Compro ou Não Compro? O eterno dilema
Como decidir sem sermos reféns de nossos impulsos (ou dos nossos filhos).
É com imensa alegria que escrevo minha primeira coluna para a It Mãe Magazine. Estou honrada em fazer parte desse time que acredita na força e inteligência da mulher que cuida dos filhos sem abrir mão dos cuidados consigo mesma. Que decide e que empreende em casa, na vida, em sua profissão e, assim, merece construir e gerir bem seu legado financeiro.
Aqui, quero compartilhar reflexões que unem finanças, comportamento, demandas financeiras e a realidade (nada simples) de ser mulher e mãe em um mundo de escolhas diárias – e muitas vezes, impulsivas.
Foi num raro momento de pausa – sim, daqueles quase inexistentes na rotina feminina – que, sentada no sofá vendo TV, me deparei com um comercial que dizia:
“Não preciso, mas quero.”
Bingo! Essa simples frase escancarou uma verdade incômoda e comum: nossas decisões de compra nem sempre seguem a lógica da necessidade. E quando o consumo deixa de ser apenas pessoal e envolve nossos filhos, a complexidade dobra.
Durante anos, ouvimos o conselho clássico da educação financeira:
“Antes de comprar, pergunte-se: eu realmente preciso disso?”
Mas sejamos honestas… Quantas vezes a resposta foi “não” e mesmo assim seguimos em frente com a compra?
A verdade é que nosso cérebro rapidamente entra em ação para justificar esse desejo. E, em segundos, aquilo que era só um “querer” se transforma numa “necessidade” quase vital.
Por isso, proponho uma abordagem mais honesta – e estratégica:
“Por que eu quero isso, mesmo sem precisar?”
“O que essa compra vai me trazer que vale mais do que meu patrimônio futuro e o dinheiro trabalhando por mim?”
“Se vivi até agora sem isso, será que posso esperar um pouco mais?”
Essas perguntas mudam o jogo. Elas nos tiram do modo automático do consumo e nos colocam no centro da decisão, com consciência e liberdade. Afinal, como já dizia o filósofo Henry Thoreau:
“O preço de qualquer coisa é a quantidade de vida que você paga por isso.”
E quando esse consumo é para nossos filhos, o desafio cresce. É comum confundirmos carinho com consumo, presença com presentes. Mas educar financeiramente também é ensinar a adiar desejos, a valorizar escolhas e a entender que cada compra tem um custo – financeiro e emocional.
Consumo é bem-vindo, sim. Mas desde que consciente, alinhado aos nossos objetivos e – principalmente – no momento certo. Porque antecipar desejos custa mais caro. E pode te manter presa mais tempo na roda da vida financeira desorganizada.
Querida leitora, não se trata de se privar ou de julgar. Trata-se de tomar as rédeas. Seja nas compras do mês, no presente do filho ou naquele item de desejo pessoal.
A pergunta não é apenas “preciso ou quero?”, mas “vale a pena agora?”.
Seja dona do seu dinheiro, de suas escolhas … seja Dona do Lucro Todo.
Nos vemos na próxima coluna!
Lisa Dossi









