Filhos de mães empreendedoras serão empreendedores também?

Meu pequeno Vitor, de 3 anos, me acompanha sempre nos projetos que incentivam mulheres empreendedoras no Brasil (foto: Gabi Urtiaga)
Tenho pensado sobre esta questão, baseada na realidade do empreendedorismo feminino hoje no Brasil, onde muitas mulheres iniciam um empreendimento junto aos seus filhos em suas próprias casas, ou mesmo tendo um espaço fora, levam seus filhos junto, quando ainda pequenos. Hoje, grande parte das pequenas e médias empresas é familiar, sendo assim, poderíamos supor que os filhos herdarão não somente a empresa, mas também o desejo de empreender.
Eu mesma, como sabem, tenho quatro filhos, Gabriela de 22 anos, Natália de 20, Daniel de 18 e Vitor de 3, este fruto de meu segundo casamento. Para os três mais velhos, inicialmente descarto esta hipótese, já que estão com suas carreiras profissionais encaminhadas. Mesmo com o Daniel ainda decidindo qual caminho seguir na próxima etapa, que é a faculdade. Mas a gente conhece o próprio fruto e não vejo neles, ao menos para os próximos anos, este desejo de empreender. Já o Vitor, que desde bebê “empreende” comigo e com meu marido (já que temos, sem dúvida, sangue empreendedor nas veias) viaja conosco para cá e para lá, numa rotina nada comum para uma criança de 3 anos, tem grandes chances de se tornar um empreendedor também.
A questão que trago aqui não é se serão ou se não serão, mas sim o que nosso modelo de empreendedores pode gerar neles. Eis algumas questões que levantei:
- Quando somos donos de nosso próprio negócio, temos mais probabilidades de levarmos nossos filhos a se envolverem com nosso trabalho. O fato de passarmos mais tempo juntos acaba favorecendo a eles uma educação precoce nos negócios.
- Estando junto conosco no empreendimento, as crianças tendem a ter orgulho do que fazemos e realizamos, e nos veem como líderes responsáveis pelas nossas vidas e de outras pessoas.
- Ao nos observarem, desde cedo, em nossos empreendimentos, nós os ajudamos nas decisões acerca de seu futuro. Por certo, expandirão seus horizontes, quando perceberem que podem construir algo sozinhos, a partir de suas ideias e decisões.
- Eles podem também negar este lugar ao nos verem assoberbados de trabalho, muitas vezes nos sacrificando, e decidirem, então, que a vida de empreendedor jamais será para eles.
Como tem sido o seu impacto social empreendedor na vida de seus filhos? Será que você tem impactado de maneira positiva ou negativa? Serão eles empreendedores de ocasião ou empreendedores de paixão e mudança no mundo, por causa de seu impacto positivo deixado na vida deles?
Para fechar esta reflexão, compartilho um diálogo, de ontem à noite, ao ir me deitar e depois de ler uma história para meu pequeno príncipe Vitor e seus amigos Homem de Ferro e Hulk. Ficamos batendo papo e então ele me perguntou: “Mamãe, o Homem de Ferro é super-herói?”. Eu lhe respondi: “Sim!”. Perguntei a ele: “Quais são seus superpoderes?”. Ele respondeu: “Ele tem força!”. Aí eu perguntei: “E o Hulk?”. Ele disse: “Ele fica verde!”. Então finalizei perguntando: “E a mamãe é um super-herói?”. Ele me surpreende respondendo: ”É!”. Rapidamente perguntei: “Quais são meus superpoderes?”. E ele sorrindo me disse: “Empreendedorismo Rosa!”.
Gargalhei alto e o abracei, com a certeza de que ele sabe muito bem o que é ser um super-herói ou uma super-heroína.
Beijos de compartilhar a vida,
Lênia Luz