Educação financeira para os filhos vai além da mesada
Será que a mesada é a única forma de dar educação financeira para os pequenos? Claro que não. Existem outros fatores que podem influenciar a relação da criança com o dinheiro
(foto: Fotolia)
De que forma você costuma avaliar como seu filho lida com dinheiro? Na maioria das famílias, o instrumento clássico para começar a dar as primeiras lições de educação financeira é a mesada. Se os pequenos torram o dinheiro todo logo na primeira semana e em seguida os pais cedem aos pedidos por uma grana extra, a mesada de nada serve. Mas quando as crianças vão aprendendo a administrar melhor a mesada, principalmente com base nos próprios erros, ai o terreno está preparado para a formação de um ser humano consciente em relação às próprias finanças.
Mas será que a mesada é a única forma de dar educação financeira para os pequenos? Claro que não. Existem muitos fatores, até mesmo alguns detalhes do cotidiano que podem influenciar a relação que a criança tem quanto ao dinheiro, quanto a agregar valor e até mesmo os princípios pessoais que ele associa a questões financeiras.
O papel das interações na educação financeira infantil
Quer um exemplo? Um bom conselho que podemos dar é ficar bem atenta à forma como seu filho se relaciona com os coleguinhas de escola. Observar as interações quando algum amiguinho passa o dia em sua casa, conversar com os funcionários da escola para saber mais sobre a conduta deles e até mesmo observar de perto, mas sem interferir, na forma como ele interage (observação que você poderá fazer em eventos escolares em que os pais são convidados).
Isso é importante para saber se seu filho tem uma conduta generosa ou individualista, se sabe dividir as coisas que tem, se tem uma boa visão quando precisa trocar algo que tem com um amigo – situações que são rotineiras na vida de crianças, elas sempre trocam figurinhas, brinquedos e até mesmo material escolar.
Vale dar recompensas para os filhos?
Dar uma mesada para que seu filho aprenda a administrar o próprio dinheiro pode ser uma experiência saudável. O erro passa a acontecer se você começar a prometer recompensas para que ele atinja objetivos que devem fazer partes das prioridades dele. Por exemplo, dar dinheiro por tirar boas notas no semestre ou por manter o quarto em ordem não é educar financeiramente.
Ao fazer isso, você está ensinando a seu filho que ele precisa ser remunerado para fazer as obrigações, é uma postura prejudicial para a formação dele.
Como a mesada colabora com as grandes metas?
Aquela viagem bacana de fim de ano só costuma acontecer quando as notas estão boas, não é verdade? Mas quando o esperado passeio acontece, como fica a conduta do seu filho? De forma geral, o momento de descanso e lazer acaba deixando os pais mais flexíveis. Os pedidos para comprar lembrancinhas, guloseimas e outros atrativos de viagens costumam ser atendidos prontamente.
Só quando ele crescer e resolver planejar uma viagem sozinho, terá que se controlar para não ficar sem dinheiro ao longo do passeio. Então que tal começar a aprender a lidar com isso desde agora? Incentive seu filho a separar pelo menos parte da mesada dele ao longo do ano, para fazer realmente uma poupança informal, para que este dinheiro seja usado para custear passeios e compras durante a viagem em família. É uma excelente maneira para que ele comece a assimilar as noções de despesas, comparar o que está caro e o que está barato, enfim, de dar valor ao que ele demorou para acumular.