Pela autoestima das nossas meninas


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe

Ditadura da magreza. Ditadura da beleza. Esses termos soam antiguinhos, mas continuam permeando a vida das mulheres. Paralelamente ao mantra “Filha, você precisa ter uma profissão e não depender de marido”, que ouvimos de nossas mães, ouvimos também (talvez pouco das mães – que costumam se rasgar em elogios às filhas) das novelas, das colegas na escola, dos meios de comunicação “para ser aceita você tem que se encaixar nesse padrão da bonitona do momento”.

Acho que não deve ter um dia em que eu não diga a minha filha Isabela, que ela é linda. Mesmo assim me preocupo: é suficiente? Como será que posso ajudar minha filha a construir uma autoestima inabalável, que dê beijinho no ombro para os padrões de beleza?

Parece até mais fácil empoderar as filhas profissionalmente do que com a velha questão estética! Dizemos, ao menos no Ocidente, em que não se vê tanta desigualdade nas questões de gênero quanto no Afeganistão, por exemplo, que o mundo é das mulheres. Mesmo que lentamente, e com muito empenho, a gente caminha para ter cada vez mais espaço nas conquistas profissionais. Mas, quando se trata de beleza, as mulheres ainda têm cobranças sociais muito pesadas! E isso acaba se refletindo em todas as áreas da vida. Em 2010, o estudo global  “A Real Verdade sobre a Beleza” que entrevistou 1.200 meninas de idades ente 10 e 17 anos de seis países, entre eles o Brasil, mostrou que 60% delas evitam certas atividades porque se sentem mal por sua aparência. Por exemplo, 19% não participam de times ou clubes, 23% não vão a piscinas ou praia, 13% evitam expor opiniões e 15% não vão para a escola.

 Como ensinar nossas meninas a usar a beleza a seu favor, mas sem permitir que sejam julgadas e escolhidas por isso? Como fazer com que elas continuem se sentindo as garotinhas mais lindas do mundo – do jeitinho que são – quando se tornarem adolescentes e mulheres adultas? Encontrei muitos insights no site da campanha da marca Dove pela auto-estima das meninas , que reúne artigos escritos por um time especialistas para nos ajudar a tratar essa discussão mais de perto.

E quer saber qual é um dos grandes desafios das mães? Se libertarem – elas mesmas –  dos padrões de beleza. De nada adianta você dizer para sua filha que ela é linda, se você vive dizendo para si mesma e para o mundo que é infeliz, porque está fora do peso que considera ideal (e tem gente que nunca está satisfeita) porque seu nariz é assim e não assado, porque sua barriga não é tanquinho, porque seu cabelo não é igual ao da Gisele Bündchen. Quando engata o discurso negativo sobre si mesma, mostra para sua filha que, sim, existe um padrão ideal – e que a infelicidade mora em não conseguir atingi-lo. O que você acha que ela vai buscar para agradar? Oui, mademoiselle: aquele padrão impossível e massacrante. E se ela não conseguir? Vai se se sentir infeliz também. Mães e filhas precisam se cuidar para serem felizes. Felicidade é gostar de ser autêntica – tem a ver com se cuidar, mas sem querer ser outra pessoa. Felicidade aceita diversos formatos de corpo, diversos tamanhos de quadril, diversos tons de pele e texturas de cabelo. Mais que isso, gera permissão para conquistar tudo aquilo o que você deseja.

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

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