Lipedema: a ‘nova’ doença na lista da OMS que talvez você tenha sem saber


por: Amanda Figueiredo
Amanda Figueiredo (@nutriamandafig) é nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar.
(foto: Freepik)

Quem gosta de acompanhar notícias de celebridades pode ter visto que, recentemente, a atriz e modelo Yasmin Brunet deu uma entrevista ao Programa Fantástico falando que está tratando o lipedema, doença de difícil diagnóstico, que só foi incluída pela OMS na Classificação Internacional de Doenças em 2022, mas que atinge cerca de 10% das mulheres em todo o mundo. 

Mas, o que é lipedema e por que seu diagnóstico pode ser um desafio?

Vamos lá: Esta é uma condição genética e hormonal que leva ao acúmulo excessivo e desproporcional de gordura em áreas específicas do corpo, como nas pernas, quadris e braços, e esse acúmulo não está necessariamente relacionado ao peso corporal total. Assim, a doença pode ser confundida com gordura localizada e até mesmo celulite. 

Mas, a gordura do lipedema é diferente, dolorosa, e vem acompanhada de sintomas como:

– Aumento desproporcional de gordura em regiões como pernas, quadril e, em alguns casos, braços; 

– Inchaço nas pernas, principalmente ao final do dia;

-Sensibilidade à pressão leve e ao toque;

– Sensação de pernas pesadas;

– Nódulos palpáveis sob a pele;

– Hematomas e equimoses;

– Dores e alterações articulares. 

Ainda é tudo muito novo e, por isso, as causas exatas não são totalmente compreendidas. Mas, acredita-se que fatores hormonais e genéticos desempenhem um papel importante no seu desenvolvimento. Alterações hormonais, como as que ocorrem na puberdade, gravidez e menopausa, podem desencadear ou agravar os sintomas do lipedema. 

Além disso, há uma predisposição genética, com histórico familiar de casos de lipedema.

O lipedema vai além do impacto físico. As alterações no corpo podem afetar a autoestima, causar dor crônica e limitar as atividades diárias, o que prejudica a qualidade de vida. Assim, muitas mulheres que têm lipedema enfrentam desafios emocionais, como ansiedade e depressão, além de dificuldades com a mobilidade e desconforto constante.

A doença ainda não tem cura, mas a boa notícia é que ela tem tratamento.

Sim, é possível controlar e aliviar os sintomas com uma abordagem integrada. O tratamento geralmente envolve:

  • Cuidados médicos: Em alguns casos, a lipoaspiração pode ser indicada para remover o excesso de gordura acumulada.
  • Fisioterapia: Pois, drenagem linfática e exercícios terapêuticos são essenciais para melhorar a circulação e reduzir o inchaço.
  • Acompanhamento nutricional: Fundamental para combater a inflamação e melhorar a saúde vascular, ajudando a controlar o acúmulo de gordura.

Como nutricionista especialista em lipedema, preciso ressaltar que entra o papel ESSENCIAL da dieta para controlar o lipedema. A alimentação é um componente essencial no controle do lipedema, pois:

  • Reduz a inflamação: O lipedema está frequentemente associado a processos inflamatórios no corpo. Alguns alimentos podem intensificar essa inflamação, enquanto outros podem ajudar a controlá-la.
  • Melhora a circulação: O controle do peso e a alimentação rica em nutrientes ajudam a promover uma boa saúde vascular, essencial no tratamento do lipedema.
  • Controla a retenção de líquidos: Certos alimentos ajudam a reduzir o inchaço e a retenção de líquidos, um dos principais sintomas do lipedema.
  • Equilíbrio hormonal: Como o lipedema é influenciado por alterações hormonais, a dieta adequada pode ajudar a equilibrar os hormônios e minimizar o impacto da condição.

Cada mulher é única, e por isso, o tratamento e a dieta devem ser prescritos de maneira individualizada, ok?

Mas, uma dieta equilibrada, rica em alimentos anti-inflamatórios, antioxidantes e com baixo índice glicêmico pode trazer benefícios significativos para o controle do lipedema.

Se você tem lipedema – ou desconfie que tem – procure atendimento especializado. Cuide-se!

  • Amanda Figueiredo

    Nutricionista clínica pela USP, especialista em saúde da mulher, gestantes e introdução alimentar. Acredita que trabalhar com nutrição significa poder ajudar quem deseja se alimentar de maneira mais saudável e mostrar os impactos positivos dos bons hábitos. Também pensa que a alimentação saudável não precisa ser sacrificante; ela pode ser criativa e cheia de sabor, principalmente quando a incluímos desde a infância.

Data da postagem: 12 de março de 2025

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