Por que é legal viajar (sozinha) com os filhos
Na Chapada Diamantina, uma das viagens que fiz sozinha com meus filhos (Foto: Claudine Blanco)
Seja pela incompatibilidade de agenda com o marido, por ser divorciada, mãe solteira ou mesmo pela ausência de outra companhia, em muitos casos, a única possibilidade de levar as crianças para viajar nas férias é ir só você e elas. E está tudo bem! Concordo que a tarefa de cuidar de uma ou mais crianças sozinha não seja fácil, ainda mais em uma viagem, nacional ou internacional. Contudo, como mãe e proprietária da Viajar com Crianças, posso afirmar que tomando certos cuidados e se organizando um pouco mais, dá para tirar a situação de letra. Já viajei muitas vezes sozinha com meus dois filhos, inclusive para destinos que são considerados incomuns para crianças, como a Chapada Diamantina e a África do Sul – e tais experiências foram provavelmente as mais inesquecíveis que vivi ao lado deles. Tudo nos aproximou: o planejamento de uma aventura que seria só nossa, as descobertas que fazíamos durante a viagem e até o simples fato de dividirmos os três o mesmo quarto no hotel (o que sempre proporciona longos papos e boas risadas antes de dormir!).
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O que foi fundamental para que, em todas as nossas viagens, eu desse conta tanto de gerenciar o itinerário, quanto de cuidar dos dois, foi ter recebido suporte local do começo ao fim. Sempre fez toda a diferença, por exemplo, ter o apoio de um especialista em receber famílias com crianças, bem como a pré-organização detalhada do que fazer em cada destino. Em resumo, embarcar já “meio programada” evita perda de tempo e imprevistos. Além disso, as agências oferecem serviços que facilitam a nossa vida, como transporte e passeios previamente agendados. E também ajudam com coisas mais simples. Como eu tenho um menino e uma menina, quando eu vou ao banheiro com ela, posso deixá-lo em segurança na companhia de um guia, por exemplo. E nas viagens em que fizemos trilhas de ecoturismo, sempre tinha um profissional de confiança para ajudar um deles enquanto eu dava a mão para o outro.
Obviamente que esse tipo de serviço à disposição, principalmente com um guia privativo para a sua família, pode tornar a viagem um pouco mais cara, mas é aí que entra a questão do valor agregado. Afinal, quanto custa sua segurança e tranquilidade? Mas, independentemente da decisão de contratar uma agencia de viagem, há algumas dicas que compartilho com vocês para facilitar a empreitada:
Documentação. Quando os pequenos não viajam em companhia de ambos os pais ou responsáveis legais, além dos seus documentos válidos de identificação, em alguns casos é necessário apresentar uma autorização de viagem para menor. Informe-se a respeito com seu agente de viagens ou com os órgãos responsáveis.
Mala. Leve o mínimo de bagagem possível, para não sofrer para carregar tudo sozinha em alguns momentos. Se possível, coloque a sua roupa e a das crianças na mesma mala. É mais fácil carregar uma só mala grande do que duas pequenas. E não se esqueça de checar quais os limites de bagagem permitidos pelas companhias aéreas para cada voo. Os limites para crianças costumam ser menores do que os para adultos, sendo que bebês que viajam no colo (sem ocupar um assento) muitas vezes não têm direito de despachar uma mala só para si.
Bagagem de mão. Para ficar com as mãos livres para cuidar das crianças nos deslocamentos, pode ser uma boa ideia optar por usar uma mochila como mala de mão. Dentro dela, coloque itens que podem lhe ajudar na hora do sufoco, como uma muda de roupas extra, petiscos e brinquedos para distrair os pequenos. Se eles forem maiorzinhos, também podem carregar sua própria mochila, para ajudar a dividir o peso com você. Mas, por segurança, deixe sob a responsabilidade deles apenas os itens menos importantes. Os documentos, por exemplo, vão sempre com você!
Avião. Se for viajar para longe, opte por voos noturnos, para que as crianças durmam boa parte do trajeto. Tente ao máximo não tirá-las da rotina, alterando os horários de alimentação e sonecas. Além disso, se possível, opte por assentos na primeira fileira, pois ali dá para colocar um bercinho para os bebês ou para os mais crescidinhos se moverem melhor (já que há mais espaço). Os assentos de corredor também são mais aconselháveis, para que você levante com mais facilidade para levá-las ao banheiro.
Lazer. Na hora de estabelecer o roteiro da viagem, procure levar em consideração tanto os seus interesses como os das crianças. E saiba que muitas vezes o que os pequenos mais gostam de fazer em uma viagem nem sempre são passeios turísticos. Um piquenique no parque, por exemplo, pode agradá-los e ainda ser um momento inesquecível de proximidade com você.
Hotel: Dê preferência para hotéis que ofereçam serviço de quarto, pois se uma das crianças estiver indisposta para descer para jantar, você não terá quem fique com ela enquanto vai até o restaurante.
Segurança: Para uma mãe que viaja sozinha com crianças, um par extra de olhos para vigiá-las pode fazer falta. Abuse da criatividade: de crachás de identificação a deixar um celular com GPS ativado no bolso de cada uma.
Por fim, estar sozinha com as crianças é uma excelente oportunidade de estreitar o laço materno com elas, uma vez que você não precisará disputar a atenção com o papai ou com os avós. Recomendo!