Geração Alpha provoca revolução na moda infantil


Rafaela Donini
por: Rafaela Donini
Mãe da Donatella empresária de moda infantil e diretora do Primi Stili

O mercado de moda infantil não para de crescer e de investir em modelos que sejam 100% adequados à infância (foto: Shutterstock)           

     A Geração Alpha, das crianças nascidas a partir de 2010 (chegaram ao mundo junto com o iPad!), é a mais nova da história a se tornar influenciadora – ainda que seus representantes recém estejam começando a ir à escola. Podemos constatar essa realidade apontada pela empresa mundial de tendências WGSN ao percorrer os perfis do Instagram. Há milhares de minifashionistas incentivados pelos pais a posarem como consumidores de moda e influenciadores de tendências desse mercado.

            Um fenômeno ajuda a explicar essa realidade: os pais dessa geração nunca investiram tanto em roupas e acessórios. Pode-se dizer que são as crianças mais bem vestidas de que se tem notícia, até mesmo porque o mercado de moda infantil não para de crescer e de investir em modelos que sejam 100% adequados à infância. Universo que sequer existia até poucas décadas atrás, quando os pequenos vestiam miniaturas de roupas de adultos.

            Segundo levantamento do WGSN, em 2015 o mercado da moda infantil movimentou cerca de US$ 156 bilhões nos Estados Unidos. E a tendência se espalha pela maioria dos países ocidentais. Muitos fashionistas mirins têm lugar reservado nas primeiras fileiras das semanas de moda, como é o caso do instagrammer Farouk James (foto), um grande influenciador de apenas cinco anos que acabou se tornando modelo e estrela de eventos de moda. Quando sua mãe, Bonnie, criou a conta do pequeno, não imaginava o sucesso e o impacto que seu filho teria. Mas hoje ele acolhe quase 200 mil seguidores, que amam seu cabelo, que celebra os cachos, e seus looks cheios de estilo.

O instagrammer Farouk James de apenas 5 (!!!) anos acabou se tornando modelo e estrela de eventos de moda (foto: reprodução/ Instagram)

            O que ajuda a explicar esse fenômeno é a constante exposição dos pequenos à tecnologia, desde o dia em que nascem, a uma nova percepção de privacidade, praticamente inexistente. Tudo o que é vivido acaba sendo exposto nas redes sociais. Marcas como Balmain e Karl Lagerfeld reconhecem os Alphas como influenciadores e potenciais consumidores – e estão criando coleções e produtos voltados para essa geração.

          Mesmo fora da esfera das marcas de alto luxo, o mercado de moda infantil já está se movimento para atender às necessidades dessa geração – e de seus pais. Esses pequenos consumidores têm uma postura profundamente democrática em relação a gênero e estilo, o que exige coleções cada vez mais adaptáveis a ambos os sexos. Meninos e meninas querem exercitar a liberdade de serem o que quiserem, e a roupa precisa acompanhar esse comportamento. Nos próximos anos, deveremos assistir a mudanças significativas nas coleções e nas vitrines das lojas. Já muitos exemplos, especialmente fora do Brasil, de marcas que estão optando por extinguir as seções “meninos” e “meninas” e organizar as roupas por estilos. O mesmo vale para cores e estampas, que estão cada vez mais democráticas e menos marcadas por características que, até então, significavam gênero masculino e feminino.

Um beijo e até a próxima

Rafa Donini

  • Rafaela Donini

    Mãe da Donatella, dedica-se há mais de uma década ao mundo da moda como empresária, no marketing de coleções infantis. Dirige o portal Primi Stili, que tem curadoria de dicas e experiências contemporâneas para a infância

Data da postagem: 24 de agosto de 2017

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