O que esperar da segunda gravidez
Na segunda gravidez, geralmente, temos a sensação de que o tempo passa mais rápido (Foto: 123RF)
Se na primeira gestação você enjoou muito ou ficou cansada, isso não significa que passará por tudo isso de novo na próxima gestação. Assim como aquelas que passaram tranquilamente pelos nove meses de espera pelo primeiro filho podem ter uma experiência menos agradável da segunda (ou terceira etc.) vez. “Cada gestação é uma. As diferenças têm a ver com a produção hormonal, a implantação do embrião, a localização da placenta… além do próprio embrião, que é outro”, explica o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, colunista do It Mãe. Ou seja, há algumas coisas que costumam, sim, ser diferentes na gravidez seguinte. Algumas são ótimas, outras nem tanto. Quer ver o que lhe espera?
Mudanças no corpo
Depois que já se passou por uma gravidez, a barriga fica mesmo mais flácida, tanto a pele quanto os músculos, que por vezes apresentam uma diástase. Por isso, na segunda gestação a barriguinha aparece bem mais rápido. Foi o que aconteceu com a administradora Beatriz Pandolfo, 34. “É verdade. Na segunda meu corpo mudou muito mais cedo. Com 6 semanas, minha barriga estava bem apontada, e meus seios já ficaram maiores”, afirma a mãe de Bernardo, de 2,7 anos, que está grávida de 30 semanas. Se a questão fosse só a barriga aparecer antes estava ótimo. O problema é que ela também costuma demorar mais pra ir embora, assim como aumenta a probabilidade de aparecerem estrias e flacidez de pele. “Não é nem uma questão de peso. Voltei ao meu peso rapidamente depois das minhas duas gestações, mas, depois do nascimento do meu segundo filho, percebi que a pele do abdômen ficou mais flácida e os seios murcharam”, conta Teca La Padula, 37, mãe de dois meninos de 4 e 1,5 anos. A saída, para amenizar esses efeitos colaterais, digamos assim, é equilibrar a alimentação e manter uma rotina de exercícios físicos.
Menos tempo
A mulher que já é mãe costuma ter menos tempo pra descansar, se alimentar bem, se cuidar. “Isso é uma realidade. Mas é preciso fazer um esforço porque, se a gestação for ‘negligenciada’ em excesso, a gestante e o bebê podem sofrer consequências”, diz o obstetra. No entanto, há um lado bom! “Posso dizer com propriedade é que a segunda gestação passa muito, mas muito mais rápido do que a primeira”, conta Beatriz. Tem a ver com a vida mais atribulada, por causa dos demais filhos, e a ansiedade, que é menor, afinal a experiência não é mais novidade para você!
Mais medos
Outra coisa que afeta as mães de segunda ou mais viagens são os medos que nascem junto com os filhos. Teca, por exemplo, sentiu medo de morrer durante o parto e deixar órfão o primeiro filho. Há ainda mães experientes que temam não amar o segundo tanto quanto o primeiro, ou ainda não dar conta dos dois. Medos que costumam, felizmente, ser infundados.
Redução do risco de aborto
Mas calma, que nem todas as diferenças da segunda (e demais) gestações são tão ruins quanto parecem. Os riscos de perdas gestacionais, por exemplo, caem pela metade quando já se tem um filho ou mais, explica Domingos. Entre as explicações estão um útero mais maduro, que tem memória celular da gravidez, e também a ausência da possibilidade de rejeição imunológica do embrião, que é uma das maiores causas de aborto espontâneo no primeiro trimestre.
Parto mais fácil
Pra quem já teve parto normal, fica bem mais fácil parir, sem dúvidas. “O canal de parto já está mais flácido e tem o que os médicos chamam de memória celular”, explica Domingos. No caso da Sabrina Vela Martins, 39, administradora e mãe de dois meninos, a facilidade influenciou inclusive na sua recuperação. “No primeiro parto, tiveram de fazer uma episiotomia. Já no segundo, não foi necessário, e por isso me recuperei mais rápido”, comemora.
Cadê a ansiedade?
Como falamos, você já sabe o que esperar! “Já tem noção de como será o parto, que o finalzinho da gravidez é chato mesmo, como é cuidar de um recém-nascido”, acredita Sabrina, que se sentiu muito menos ansiosa na gravidez do segundo filho. Essa percepção de redução da ansiedade é comum entre as mulheres, de acordo com Domingos. “A mulher já tem conhecimento do que vai acontecer e do que é realmente sinal de alerta. Isso traz calma”, conclui. Que bom!