Como não deixar o trabalho ser um vilão na relação com os filhos
Acho importante falar sobre trabalho de uma forma positiva, não como se fosse um fardo que toma tempo da vida familiar (foto: arquivo pessoal)
Um dos aspectos mais gratificantes da maternidade é justamente essa colcha de retalhos de experiências diversas que a gente vive. Há momentos de profunda alegria e outros de grande preocupação. Tem dias que a gente pode relaxar e deixar o tempo fluir ao lado dos filhos – há outros em que a nossa paciência parece sumir.
Tem mãe solo que se vira nos 30 para dar conta de todas as tarefas, tem mãe que fica em casa nos primeiros anos da maternidade, outras adotam home office e muitas precisam se dividir entre trabalhar fora e atender a família. Minha experiência como mãe da Donatella sempre foi pautada pela presença do trabalho e pelo desafio de organizar o tempo. Esse é um dos fatores mais importantes para conseguir dar conta do recado.
Minha carreira traz uma grande vantagem, pois trabalho com moda infantil e seguidamente estou cercada de crianças, em um ambiente mais informal. Nessas oportunidades, sempre levo a Donatella comigo. Não apenas para estar juntinho dela, mas para que ela enxergue o meu trabalho de uma forma positiva, e não como um empecilho entre nós duas. Mesmo com apenas dois anos e meio, ela já tem noção de que há momentos em que me dedico integralmente a ela e há outros em que preciso me afastar – mas que depois estarei de volta.
Como trabalho com moda infantil, há momentos em que consigo levar a Donatella comigo. Faço isso não apenas para estar juntinho dela, mas para que ela enxergue o meu trabalho de uma forma positiva (foto: arquivo pessoal)
Acho importante deixar claro essa divisão para que ela respeite os espaços e me admire como profissional. Por isso, também acho importante falar sobre trabalho de uma forma positiva, não como se fosse um fardo que toma tempo da vida familiar. Mesmo que muitas vezes isso de fato ocorra, sempre acho melhor dialogar com de forma construtiva, instigando a compreensão e a empatia.
Mas nem tudo é tranquilo e natural quando o assunto é negociar com os filhos. Especialmente tempo, já que tudo o que eles querem, nessa idade, é simplesmente estar junto com a gente. Às vezes a Donatella pede que eu não vá trabalhar, que fique em casa com ela para brincar, e aí é o momento de respirar fundo (lembra que falei da paciência?) e reforçar as combinações. “Você sabe que a mamãe vai trabalhar, mas que depois volta para te levar no ballet, não é?”. Acho importante não abrir exceções a todo momento, pois isso pode passar uma mensagem equivocada de que os meus compromissos profissionais não são tão relevantes ou que ela é sempre o centro de todas as atenções. E eu quero que ela se sinta feliz por eu estar ao lado dela – mas também por me ver satisfeita com as conquistas pessoais.
Um beijo e até a próxima!
Rafa Donini
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