Desligar de tudo no ballet
Depois que a minha primeira filha nasceu, passei uma temporada longe de academia (que, definitivamente, não é a minha praia) e de toda e qualquer atividade física. Com tantas mudanças que um filho traz na rotina, eu simplesmente não conseguia arrumar tempo. Aliás, até havia umas brechas, mas, nesses intervalos, eu preferia des-can-sar!! Os meses foram passando, engravidei de novo e continuei nessa vida que só não chamo de sedentária, pois seria uma injustiça. Mãe pode ser tudo, menos sedentária!
Na volta da segunda licença-maternidade, tomei uma decisão (que muitas vezes me encheu de culpa): separar duas manhãs para cuidar de mim. Tive de praticar o desapego, deixar os filhotes com a (super) babá e investir no momento “eu mereço”. Afinal, a falta de atividade física não estava apenas colocando meu pique lá embaixo! Olhando no espelho, tuuudo estava ladeira abaixo!!!
Decidi voltar ao ballet clássico, minha paixão de infância que larguei quando virei adolescente (numa daquelas crises bobas típicas da fase). Passei anos arrependida e, exatos 23 anos depois (mas não espalha que já tenho história de duas décadas pra contar…), vesti meia-calça, collant, sapatilha e me aventurei em uma aula. Desempenho no estilo vergonha alheia, mas que não me fez desistir. Coisas da maturidade. Continuei, firme e forte, reaprendendo os passos com uma professora ótima e exigente, a Vivi.
Já faz 3 anos que voltei a dançar. E até retomei as aulas de ponta. Me sinto ótima (e vitoriosa) por ter esse momento só meu, em que mexo o corpo, ouço música clássica e, confesso, até me esqueço dos filhos enquanto me concentro no treino de piruetas e fuettés. Volto do ballet leve, bem-humorada e…. mais sarada. Certamente, as horinhas que passo fora, são compensadas com muito mais disposição para cuidar dos pequenos.
Se você está no impasse entre fazer ou não algo só por você, pense nisso com carinho. Vai ser ótimo!