Deixe o pai cuidar

O pai precisa fazer do jeito dele, fazer coisas que você nunca faria. Isso vai ser ótimo e enriquecedor para as crianças e para você. Pode acreditar! (foto: Dani Folloni)
Confesso: eu fui uma mãe-leoa. Principalmente quando nasceu a minha primeira filha, a Isabela. Nos primeiros meses, queria cuidar dela sozinha. Acho que para conferir a mim mesma um atestado de competência materna. Não conseguia imaginar ninguém no meu lugar. Nem babá eu tive! Juro, era mais forte que eu.
Meu marido não sofreu com essa questão. Como pai, ele também estava “pegando no tranco” e entendendo qual seria o papel dele naquela relação em que parecia só haver espaço para dois, ou melhor, para duas. Ele se achava sem jeito para cuidar de recém-nascido e ficava mais na dele.
Terminada a minha fase mãe-leoa, entrei na fase mãe-onça. Passei a ficar uma onça com… o meu marido. Achava que ele não deveria adotar a posição “na dele”, mas sim dar banho, dar mamadeira… Logo vi que forçar a barra não era o caminho. Ele me dizia que, sim, saberia estabelecer um vínculo forte com nossa filha. Acreditei. A minha relação com a pequena começou a ser construída nos nove meses de gestação e a dele começou depois, na maternidade (não, ele não é o tipo de pai que conversa com barriga!). Assim como estava nascendo uma mãe, estava nascendo um pai. Seguindo essa lógica, passei a:
1- Ter paciência;
2- Agir segundo a premissa de que, excluindo amamentar no peito, o pai pode fazer tudo o que a mãe faz. Sem ciúme ou um instinto protetor exagerado.
3- Entender que precisava “desgrudar” da Bela para dar espaço para outra forma de cuidar dela e de mim.
Progressivamente, meu marido sintonizou no modo pai participativo. Em troca, ganhei tempo mais livre para mim. Ok, ele ainda reclama de trocar fralda (sempre tenta empurrar o número 2 pra mim!). Mas dá banho, dá comida… Se bobear, brinca de Barbie melhor que eu! Ele tem os códigos e o jeito de fazer dele. Eu tenho os meus. As crianças, por sua vez, adoram diversificar e saber que podem contar com os dois para tudo. Montamos um time em que cada um dá o que tem de melhor para nossos pequenos.
Um beijo,
Dani Folloni