Dengue na gravidez: conheça os riscos e como é feito o tratamento

Prevenir a proliferação do famoso Aedes aegypti e usar repelentes poderosos é ainda mais importante entre as mulheres grávidas. E não é só por causa do vírus Zika e da microcefalia — a dengue na gravidez também pode causar graves problemas ao desenvolvimento saudável do bebê.
O motivo é que a dengue acaba comprometendo a coagulação sanguínea. Se a doença não for devidamente tratada, isso pode fazer com que a placenta se desprenda. Que, por sua vez, pode causar um aborto ou parto prematuro.
A dengue na gravidez também pode provocar outros problemas como a hemorragia, eclâmpsia e pré-eclâmpsia, comprometimento do fígado e falência dos rins. Esses riscos são maiores quando a doença é contraída no início ou no final da gravidez. Mesmo assim, o tratamento existe e, quando seguido corretamente, é bastante eficiente para evitar essas consequências.
Em 2018, foi comprovado cientificamente que a dengue também pode aumentar em 50% as chances de a criança nascer com problemas neurológicos. Estas conclusões fazem parte das investigações de pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e da London School of Hygiene and Tropical Medicine (LSHTM).
A epidemiologista Enny Paixão, que lidera a pesquisa, frisa que as anomalias neurológicas durante a gestação são consideradas raras, ocorrendo em apenas 0.08% dos nascimentos da amostra. É por isso que esta relação foi comprovada recentemente, com estudos de grande volume de dados.
O estudo observou que as malformações da medula espinhal e do cérebro foram quatro vezes mais frequentes em mulheres com dengue durante a gestação. Mas a pesquisa comprova mais uma vez a importância da prevenção e do tratamento devido quando detectada a doença.
Como é feito o tratamento
O tratamento para dengue em mulheres grávidas é geralmente feito a partir da internação hospitalar. A realização de exames de acompanhamento, junto a aplicação de soro, analgésicos e antitérmicos é essencial para o controle da doença e a diminuição de riscos graves.
Somente em casos mais leves, o tratamento pode ser feito em casa. Mas é importante ficar atenta aos sintomas e não deixar de seguir à risca as recomendações médicas. Ao menor sinal da doença, procure um médico!









