Hora da comida não é hora da tela (você sabe por quê?)


Amanda Figueiredo
por: Amanda Figueiredo
Amanda Figueiredo (@nutriamandafig) é nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar.
(foto: Freepik)

Comer em frente à televisão pode parecer uma solução prática na rotina atribulada das famílias, especialmente quando as crianças se distraem facilmente ou se recusam a comer. Mas, esse hábito pode trazer prejuízos importantes à saúde física e emocional dos pequenos, além de comprometer o desenvolvimento de uma relação saudável com a comida.

Quando a criança está diante da TV (ou do tablet, celular, qualquer tela), ela se desconecta do ato de se alimentar. Não presta atenção no que está comendo, nem nos sinais internos de fome e saciedade. Isso pode levá-la a comer mais do que precisa, sem perceber. Ao longo do tempo, esse comportamento favorece quadros de sobrepeso, obesidade e até transtornos alimentares.

Além disso, o momento da refeição é uma oportunidade valiosa de conexão familiar. Sentar-se à mesa com os filhos, mesmo que por alguns minutos, permite que pais e cuidadores deem o exemplo, mostrem como se comportar à mesa e fortaleçam vínculos afetivos. A criança aprende com o que vê. Se os adultos estão presentes, atentos e também se alimentam com consciência, isso se torna parte do repertório da criança.

Outro ponto importante: comer com atenção ajuda a criança a desenvolver o paladar. Ela sente as texturas, percebe os sabores, entende melhor suas preferências e está mais disposta a experimentar novos alimentos. Quando há distração, principalmente com o estímulo intenso das telas, a comida vira coadjuvante. O cérebro associa aquele momento ao desenho ou vídeo, e não à refeição.

Também é comum que as telas sejam usadas como “chantagem” para fazer a criança comer mais ou mais rápido. Mas essa estratégia pode criar uma relação distorcida com a comida: o alimento vira uma obrigação e a tela, a recompensa. Isso atrapalha a autonomia alimentar e o prazer de comer.

Como incentivar a alimentação consciente desde os primeiros anos

  • Desligue as telas: Crie o hábito de manter televisão, celular e tablet desligados durante as refeições. Isso vale para toda a família.
  • Sente-se com seu filho: Mesmo que ele ainda seja pequeno, compartilhe o momento da refeição. Comer junto fortalece vínculos e dá segurança.
  • Respeite o ritmo da criança: Não force, não apresse. Deixe que ela explore os alimentos, mastigue com calma e pare quando estiver satisfeita.
  • Convide a criança para participar: Envolva-a na escolha dos alimentos, na preparação de receitas simples ou na arrumação da mesa.

Incentivar a alimentação consciente desde cedo é um presente que os pais podem dar aos filhos, e que certamente trará frutos para toda a vida.

  • Amanda Figueiredo

    Nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar. Acredita que trabalhar com nutrição significa poder ajudar quem deseja se alimentar de maneira mais saudável e mostrar os impactos positivos dos bons hábitos. Também pensa que a alimentação saudável não precisa ser sacrificante; ela pode ser criativa e cheia de sabor, principalmente quando a incluímos desde a infância.

Data da postagem: 29 de agosto de 2025

Tags: , ,

Vale a pena dar uma olhada na minha seleção de produtos incríveis e
serviços que facilitam sua vida de mãe ;)