dias. Jurar que vou fazer mesmo para que me ajudem, e não deixar que me ajudem porque ninguém faz tão bem como eu. Que loucura…

 De onde vem nossa mania de querer acertar sempre?

Não é culpa sua. 

A gente cresce com mil vozes dizendo o que é ser “uma boa mãe” ou “uma mulher de sucesso”.

  • A publicidade vende a mulher que trabalha, cuida da casa, dos filhos, do cabelo e ainda malha 5 vezes por semana.
  • A insegurança bate: será que estou sendo boa o suficiente? No fundo, controlar é uma forma de lidar com esse medo.
  • Se em casa a gente viu uma mãe que fazia tudo sozinha e nunca pedia ajuda, talvez estejamos repetindo esse script. E nem percebemos.

O preço de tentar ser a mulher-maravilha o tempo todo

A maior verdade é que a gente perde leveza. Perde alegria, perde os momentos escondidos, perde a caminhada de tanto que olha pra linha de chegada. Perde conexão. E perde até os momentos simples — que são os que mais importam.

  • Os filhos deixam de experimentar, porque a gente já faz por eles.
  • O parceiro se afasta, porque se sente inútil ou criticado o tempo todo.
  • A gente se anula, vive cansada, e ainda acha que “poderia ter feito melhor”.

Um convite para mim e você: um novo olhar. Topas?

Talvez você não precise mudar tudo de uma vez. Mas pode começar por aqui:

  • Quando sentir vontade de corrigir algo, respire. Pergunte pra si mesma: “Isso é mesmo importante?”
  • Deixe que façam do jeito deles. O mundo não vai acabar. Não vai fazer a menor diferença.
  • Confie mais. Nos outros e em você. Ser líder também é dar espaço para outras pessoas crescerem junto.
  • Peça ajuda. Não é fraqueza — é maturidade.

Você não precisa ser perfeita. Precisa ser completa.

No fim das contas, a gente quer dar o nosso melhor — no trabalho, na maternidade, nos relacionamentos. Mas talvez esse “melhor” não seja sobre fazer mais. E sim, sobre soltar um pouco. Abrir mão da perfeição. E escolher estar inteira.

Você é uma mulher incrível. Mas não precisa ser uma máquina. Respire. Confie. E siga adiante. Seja amiga da constância, e não da perfeição.

Beijo grande,

Anna

  • Anna Moreno Damico

    Executiva de Marketing e Recrutamento com 20 anos de carreira corporativa em multinacionais. Já trabalhou em São Paulo, Nova York e, atualmente, mora em Boston com seu marido e cinco filhos, onde lidera um time internacional. Dedicada a formar a próxima geração de líderes, Anna também é mentora de carreiras e especialista em crescimento profissional, oferecendo curadoria de conteúdo sobre liderança e mercado de trabalho, além de orientação, cursos e aulas exclusivas. Com mais de dois mil alunos e centenas de horas em palestras e treinamentos no último ano, Anna acredita em liderança pelo exemplo e na construção de relacionamentos verdadeiros para viver a máxima de suas duas frases preferidas: “Feito é melhor que perfeito”, e “Se não eu, quem?”

Data da postagem: 24 de abril de 2025

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