Entra em cena a mãe real
Minha filhota tinha 10 dias quando meu marido e eu a levamos à primeira consulta com o pediatra. Escolhemos um perto de casa e que tinha boas referências do convênio. Como mãe aplicada que sempre procurei ser, levei o meu caderninho com as anotações dos horários das mamadas da Bela… de 3 em 3 horas. Aprendi isso no livro Nana Nenê (uma amigona minha tinha usado a técnica com sucesso). Mostrei ao pediatra e ele riu na minha cara. Disse que bebês tinham de mamar quando sentiam vontade, sem controle de horário. Hoje, entendo o ponto de vista dele (e cá pra nós até concordo, pois meu segundo filho nem sempre aguentava mamar só de 3 em 3 horas). Mas, naquela hora, decidi que nunca mais pisaria naquele consultório, pois a sintonia foi zero.
Depois de uma semana achei outra pediatra. Não, ela não condenou o uso do livro, mas me recomendou ficar atenta às necessidades da minha filhota. Se a pequena estivesse ganhando peso e bem nutrida, que eu seguisse a técnica para poder conseguir ter as minhas noites de sono de volta. Esse meio termo sensato me ganhou. E essa doutora queridíssima cuida dos meus filhos até hoje.
Essa história é uma das primeiras sobre como a mãe do manual (que eu era antes do parto) virou a mãe real. Tudo o que eu aprendi nos livros e sites, guardei. Mas, a partir do momento em que minha filha veio para os meus braços, comecei a acessar mais um recurso para cuidar dela: o meu feeling. Eu também poderia ter engolido a ironia do primeiro pediatra e continuado com ele, mas meu sexto sentido de mãe estreante me pediu para procurar mais uma opção.
O feeling é como se fosse uma luzinha lá dentro da gente que vai ficando cada vez mais forte conforme acumulados quilômetros rodados de maternidade. Parece algo surreal para quem nunca teve filho, mas existe! E é mágico. O mais incrível do feeling é o poder que ele tem de colocar você no caminho certo. De ajudá-la a se conectar com seu filho. Só ele vai ajudar você a sair da regra e entender todas as exceções nas quais seu filho se encaixa. Essa ligação dispensa os manuais (que foram tão úteis lá atrás, quando você era um projeto de mãe) e faz você decidir o que é melhor para o seu filho, mesmo quando isso contraria a lógica. Não se contente em ser uma PhD em manuais. O maior certificado de que você virou uma ótima mãe é adquirido na prática. E não há nada mais certeiro que ele para educar o seu filho.
beijos,
Dani Folloni