Meu filho come sempre a mesma coisa. O que fazer?


Camila e Gabriela Kirmayr
por: Camila e Gabriela Kirmayr
Gabi é nutricionista infantil e Cami é comunicóloga. Elas são sócias da consultoria de nutrição infantil Coisa de Nutri

Tem criança que só gosta de um tipo de comida. É o caso do seu filho? Não fazer disso um drama é o primeiro passo (foto: 123TRF)

Olá Olá Queridas Mães!

Nesse mês vamos falar um pouquinho sobre um assunto muitíssimo comum: a seletividade alimentar infantil.

Pois então, nós que lidamos com crianças todos os dias procuramos distinguir: o que se trata de gosto/paladar, de comportamento e da seletividade, pois no final das contas a sensação é que mora tudo no mesmo balaio.

O gosto/paladar é legitimo e deve ser respeitado. Nós adultos temos nossas preferências, não é? Então, por que a criança não pode ter o paladar dela? Preferir tomate a beterraba, maça a banana e por aí vai. Por enquanto está tudo certo. Preferências são normais.

O comportamento é um fator de extrema importância, pois sabemos que a alimentação é um dos temas que os pais mais se preocupam. E acabam demostrando para os filhos essa ansiedade. Eles sacam, são espertos! Assim, a alimentação vira um belíssimo território de manipulação. Para isso, ou seja comportamentos que influenciam na alimentação, temos muitas estratégias, que podemos abordar em outra matéria.

E por fim temos a seletividade alimentar. Que não é frescura, de jeito nenhum. É um transtorno real! E precisa ser cuidado para que não piore.

Existem várias causas: orgânicas, genéticas e psicológicas. E vários tipos: rejeição a cheiros, sabores e texturas. A criança tem mesmo uma repulsa pelo alimento. Algumas tem medo, outras tem ânsia. Enfim, algumas formas de demonstrar o transtorno.

Os pais geralmente entram em pânico pois pensamos que um filho sem alimento é um filho sem saúde. Não é mesmo?

E vira um problema familiar e social enorme. E as opiniões alheias, então?

Bom, depois de estudarmos bastante, montamos um formato acolhedor e funcional para essas crianças.

Primeiramente os pais precisam saber que não haverá um milagre, e que nada será resolvido como passe de mágica. A mudança ocorrerá gradativamente e cada conquista será única e deve ser ultra comemorada. ?

A criança seletiva sofre, percebe não agradar os pais e atitudes como forçar, castigar ou deixar passando fome só aumenta o nível de estres que aquela criança já tem.

“Socorro, então o que devo fazer?” Vamos sugerir pequenos movimentos que já podem ajudar!

Prefira não usar mais a palavra experimente tal coisa ou coma tal coisa. São palavras provavelmente desgastadas. Use frases como: Estou te convidando para conhecer um tomate, que tal? Sinta o toque, cheire …. “. Esse é um primeiro passo para criança sentir segurança para estabelecer uma relação com determinado alimento;

Prefira também não fazer comparações com o irmão, primo ou amigo que comem de tudo e a criança não. Isso aumentará o stress e a diminuirá a auto- estima da criança;

A exposição de um alimento novo deve ser de forma gradativa e de preferência junto com algum alimento que a criança já tenha afinidade. Por exemplo, se ela gosta de omelete, sugira uma omelete de tomatinhos para que a criança tenha contato com o tomate. Ou se ela gostar de abóbora, aproxime a cenoura junto, que são da mesma cor. A exposição dos alimentos novos, precisa ser planejada, aos poucos. Respeitando o tempo da criança. Nós costumamos fazer por etapas.

Monte pratos divertidos, capriche no visual, nas cores. Leve brinquedos a mesa. Convide as bonecas e carrinhos para comer junto. É uma forma de aproximar a criança do alimento sem forçar a barra.

Leve a criança para cozinha, faça receitas divertidas que a criança possa ajudar, participar e quem sabe comer depois.

À mesa tenha conversas positivas, faça do momento da refeição algo especial e prazeroso. E seja o exemplo, sem parecer forçado, de forma natural.

Coloque pouca comida no prato. Uma grande quantidade pode gerar repulsa.

Não recomendamos que a criança passe fome. De jeito nenhum! Recomendamos que o apetite seja aberto através de esportes, atividades e principalmente bom sono.

Elogie as pequenas conquistas! A criança precisa se sentir encorajada e não ameaçada.

E por fim, não tenha vergonha de pedir ajuda! Algumas crianças são tratadas de forma multidisciplinar, com psicólogos, fonos e nutricionistas.

E se alguém meter o bedelho, tipo:

– “Nossa, seu filho só come macarrão?? Isso é culpa sua, você mima demais ”.

Você logo responde:

– “Sim, meu filho tem uma dificuldade alimentar, e estamos tratando juntos. Já tivemos algumas evoluções. Obrigada pelo palpite”

Estamos juntas,

Beijos

Cami e Gabi

 

  • Camila e Gabriela Kirmayr

    Camila é publicitária, certificada em disciplina positiva e mãe do Frederico, de 3 anos. Gabriela é nutricionista infantil e mãe da Júlia, 12 anos, e da Lara 14. As duas são sócias da consultoria de nutrição infantil Coisa de Nutri

Data da postagem: 10 de julho de 2018

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