Bullying: o que fazer quando seu filho está no papel do “vilão” ?
Bullying: uma palavra em inglês que não tem tradução literal em português, mas que tem sido muito usada no ambiente escolar de uns tempos para cá. O bullying, infelizmente, faz parte da vida de qualquer um que tenha filhos em idade escolar, e é preciso muito jogo de cintura para lidar com a situação. E o desafio se apresenta não só quando o seu filho é vítima, mas também quando é o “vilão” da história.
Antes de mais nada, vamos explicar o que é o bullying. Ele nada mais é do que uma agressão feita sem motivo a outra pessoa, geralmente um colega de escola, cometida seguidas vezes e causando danos morais, físicos ou psicológicos à vítima. Geralmente começa como uma espécie de brincadeira e vai ganhando ares mais sérios e preocupantes conforme o desenrolar da agressão.
Crianças em idade escolar sabem ser “cruéis” quando querem, e conseguem atingir os colegas que não fazem parte de seu grupo de convívio em pontos certeiros. Lidar com a situação nunca é fácil para os pais. Ter um filho vítima de bullying requer muita conversa e algumas providências, porém quando se tem um filho agressor a coisa fica ainda mais difícil.
Por isso, para ajudar os pais e mães que se encontram nessa situação com seus pequenos, conversamos com a psicóloga e coach de pais e filhos, Aline Cestaroli, que nos explicou como o bullying se desenvolve na vida das crianças.
“Primeiramente, é importante compreendermos o que está por trás desse comportamento. Muitas vezes as crianças e adolescentes que praticam bullying, na verdade, estão em busca de satisfazer uma necessidade de atenção, poder ou justiça. Talvez se sintam menosprezados ou inferiores, estão magoados e querem se vingar magoando as pessoas ao redor também”, explicou a profissional.
E continuou: “O bullying pode ser tanto físico, quanto verbal ou até mesmo emocional…”.
A psicóloga também elencou os seis principais sinais para você identificar se a criança está praticando bullying. Confira só:
- Ter um comportamento provocativo, desafiador;
- Dificuldade de empatia, demonstrar não se importar em como o outro se sente;
- Dificuldade para respeitar regras, limites e combinados;
- É uma criança/adolescente arrogante, que menospreza e debocha dos outros; Costuma aparecer em casa com objetos e pertences de outras pessoas;
- Não se responsabiliza por suas atitudes.
“Se os pais identificarem que o filho está praticando bullying, é importante conversar à respeito e trabalharem a habilidade de empatia, ajudando o filho a compreender o que o outro pensa e sente. Quem pratica o bullying também precisa de acolhimento e compreensão. Entender o que está por trás desse comportamento é importante para trabalharem juntos na raiz do problema”, enfatizou a coach parental.
Aline ainda ressaltou que é preciso procurar auxílio de um profissional qualificado. “Buscar ajuda profissional também pode ser uma boa opção para ajudar a família a lidar melhor com toda a situação. Castigos, sermões e outras punições não resolvem. Pelo contrário, podem gerar ainda mais revolta e desejo de vingança.”, finalizou.