Como definir o salário da empregada doméstica e da babá
Quanto pagar? Como calcular horas extras e descontos? Quando dar aumento ... Está tudo aqui!
Contratar uma pessoa é sempre uma tarefa delicada – e isso, claro, vale para trabalhadores de casa. Por isso, conversamos com a advogada trabalhista Ana Paula Reismann para saber exatamente o que você deve considerar quando o assunto é o salário da empregada doméstica ou da babá.
Ana Paula, que também é dona da agência de empregos domésticos Makom, explicou os pontos-chave na hora de fazer uma nova contratação e, claro, acertar o pagamento.
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1.Considere o último salário da empregada doméstica
Antes de qualquer coisa, segundo Ana Paula, você precisa considerar o salário do último emprego da profissional para saber qual deve ser o salário dela a partir de agora. É importante considerar que a empregada doméstica ou babá depende do valor ganho naquele mês – e elas buscam sempre receber um valor igual ou um pouco a mais do que antes.
Considerar o valor que ela recebia no emprego anterior é essencial tanto para deixar a profissional confortável financeiramente quanto garantir uma parceria de longa data – mesmo em uma situação de necessidade, um salário baixo não garante que essa pessoa continue no emprego por muito tempo, já que é provável que ela busque uma condição mais favorável e saia em breve.
2.Considere o seu bairro
Outro ponto importante, de acordo com a advogada, é pesquisar o valor do salário médio pago a empregadas domésticas e babás no seu bairro. Sim, a localização da sua casa influencia no valor e é importante que a sua oferta ser compatível com a região. “Você tem que ver o que vale no seu bairro. Não adianta morar no Higienópolis e querer pagar a mesma coisa que pagam no Tatuapé”, explica ela.
Isso significa que, se a profissional trabalhava em um lugar em que o salário era o mínimo da categoria, mas no seu bairro o valor médio é o mínimo mais R$ 500, então você precisa fazer um ajuste na sua folha de pagamento. Aqui, aliás, vale considerar também o que dissemos antes: a trabalhadora sempre vai buscar um salário melhor daquele que ganhava antes. Por isso, pesquise bastante e faça uma oferta que seja compatível com o seu poder aquisitivo, o bairro onde você mora e o valor que ela recebia anteriormente.
3.Remunere de acordo com o trabalho
Mais um detalhe muito importante na hora de fechar o pagamento para uma empregada ou babá: você precisa considerar o contexto do trabalhador para que o trabalho valha a pena. Isso significa pagá-lo de acordo com o que você está pedindo.
Principalmente se você propuser um horário de trabalho diferenciando – por exemplo, das 10h às 20h, em vez de das 09h às 18h -, é importante pensar que, muito provavelmente, essa pessoa tem um tempo de deslocamento longo até a sua própria casa, que esse tempo poderia ser passado com a família dela e que ela terá que voltar para casa à noite, sozinha, possivelmente passando por locais remotos e escuros. Tudo isso deve ser considerado no cálculo final.
Dormir uma noite na casa, fazer uma hora extra aos finais de semana ou viajar com a família precisam ser considerados como cargas de horário de trabalho a mais, e serem também remuneradas como tal.
4.Pague sempre no mesmo dia
E, de preferência, no primeiro dia do mês ou no último. É de extrema importância que o pagamento aconteça sempre nesse período e sempre no mesmo dia, todos os meses. Considere que a realidade dessas profissionais não é a mesma que a sua, e que esse salário é imprescindível para a sobrevivência da família dela é o diferencial nesse momento.
Para isso, é imprescindível também fazer um recibo de todo e qualquer valor pago, e lembrar que a condução é sempre paga adiantada. Você paga o salário referente ao mês vigente e a condução do mês seguinte. Por exemplo, o salário de junho com a condução de julho. E lembre-se: o valor da condução nunca é embutido no salário, os dois são acertados separadamente – converse sobre e lembre-se de deixar clara a quantia do pagamento mensal e do transporte a ser pago mês a mês.
5.Faça – e explique – os descontos
Falando na hora do pagamento, lembre-se sempre de diminuir do valor total aquilo a que ela não tem direito. Por exemplo, uma falta equivale a um desconto proporcional no salário – e deixe isso claro no recibo do mês e na conversa de acerto de contas.
Além de gerar transparência no relacionamento profissional, também evita criar uma cultura de faltas não justificadas e que não geram uma consequência.
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6.Faça os devidos ajustes salariais
Um direito garantido do trabalhador é o ajuste salarial anual – ou seja, lembre-se de, todo começo de ano, checar quais os novos valores para começar a aplicá-los já no próximo pagamento.
Isso vale também para um aumento na carga horária. Por exemplo, você tem uma empregada trabalhando em casa e pede para que ela passe também a fazer o serviço de babá. Essa mudança precisa ter um reflexo no salário além do reajuste anual obrigatório.
Esses valores, claro, devem ser conversados. Por isso, é tão importante abrir o diálogo e falar sobre o que você espera da profissional, fazer a sua pesquisa de mercado para saber o valor médio pago para a categoria no seu bairro e atender as expectativas da própria trabalhadora.
E vale o lembrete: horas extras têm um cálculo diferenciado. Você precisa pagar 50% a mais do valor hora/homem. Isso significa multiplicar o valor de trabalho por hora por 1,5 ao fazer o cálculo e, obviamente, acrescentar esse valor no salário final da profissional naquele mês.
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