Gerações Z e Alpha: o que a astrologia diz sobre o futuro dos nossos filhos
Em maio deste ano tive a oportunidade de participar do evento Fronteiras do Pensamento e ouvir de perto Jonathan Haidt, autor do livro Geração Ansiosa, o que foi ao mesmo tempo motivo de empolgação e preocupação.
Como mãe da Luiza, que faz 11 anos agora em novembro e como astróloga de milhares de mães e pais e estudiosa de Astrologia Mundial, que analisa ciclos coletivos e gerações, penso muito no futuro. Mas, observando o presente no qual vivemos, nem sempre é fácil ter um olhar otimista para ele.
Astrologia é, antes de qualquer outra coisa, o estudo dos ciclos e suas eternas repetições, que nos contam sobre a qualidade de cada tempo, permitindo que façamos análises sobre as probabilidades futuras. Além da compreensão de cada momento, nos permite saber mais sobre cada geração, ou seja, sobre as pessoas que nasceram sob determinados cenários astrológicos.
Fala-se muito sobre essa geração ansiosa, que é hiperconectada e tem cada vez menos foco no presente, com cada vez mais dificuldade em se concentrar e se aprofundar nas coisas. Por sinal, em sua palestra Haidt nos contou, baseado em estudos e pesquisas, que o pior de tudo que estamos vivendo agora é a fragmentação da atenção.
Astrologicamente, se isso já é crítico, tende a piorar bastante com a chegada de Urano em Gêmeos e Plutão em Aquário, que indicam uma aceleração ainda maior na chegada de informações e novas tecnologias, o que consequentemente acelerará o tempo e diminuirá nossa capacidade de atenção. Os resultados disso são muitos. Entre eles vem a ansiedade e a baixa do senso crítico, o que acaba nos levando a tomar decisões muitas vezes equivocadas, baseadas em manipulação de algoritmos e falta de presença.
As crianças de hoje são a chamada geração Alpha, ou seja, nascidas entre 2010 e 2025. Quem nasceu antes disso e que hoje é adolescente ou adulto jovem, faz parte da geração Z, a primeira geração ansiosa, que convive atualmente com dilemas sobre como viver em um mundo cada vez mais hostil, enfrentando as expectativas de pais de gerações anteriores e a falta de energia para encarar o mundo.
O início da geração Z, lá nos anos 1990, foi marcado por uma grande conjunção importante, entre Urano e Netuno no signo de Capricórnio. Eles vieram de fato dispostos a romper com estruturas anteriores e revolucionar o mundo em busca de mais sentido e propósito na vida. Mas parece que isso não deu tão certo quanto gostariam. Em plena adolescência ou prestes a chegar na vida adulta, uma importante conjunção entre Júpiter, Saturno e Plutão, também em Capricórnio, abalou todo o mundo em 2020. E não há como entender o presente sem olhar para isso. A pandemia da COVID-19, do ponto de vista astrológico, pegou em cheio os representantes da geração Z, especialmente os mais velhos.
Ao invés de sair e se divertir, de aprender a namorar e socializar e enfrentar sozinhos desafios próprios do desenvolvimento da idade, essas crianças e adolescentes foram trancados em casa e desafiados a buscar outro propósito, muito diferente do que gostariam.
Os mais velhos da geração Z, com quase 20 anos, trocaram o início das festas da faculdade pelas aulas diante da tela e a falta do que fazer. Os adolescentes, com idade para começar a namorar e fazer amizades diferentes, foram obrigados a se reinventar e aprender dentro de casa sobre o que queriam para seu futuro.
Os mais novos da geração Z, chegando na pré adolescência, certamente trocaram o crescimento para o mundo pela necessidade de expandir para dentro, aprendendo, no clima do Netuno em Aquário que acompanhou boa parte dessa geração, que era mais fácil se relacionar com quem estava distante, do que com aqueles que viviam por perto. Afinal, estavam todos com medo e ocupados, mesmo que debaixo do mesmo teto. Estamos vendo agora o quanto esses impactos foram grandes.
A geração Alpha, por sua vez, à qual minha filha pertence, era pequena quando veio a pandemia. Tinham no máximo 10 anos. Alguns nasceram durante a pandemia ou pouco depois, em um mundo já fortemente impactado por aquele aspecto astrológico de 2020 que, toda vez que aconteceu na história, mudou o mundo dali para frente. Sem maturidade para entender, foram obrigados a viver fechados, com medo e, em muitos casos, com perdas muito precoces.
Entre 2011 e 2018, Urano esteve em Áries e, de início, dizíamos que esses seriam os verdadeiros nativos digitais, aqueles que dominariam a tecnologia desde muito cedo. Mas não dava para imaginar que seriam alfabetizados online e que seríamos obrigados a entregar a eles as telas antes da hora, por pura necessidade.
Os mais novinhos, já com Urano em Touro, nasceram em um mundo cheio de mudanças estruturais, sem a segurança adequada para um ser que acabou de chegar no mundo. Praticamente toda geração Alpha tem Netuno em Peixes e Plutão em Aquário, ao mesmo tempo perdidos e focados, distraídos e ansiosos. Aspectos que também trouxeram aumento nos casos e nos diagnósticos de condições como TDHA ou Autismo, inclusive em adultos. Independentemente de diagnósticos, tudo isso reflete um momento no qual há muito mais dificuldade em prestar atenção, aprofundar em alguma coisa ou enxergar verdadeiramente o outro. O outro, agora, é intermediado pela tela. Ler um livro é muito mais difícil do que assistir ao TikTok. É a fragmentação da atenção sobre a qual Jonatham Haidt fala e que, astrologicamente, tem a ver com todo esse contexto que só tende a se intensificar.
Na palestra, tive a oportunidade de pedir a ele um autógrafo e perguntar se podíamos ter alguma esperança na geração da Luiza. Ele me respondeu que ainda dá tempo, mas que precisamos ser rápidos.
Astrologicamente, acredito exatamente nisso. Há chances, mas temos que estar conscientes. Agora, com a geração Beta, que começou a nascer em 2025, temos aspectos astrológicos totalmente únicos e inéditos: Saturno e Netuno chegando juntos em Áries, Urano ingressando em Gêmeos e Plutão no começo de Aquário. Um mundo novo se desenha diante de nós.
A inteligência artificial e todas as novas tecnologias chegam para redefinir nossas vidas. Nunca vivemos todos esses ciclos ao mesmo tempo, pelo menos não nos últimos 30 mil anos. Historicamente, momentos em que vivemos algo parecido sempre mudaram o mundo. Alguns exemplos são a substituição do bronze pelo ferro, uma tecnologia que mudou muito o mundo, ou a descoberta da eletricidade, que transformou tudo.
Estamos diante de aspectos semelhantes à Revolução Industrial e outros tantos momentos que fizeram História. Daqui pra frente, muda tudo. Novas habilidades serão necessárias, profissões deixam de existir para dar espaço à novas. A forma como as crianças aprendem certamente vai mudar. As formas de se relacionar serão outras. E se tudo isso é difícil para nós, imagina para eles?
É por isso que temos que aprender a fazer pausas e estarmos mais presentes. De verdade. Sem celular, sem qualquer outra tecnologia. Precisamos voltar a olhar nos olhos para conversar. Ao mesmo tempo, abraçar as novas tecnologias e aprender com eles. Os choques de gerações nunca foram tão fortes e, na contramão disso, precisamos aprender com nossos filhos e seguir juntos.
Precisamos criar mais redes, de mães, de crianças, de amigos. Temos que ter paciência. E não ter medo de apontar os limites, pois essas crianças nasceram para testar esses limites, para brigar por mais espaço e sem saber muito bem onde acaba o “eu” e começa o “outro”. Mas a melhor forma de ensinar isso é com amor, com respeito, com empatia e com diálogo. E é conhecendo mais a fundo a personalidade de sua criança, sua essência, suas necessidades. E, para isso, um mapa astrológico também ajuda bastante.









