Seu filho não gostou? Tente de outro jeito


por: Amanda Figueiredo
Amanda Figueiredo (@nutriamandafig) é nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar.
(foto: Freepik)

“Ofereci cenoura para o meu filho, mas ele não gostou.” Frases como essa são comuns entre mães que estão na fase de introdução alimentar de seus filhos.

Como nutricionista, é importante destacar que a paciência na alimentação é essencial para ajudar a criança a desenvolver o gosto por novos sabores. Após meses de amamentação, a introdução de novos alimentos pode ser um desafio. Mas, quando a criança recusa um alimento pela primeira vez, não significa necessariamente que ela não gostou dele.

Durante a introdução alimentar, o paladar da criança está apenas começando a se formar e está em constante evolução. Por isso, muitas vezes é necessário apresentar o mesmo ingrediente de diferentes formas e texturas para que ela se acostume com a novidade. A repetição é um fator chave nesse processo, ajudando a criança a se familiarizar com novos sabores, o que aumenta a aceitação e amplia as opções alimentares.

Se a cenoura (ou o brócolis, a banana, ou qualquer outro alimento) não for aprovado na primeira tentativa, continue oferecendo com paciência, dedicação e criatividade. Cada nova tentativa é uma oportunidade para estabelecer uma relação saudável com a alimentação.

Dicas práticas para apresentar alimentos de forma variada:

  1. Ofereça alimentos em diferentes texturas:
    – Purês e papinhas: Inicialmente, os alimentos amassados ou em forma de purê são mais fáceis de engolir e digerir. À medida que a criança se adapta, você pode começar a oferecer os mesmos alimentos em formas mais sólidas.
  • Cozidos e assados: Além do purê, experimente oferecer cenouras, brócolis ou outros vegetais cozidos ou assados. A variação na textura pode despertar o interesse da criança.
  • Corte em diferentes tamanhos: Corte frutas e vegetais em pedaços pequenos, que a criança possa pegar com a mão, ou até em tiras (palitos). Isso facilita a autossuficiência e a exploração de novos sabores.
  1. Varie os preparos e combinações:
    – Misturas criativas: Misture vegetais em sopas, omeletes ou purês para oferecer uma variedade de sabores e nutrientes de forma disfarçada. Por exemplo, combine abóbora com cenoura ou brócolis com batata-doce em uma sopa cremosa.

Alimentos em diferentes formas: Corte os alimentos em formas divertidas, como estrelas ou corações. Cenouras fatiadas ou frutas cortadas de maneira criativa tornam as refeições mais atrativas e estimulam a curiosidade da criança.

  1. Experimente diferentes métodos de cozimento:
  • Cozido, assado, grelhado ou no vapor: Cada método de preparo altera a textura e o sabor dos alimentos. Brócolis no vapor, por exemplo, fica mais macio, enquanto o brócolis assado ganha uma crocância que pode interessar mais à criança.
  • Alimentos crocantes: Adicione alimentos crocantes, como cenoura crua ou pepino fatiado, juntamente com alimentos mais macios. Essa combinação ajuda a despertar o interesse por diferentes texturas.
  1. Introduza alimentos novos aos poucos:
  • À medida que a criança se acostuma com um alimento, comece a adicionar outros ingredientes. Se ela gostou de purê de batata-doce, por exemplo, tente misturá-lo com uma pequena quantidade de brócolis amassado para que ela se acostume com o sabor e a textura de novos alimentos.
  1. Seja criativa com a apresentação:
  • Apresentar os alimentos de forma divertida pode estimular a curiosidade da criança. Experimente montar carinhas com frutas ou criar pratos coloridos e bem decorados, tornando a refeição mais interessante e atraente.
  1. Respeite o tempo da criança:
  • Cada criança tem seu ritmo e é importante ser paciente. Se a criança recusar um alimento, não insista de imediato, mas continue oferecendo-o em diferentes formas e preparações. Com o tempo, ela vai se familiarizar e, provavelmente, aceitar novos sabores.

Cada tentativa é uma oportunidade para reforçar a relação da criança com a comida e ajudá-la a entender a importância de uma dieta equilibrada e diversificada. Com persistência, paciência e amor, você logo verá os resultados e a criança passará a se alimentar de forma mais variada e saudável.

  • Amanda Figueiredo

    Nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar. Acredita que trabalhar com nutrição significa poder ajudar quem deseja se alimentar de maneira mais saudável e mostrar os impactos positivos dos bons hábitos. Também pensa que a alimentação saudável não precisa ser sacrificante; ela pode ser criativa e cheia de sabor, principalmente quando a incluímos desde a infância.

Data da postagem: 27 de março de 2025

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