“Criar filhos bilíngues: como faço isso funcionar na prática”


Caroline D'Essen
por: Caroline D'Essen
Mãe de duas, escritora e mentora dedicada a ajudar pais e líderes a transformarem suas vidas com aventura, amor e propósito

No meu dia a dia, escuto frases que misturam português e alemão, como “Mamãe, não esquece que terça temos um *Termin na escola” ou “Você já colocou minha *Vesperdose na mochila?”. Essa formação de frases em duas línguas é normal em famílias com filhos bilíngues, como as minhas filhas, que nasceram na Alemanha e tem o pai alemão. Em tempo, termin significa encontro e vesperdose, lancheira.

Minha vontade de insistir no bilinguismo vem da experiência de aprender outras línguas: sei o valor que isso tem e queria dar esse presente para minhas filhas. Além disso, existem muitos benefícios cognitivos para as crianças. Aqui estão cinco que me ajudaram a reforçar minha escolha:

  1. Melhora a atenção e o foco: crianças bilíngues aprendem a prestar atenção no que é importante, mesmo com muitas distrações ao redor. Isso ajuda na escola e em outras situações do dia a dia.
  2. Memória mais forte: ter que lembrar palavras e regras de duas línguas faz o cérebro das crianças trabalhar mais, melhorando a memória para guardar informações importantes.
  3. Mais fácil mudar o foco e pensar de formas diferentes: elas aprendem a mudar rapidamente de tarefa e a enxergar problemas de vários ângulos, o que torna a mente delas mais flexível e criativa.
  4. Facilidade para aprender outras línguas: como o cérebro já “treinou” para usar duas línguas, fica mais fácil pegar outros idiomas no futuro.
  5. Protege o cérebro no futuro: ser bilíngue ajuda a manter o cérebro saudável por mais tempo, atrasando o aparecimento de problemas como Alzheimer quando a pessoa fica mais velha.

Há também muitos desafios em uma casa bilíngue, como a mistura de idiomas, o atraso na iniciação da fala e o esforço dos pais para expor a criança a ambas as línguas (o que adiciona mais uma coisa à nossa já grande lista de afazeres). Essas foram as estratégias que nos ajudaram nessa jornada:

  • Falar consistentemente uma língua com a criança, preferindo a abordagem “um pai, uma língua”, para que ela associe cada idioma a uma pessoa diferente.
  • Ler livros, contar histórias, cantar músicas e usar vídeos em ambos os idiomas torna o aprendizado divertido e agradável.
  • Promover brincadeiras e encontros com outras crianças e famílias bilíngues, para que a criança pratique os idiomas em contextos sociais reais.
  • Usar recursos educativos, como aplicativos, jogos e vídeos, que estimulem o vocabulário e a pronúncia de forma lúdica.
  • Valorizar a cultura associada aos idiomas, celebrando festas, tradições e valores, para fortalecer o vínculo emocional com eles.

Apesar do esforço, às vezes, dobrado para incluir tudo isso em nossa rotina, acredito que uma língua é um dos presentes mais valiosos que posso oferecer às minhas filhas.

Aufwiedersehen! (até a próxima!)

Carol D’Essen

  • Caroline D'Essen

    Nascida em São Paulo, Caroline d’Essen vive em Berlim. Com uma trajetória marcada pela inquietude e curiosidade, ela deixou o Brasil aos 25 anos para explorar o desconhecido em Moçambique, onde viveu e trabalhou como professora universitária de jornalismo. Morou também em diversos países, como Austrália, Dinamarca, Holanda, EUA, Inglaterra e Portugal. Com mais de 15 anos de experiência no terceiro setor, hoje é escritora e mentora dedicada a ajudar pais e líderes a transformarem suas vidas com aventura, amor e propósito. Mãe de duas filhas, equilibra a vida familiar com a paixão por viagens e conexões humanas.

Data da postagem: 9 de setembro de 2025

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