Filhos de mães solteiras têm desenvolvimento emocional normal, diz pesquisa


Malu Echeverria
por: Malu Echeverria

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De acordo com a pesquisa, o que faz diferença realmente no desenvolvimento emocional da criança é a relação parental, seja com a mãe apenas ou com ambos os pais (Foto: 123RF)

Das 67 milhões de mães brasileiras, aproximadamente 31% são solteiras. Os números são de uma pesquisa realizada no ano passado pelo Data Popular. Outra estatística relevante desse levantamento diz respeito ao perfil das mães: aquelas que foram mães no século passado acreditam que constituir família depende da presença do pai e da mãe (75%), já entre as mães da nova geração esse número cai para 66%. Mas ainda que muitas delas sofram preconceito por criarem os filhos sozinhas, estudos mostram que as crianças se desenvolvem sem maiores problemas. Um dos últimos foi publicado recentemente no periódico da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia.

De acordo com a pesquisa, que foi realizada pela Universidade de Cambridge no Reino Unido, crianças nessa condição geralmente são bem ajustadas e têm sentimentos positivos em relação à família. Para chegar a essa conclusão, os cientistas avaliaram 51 famílias de mães solteiras em comparação a 52 formados por pai e mãe, com crianças entre 4 e 9 anos de idade. As mães de ambos os grupos foram entrevistadas sobre o comportamento de seus filhos e estresse relacionado à maternidade. As crianças do primeiro grupo também foram questionadas sobre amizade e vida em família. E, por mais que os questionamentos sobre a falta do pai sejam levantados em algum momento, o desenvolvimento emocional delas acontece dentro do esperado. No entanto, a pesquisa constatou que quando há altos níveis de dificuldades financeiras nas famílias com apenas a mãe, assim como altos níveis de estresse parental em ambos os casos, aumentam as chances da criança apresentar problemas de comportamento.

“De modo geral, nossas descobertas parecem sugerir que o que importa realmente para o desenvolvimento das crianças de famílias de mães solteiras não é a ausência do pai, nem a concepção da criança por meio de doação (no caso de reprodução assistida), e sim a qualidade da relação parental. Tais descobertas, por sua vez, fazem eco ao que já sabemos sobre os fatores determinantes para um bom ajuste emocional de crianças em outros tipos de famílias”, resume a médica Sophie Zadeh, uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.

Fonte: Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia

  • Malu Echeverria

    Jornalista, mãe do Gael e redatora-chefe do It Mãe. Para ela, é essencial colocar a máscara de oxigênio primeiro na gente, depois na criança

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