Bridget Jones volta às telas, agora grávida!
Bridget continua sendo Bridget: não tem certeza de quem é o pai do bebê (Foto: Divulgação)
Meu exemplar de 1999 de O Diário de Bridget Jones continua na minha estante. O livro sobreviveu a diversas sessões de desapegos e permaneceu, meio amarelado, no meu escritório (que agora é também quarto de brinquedos). Não é um clássico da literatura, mas marcou os meus 20 anos. Já passei para frente Marian Keyes, E. L. James e Jojo Moyes, mas a Bridget ficou ali na prateleira, talvez por uma questão de pioneirismo ou de afeto mesmo. As aventuras amorosas da atrapalhada e sem filtro Bridget abriram portas para uma infinidade de títulos da chamada chick lit ou literatura para mulheres (hoje, pensando bem, talvez um termo um tanto pejorativo). Dilemas como corpo, carreira, autoestima e, claro, vida amorosa de uma inglesa de cerca de trinta anos apresentados na forma de um diário (na era pré-blog) era autêntico e divertido. Logo depois, em 2001, o livro virou filme com direito a Hugh Grant e Colin Firth e uma segunda parte, um tanto força-barra.
O eterno crush de Bridget, Mr. Darcy (Colin Firth), ainda rende boas risadas (Foto: Divulgação)
Com um gap de 15 anos, Bridget volta às telonas com um novo dilema: um bebê a caminho. A primeira cena tem uma certo impacto: Bridget está com 43 anos e Rennée Zellweger, a atriz que a interpreta, com 47 anos, na vida real. O rosto denuncia as marcas do tempo e há um certo descompasso de idade aí. Em compensação, Bridget é uma produtora de TV que tem estabilidade (até uma nova chefe da geração millennial aparecer), está no seu peso ideal e não briga mais com o espelho. Solteira e sem filhos, a cobrança da sociedade continua. Mas, depois de uma noite de amor, usando preservativo vegano fora da validade, num louco festival de música, e uma outra, após um batizado, com um antigo “crush”, Bridget se descobre grávida: só não sabe quem é o pai. Mal na fita ela não fica: os dos possíveis candidatos ao posto abraçam positivamente a ideia (#todosamambridget). Patrick Dempsey é Jack um cupido moderno que inventou um algoritmo para dar o match definitivo e ajudar as pessoas a encontrarem a alma gêmea online — charmoso, rico e sensível! E Mark, o Mr. Darcy, papel de Colin Firth (aos 56 anos!), o antigo namorado, workaholic, formal e avesso a mostrar sentimentos.
Um dos possíveis pais é ninguém menos que Patrick Dempsey (Foto: Divulgação)
Gosto do jeito inglês de resolver as coisas: tudo é falado abertamente, com uma pitada de humor negro, é claro, sem ninguém brigar, dar um piti ou um soco no outro. Do primeiro enjoo às contrações na sala de parto, os pais acompanham a gravidez com dedicação extrema. Bridget continua sendo Bridget, o que rende boas risadas (e algumas lágrimas se você for do tipo emotiva quando o assunto é a maternidade). Quem tem mais de 40 (mesmo que tenha sido mãe mais nova), vai se identificar com algumas tiradas da personagem principal e com as críticas ao novo momento que vivemos nessa era digital (o Tinder, os Hipster, o Instagram e por aí vai.), o que, de certa forma, atualiza o roteiro. Não é filme cabeça, todo mundo sabe. Mas é uma ótima pedida para relaxar, rir a valer e curtir uma certa nostalgia. Com direção de Sharon Maguire, que também assina a direção do primeiro filme da franquia, O Bebê de Bridget Jones conta ainda com Ed Sheeran e Emma Thompson no elenco. O filme tem estreia marcada para 29 de setembro no Brasil. Chame as amigas e divirta-se!