Lipedema: a ‘nova’ doença na lista da OMS que talvez você tenha sem saber

Quem gosta de acompanhar notícias de celebridades pode ter visto que, recentemente, a atriz e modelo Yasmin Brunet deu uma entrevista ao Programa Fantástico falando que está tratando o lipedema, doença de difícil diagnóstico, que só foi incluída pela OMS na Classificação Internacional de Doenças em 2022, mas que atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo.
Mas, o que é lipedema e por que seu diagnóstico pode ser um desafio?
Vamos lá: Esta é uma condição genética e hormonal que leva ao acúmulo excessivo e desproporcional de gordura em áreas específicas do corpo, como nas pernas, quadris e braços, e esse acúmulo não está necessariamente relacionado ao peso corporal total. Assim, a doença pode ser confundida com gordura localizada e até mesmo celulite.
Mas, a gordura do lipedema é diferente, dolorosa, e vem acompanhada de sintomas como:
– Aumento desproporcional de gordura em regiões como pernas, quadril e, em alguns casos, braços;
– Inchaço nas pernas, principalmente ao final do dia;
-Sensibilidade à pressão leve e ao toque;
– Sensação de pernas pesadas;
– Nódulos palpáveis sob a pele;
– Hematomas e equimoses;
– Dores e alterações articulares.
Ainda é tudo muito novo e, por isso, as causas exatas não são totalmente compreendidas. Mas, acredita-se que fatores hormonais e genéticos desempenhem um papel importante no seu desenvolvimento. Alterações hormonais, como as que ocorrem na puberdade, gravidez e menopausa, podem desencadear ou agravar os sintomas do lipedema.
Além disso, há uma predisposição genética, com histórico familiar de casos de lipedema.
O lipedema vai além do impacto físico. As alterações no corpo podem afetar a autoestima, causar dor crônica e limitar as atividades diárias, o que prejudica a qualidade de vida. Assim, muitas mulheres que têm lipedema enfrentam desafios emocionais, como ansiedade e depressão, além de dificuldades com a mobilidade e desconforto constante.
A doença ainda não tem cura, mas a boa notícia é que ela tem tratamento.
Sim, é possível controlar e aliviar os sintomas com uma abordagem integrada. O tratamento geralmente envolve:
- Cuidados médicos: Em alguns casos, a lipoaspiração pode ser indicada para remover o excesso de gordura acumulada.
- Fisioterapia: Pois, drenagem linfática e exercícios terapêuticos são essenciais para melhorar a circulação e reduzir o inchaço.
- Acompanhamento nutricional: Fundamental para combater a inflamação e melhorar a saúde vascular, ajudando a controlar o acúmulo de gordura.
Como nutricionista especialista em lipedema, preciso ressaltar que entra o papel ESSENCIAL da dieta para controlar o lipedema. A alimentação é um componente essencial no controle do lipedema, pois:
- Reduz a inflamação: O lipedema está frequentemente associado a processos inflamatórios no corpo. Alguns alimentos podem intensificar essa inflamação, enquanto outros podem ajudar a controlá-la.
- Melhora a circulação: O controle do peso e a alimentação rica em nutrientes ajudam a promover uma boa saúde vascular, essencial no tratamento do lipedema.
- Controla a retenção de líquidos: Certos alimentos ajudam a reduzir o inchaço e a retenção de líquidos, um dos principais sintomas do lipedema.
- Equilíbrio hormonal: Como o lipedema é influenciado por alterações hormonais, a dieta adequada pode ajudar a equilibrar os hormônios e minimizar o impacto da condição.
Cada mulher é única, e por isso, o tratamento e a dieta devem ser prescritos de maneira individualizada, ok?
Mas, uma dieta equilibrada, rica em alimentos anti-inflamatórios, antioxidantes e com baixo índice glicêmico pode trazer benefícios significativos para o controle do lipedema.
Se você tem lipedema – ou desconfie que tem – procure atendimento especializado. Cuide-se!