Sobre meninos e bolas


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe

Um sábado desses, minha filhota estava dormindo na casa da tia, meu marido precisando ler e-mails de trabalho e fiquei eu e o Fe, de quase 2 anos, brincando na sala. Ele adooora uma bola. Ou melhor, ama uma bola. Quando vê um jogo  – de futebol, de vôlei, de tênis – já sai gritando Gooooool. E tudo o que é redondo ele quer chutar. De laranja da cesta de frutas a luminária de rua. De uns tempos para cá, aprendeu a chutar seu brinquedo favorito para cima. E era exatamente o que ele estava fazendo. Vendo a chance real de algum vaso ser seriamente atingido, decidi continuarmos a brincadeira no parque.

Muito gramado para brincar e muitas crianças com bolas.  O que me rende algumas saias-justas, pois o Fe sempre quer a bola do vizinho. Fico eu lá, implorando para que devolva e tentando contornar a situação sem que acabe em choro. Na praia, aliás, é a mesma coisa: o radar dele adora detectar guarda-sóis com bola! No clima relaxado, em frente ao mar, pega mal você dar uma de louca e impedir a criança de brincar, principalmente quando o dono da bola fala: “deixa, não tem problema”. Sempre fico angustiada. Não sei se faço a mãe tranquila ou se, fazendo a mãe tranquila, vou ficar parecendo a mãe folgada! Desta vez, o meu pequeno  não ficaria pegando a bola dos outros meninos, pois estava levando a sua favorita. Pelo menos era o que eu pensava.

Depois de dez minutos chutando sua redonda branca e verde, ele viu uma linda bola vermelha rolando pelo gramado e correu atrás. “Não, filho, essa não é sua. Olha aqui, ó, vem brincar com esta, que a gente trouxe de casa.” Nem fui ouvida. Lá estava ele, chutando pra longe a bola que nem sabíamos de quem era. Toca a mamãe aqui, sair correndo atrás da bola e devolver para o lugar em que foi achada. “Tudo bem, ele pode brincar”, diz sorrindo a mãe de outro menino, com cara de quem já passou pela mesma situação diversas vezes. E aí você fica com aquela cara de “quero ser simpática”: pode mesmo ou a mãe está querendo ser simpática também? Agora o amiguinho está chorando, porque meu pequeno pegou a bola dele. Ofereço a do Fe e ele não quer. Quer a linda bola vermelha dele. Nesse momento, passa por mim outra mãe, nervosa, carregando o filho no colo: “Vamos embora já. Se você não quer brincar com a sua bola, você vai pra casa!” Decido tirar o meu de cena, mesmo que ele abra o berreiro. Nem dá tempo. Ele logo se encanta por uma linda bola azul e a história começa de novo.

Um beijo,

Dani Folloni

A bola tem a mesma história da grama do vizinho. Mesmo que não seja verde (foto:Dani Folloni)

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

Data da postagem: 21 de julho de 2012

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