Nem todo Dia dos Namorados é com jantar à luz de velas. E tudo bem


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe
(foto: Freepik)

Dia dos Namorados. A data que sempre vem com uma promessa no ar: mesa posta, jantar a dois, presente com laço e talvez até um bilhetinho escrito à mão. Tudo lindo — e merecido. Mas quem vive um amor na rotina com bebês, crianças e/ou adolescentes sabe: nem sempre o romance está onde ele costumava estar.

Às vezes, se esconde em gestos quase invisíveis.

Está em quem aquece o leite da madrugada sem você pedir.

Em quem troca a fralda no escuro pra você não precisar levantar.

Em quem segura a bronca do banho enquanto o outro chega do trabalho e vai jantar.

Em buscar o filho na escola no dia da reunião que você não pode remarcar.

Em topar mais um episódio de desenho só para manter a paz da casa.

Em revisar a lição enquanto o outro prepara o jantar.

Em perceber seu cansaço antes mesmo de você falar.

Está no “pode dormir mais um pouco, eu levo hoje”.

Está no sofá compartilhado depois que o filho fecha a porta do quarto e coloca o fone de ouvido.

Está na forma como um segura o mundo do outro quando o dia foi longo demais.

Está na piada que só vocês dois entendem, mesmo no meio do caos – e na conversa sussurrada na cozinha enquanto o filho reclama que não tem nada na geladeira.

Sim, talvez algumas expressões de amor fiquem mais funcionais e menos poéticas, mas o que sustenta o amor se não essa cumplicidade?

O amor, quando amadurece, fica mais silencioso — mas não menos potente. Ele passa a ganhar força na consistência de quem fica, na paciência de quem ouve, no cuidado de quem repara no outro mesmo quando ninguém está vendo. Uma foto de Dia dos Namorados num momento feliz nem sempre reflete o que se passa no dia a dia – e que realmente sustenta esse amor.

Não me entenda mal: declarações são bem-vindas e necessárias.Sim, queremos flores. Velas. Bilhetes. Um jantarzinho com taça e risada leve. Mas isso é espuma perto do que significa o amor depois de ter filhos. Nem toda fase permite o pacote clássico do romance. E tá tudo bem. O amor é menos sobre jantar e mais sobre as declarações que estão escondidas no dia a dia.

Porque o que mais importa, a gente precisa ver — mesmo quando não está embrulhado para presente.

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

Data da postagem: 12 de junho de 2025

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