Diga não à babá-dependência
Babá é uma mão na roda. Digo, babá boa, competente e de total confiança. Sim, ela existe. Está cada vez mais escassa, mas existe. Eu mesma dei a sorte de achar uma assim. Mas quem tem uma babá nota 10 pode acabar caindo na cilada da babá-dependência. Afinal, ela é capaz de deixar sua vida muito mais leve. Representa o passe-livre para pegar um cineminha, a tranquilidade para ir focada trabalhar, as horas de sono na manhã do sábado… Não, não acho que uma mãe em sã consciência (ou até mesmo para se manter em sã consciência) deve abrir mão disso. O problema é que, às vezes, a gente acaba viciada em deixar por conta da babá e vai delegando para ela funções que são nossas por direito. Acaba delegando assim até a conexão com o nosso filho.
Sim, durante a semana, na correria diária, acho ótimo e importante ter alguém que se preocupe em dar comida, banho, brincar com meus filhos. Mas, nos momentos em que estou livre (depois do trabalho, nos fins de semana, nas férias…) quero eu mesma ficar com eles. Nem é preciso dispensar a babá! Mas, enquanto ela fica com o trabalho braçal, a ideia é VOCÊ ficar com o seu filho. Exemplo? Ela pica a frutinha e VOCÊ dá para o seu filho; ela prepara o banho e VOCÊ dá o banho; ela lava e passa a roupa suja de tinta dele, mas VOCÊ brinca de pintar com ele. Nas férias na praia, ela pode levar o bebê embora da areia mais cedo (e você tomar aquele sol merecido!), mas VOCÊ brinca com ele na praia.
“Ah, mas ele não come comigo. Faz manha para tomar banho…” Eu bem sei que com a mãe o drama sempre se eleva à décima potência. Aqui em casa é assim. E muitas vezes a tentação de terceirizar os conflitos é grande. Confesso que já sucumbi algumas vezes, mas não acho um bom caminho. Pelo menos pra mim. Comecei a ver que, quanto mais eu assumo o posto de mãe, mais eles entram na minha sintonia. Assim como a criança estabelece códigos com a babá, ela estabelece códigos e condutas com a mãe. Aliás, nem dá para comparar. A ligação mãe e bebê é infinitamente maior e mais forte. Mas é preciso que a gente exerça esse direito de ser mãe. E é importantíssimo que seu filho conheça o seu jeito de cuidar, de educar, de acalmar as angústias dele, de respeitar os seus limites. Acredite: as coisas vão ficando cada vez mais fáceis quando você se joga de verdade nessa relação. Ter babá é ótimo, mas saber que não depende dela para fazer de seu filho um ser humano feliz e bem-resolvido é melhor ainda.
Um beijo,
Dani Folloni