Será que você está educando seu filho do melhor jeito?


Redação It Mãe
por: Redação It Mãe
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Qual mãe nunca se perguntou: “Será que eu estou educando do melhor jeito? Como eu busco firmar minha conexão com os pequenos de uma forma que realmente funcione?”. Foi se fazendo perguntas como essas, para poder lidar da melhor forma com suas próprias filhas dentro de casa, que a jornalista Lia Vasconcelos descobriu a parentalidade positiva. 

Diferente do que muita gente pensa, a educação parental positiva não vai deixar seu filho mimado, mas, sim, o acolher da melhor forma e ainda mostrar que vocês, pai e mãe, se importam de verdade com ele, com os problemas dele. Além disso, esse é o treino para sermos nossa melhor versão e isso se refletir em nossos filhos. “Nós precisamos estar bem para tratar bem os nossos filhos. Então, procuramos mostrar ferramentas e abordagens que ajudem e que levam a uma educação mais harmoniosa e respeitosa com os pequenos”, explica Lia.

Aqui Lia mostra como a parentalidade positiva e a educação dinâmica pode entrar na sua vida e dos seus filhos e melhorar qualidade da relação em família.

It Mãe: A mudança de postura também auxilia em outras áreas da vida da família?

Lia Vasconcelos: Totalmente! Porque mães não se dividem em mãe e profissional, por exemplo. Então, na hora em que a gente começa a mudar a nossa perspectiva e o nosso olhar a partir da educação dos filhos e passamos a praticar um outro tipo de relação em casa, isso transborda para as outras áreas, não tem jeito. Logo, todas as relações que a gente estabelece, sejam profissionais ou afetivas, passam a estar nesse novo “olhar” que a gente desenvolve.  O que a gente aprende em um campo da vida, a gente acaba levando também para os outros. 

Não existe um jeito de separar uma coisa da outra. O melhor a fazer é se cuidar, se olhar, se conhecer, para que consiga se nutrir o máximo possível de bem estar, autoconhecimento, calma e tranquilidade. 

It Mãe: Como começar a promover essa mudança no dia a dia em casa? 

Lia Vasconcelos: A gente pode sempre partir de dois pressupostos. O primeiro é que nós precisamos começar a nos olhar como mãe, como pai, para entender que tipo de comportamento nossas emoções despertam nas crianças, quais são os gatilhos, quais os momentos que a gente transborda – que sai em forma de grito, bronca ou falta de paciência. Dessa forma, a gente consegue buscar o melhor caminho para trilhar essa jornada como uma terapia, meditação, yoga ou até um exercício físico.  Assim, quando aparecer alguma situação que tira você do eixo, você consegue encaminhá-la de uma outra forma. 

O segundo ponto é enxergar o filho como indivíduo. Isso significa respeitá-lo como pessoa, não ser autoritário sem necessidade e também a aceitar a natureza do seu pequeno, porque quando a gente tem um filho, criamos muitas expectativas e colocamos neles uma carga muito grande de expectativas. 

Porém, uma coisa é aceitar a natureza dele e respeitar isso, outra coisa é aceitar qualquer tipo de situação. Tanto a disciplina positiva quanto a parentalidade positiva falam do “caminho do meio”, que é uma coisa muito difícil de se alcançar, que nada mais é do que criar uma relação respeitosa com as crianças que não recorra nem ao autoritarismo e nem a permissibilidade. Isso significa reconhecer os seus limites, se respeitar primeiro para você não chegar ao momento de explosão emocional.  O que tenho visto na parentalidade positiva é que quanto mais verdadeiro e mais você se coloca nessa comunicação, melhor ela flui.  

It Mãe: Qual a importância de falar dessa maneira positiva com as crianças? Qual o efeito que surge?

Lia Vasconcelos: Agindo assim, você não joga no outro uma coisa que é sua e entenda que a criança só está sendo criança. em vez de julgar um comportamento, o ideal é que você sempre fale o que seus olhos vêem. Claro que você pode fazer o julgamento na cabeça, mas você não precisa verbalizar. Fale o que você observa sem fazer juízo de valor. Nós precisamos mostrar para a criança que ela é capaz. Se a gente não abre espaço para que ela se sinta capaz, isso não acontece. 

Imagine um iceberg. A ponta do iceberg são os comportamentos desafiadores. Já a parte de baixo são as causas disso, o que precisa ser trabalhado. Com a punição, o castigo,  a ameaça, você até consegue fazer aquilo parar, só que não funciona a longo prazo, funciona de forma pontual e imediata. 

It Mãe: Como a gente muda a chave para começar a ter esse olhar mais empático e mais paciente?

Lia Vasconcelos: Primeiro é preciso querer e entender que a forma que você vem fazendo não está funcionando. Existe uma espécie de padrão de educação que a gente acaba reproduzindo mesmo sem querer. E esse padrão é sempre muito autoritário ou até de de muita permissividade, por exemplo. 

Rever todas essas situações é muito importante e é exatamente aí que a parentalidade positiva entra como um novo caminho, que realmente dá um “norte”. Claro que não é nenhuma receita, mas você consegue adaptar a sua realidade e a sua vida. 

Quando a disciplina positiva fala de uma educação respeitosa, não é só você com seu filho, mas, sim, de você com você mesma. Dessa forma, você desenvolve uma comunicação mais verdadeira, autêntica e você se mostra mais vulnerável. Claro que de vez em quando o “sangue ferve”, mas você ter em mãos esses instrumentos é muito bom. 

Por exemplo, em uma situação de birra com crianças menores, a primeira coisa que você faz é se conectar com a criança. Ao invés de transbordar, o melhor caminho é conseguir ser a “calmaria” que aquele momento precisa, ser o adulto da relação, se conectar com a criança e validar o que ela está sentindo e verbalizar. 

Pode ser que você escute que está fazendo todas as vontades da criança ou até mesmo sendo permissivo, mas não é isso. Você está escutando e levando em consideração o que a criança diz. Existe uma grande diferença entre a criança acolhida e a criança mimada, as pessoas confundem muito isso. Você pode acolher e, mesmo assim, dizer não.

It Mãe: Como funciona a ferramenta de reunião de família?

Lia Vasconcelos: É uma ferramenta que é recomendada para crianças a partir dos quatro anos. Então, a ideia é que você, uma vez por semana, ou quando for possível, reúna toda a família, mas é importante que não seja no horário de refeição para não misturar comida com outros assuntos. 

Então, cada um deve escrever as pautas da semana em uma folha e pode ser qualquer assunto, desde brincadeiras até conversas mais sérias que precisam ser feitas. Depois, estipule um dia e um horário para todo mundo estar junto. Escolha o presidente da reunião, que vai conduzir a conversa a cada semana e também a pessoa que escreve as pautas durante a conversa. Mas é preciso que todas as decisões sejam consensuais. 

Essa reunião deve levar no máximo 15 minutos para que seja um tempo bacana, divertido e interessante. Quando acabar, vocês podem abrir um espaço para um jogo em família ou algo que vocês gostem de fazer juntos.  

Essa ferramenta é superpoderosa para as crianças se sentirem importantes, que pertencem aquele ambiente, que são vistas como indivíduos e que são ouvidas. Elas se sentem muito bem e é muito bom ver. É um momento de espaço que elas podem falar, escutar e ser escutadas. Esses momentos de conexão são ótimos para firmar um vínculo de confiança.  

Para saber mais sobre parentalidade positiva, você pode acessar o site da Lia Vasconcelos e tirar todas as suas dúvidas com a profissional. Fique por dentro também de todas as novidades do It Mãe! Aqui você encontra conteúdos relacionados à maternidade de uma maneira simplificada e em um único lugar!  

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