Mitos e verdades sobre o sexo durante a gravidez


Dr. Domingos Mantelli
por: Dr. Domingos Mantelli
Médico especializado em Ginecologia e Obstetrícia

barriga grávida casal 

O orgasmo libera substâncias que promovem bem-estar na mãe e, por consequência, no bebê (Foto: Freeimages)

Ainda hoje, muitas mulheres (e homens também!) têm receio de transar durante a gravidez. Entre os medos mais comuns, estão a possibilidade de machucar o bebê e até mesmo sofrer um aborto. Mas a maior parte das preocupações em relação ao sexo ao longo dos nove meses são mitos. De modo geral, se está correndo tudo bem na gravidez, tanto com a mãe quanto com o bebê, o casal pode manter sua rotina sexual sem problemas.

Um dos questionamentos feitos pelas gestantes é se pode ocorrer algum problema em acariciar os seios durante as relações sexuais, já que o toque nessa região poderia estimular o trabalho de parto. De fato, carícias mais vigorosas nos seios podem, sim, liberar o hormônio ocitocina, que está relacionado às contrações uterinas. No entanto, se o toque for leve e superficial, realmente não tem problema.

Outra dúvida comum dos casais “grávidos” diz respeito ao orgasmo. Muitos se perguntam se o bebê irá sentir alguma coisa. O orgasmo produz endorfinas, hormônios que trazem uma sensação de bem-estar não só à gestante, mas também ao bebê. Se a gestante estiver com dificuldade de atingi-lo, possivelmente há algum fator emocional por trás. Nesse caso, vale a pena manter um diálogo franco com o parceiro e buscar ajuda do obstetra ou outro profissional para esclarecer todas as dúvidas e se tranquilizar.

Claro que o casal deve observar se alguma posição gera desconforto e, se for o caso, procurar outras maneiras em que ambos se sintam bem. Alguns optam por não ter relações sexuais com penetração, devido ao tamanho da barriga ou à proximidade com o parto, preferindo dedicar-se ao sexo oral ou à masturbação mútua. O importante, repito, é que vocês estejam confortáveis com a situação.

Seu filho está bem abrigado no útero, acredite! Durante a relação, o bebê não tem contato com o pênis, nem com o esperma masculino. O que pode acontecer, e isso não é motivo para se assustar, são contrações leves depois do ato sexual. O útero é um órgão ativo, formado por musculatura lisa e, portanto, se contrai regularmente diante de certos estímulos. Além disso, uma substância presente no esperma, chamada prostaglandina, também estimula as contrações. Nesse caso, o uso do preservativo pode amenizar tais contrações. Esses movimentos uterinos, que mais parecem uma cólica suave, porém, não são capazes de desencadear o trabalho de parto.

A prática sexual é muito benéfica porque aumenta o fluxo sanguíneo na região pélvica da mulher e a oxigenação do feto consequentemente. O sexo somente deve ser interrompido se o médico constatar, durante o pré-natal, alguma complicação ou risco de abortamento e trabalho de parto prematuro (como hipertensão, diabetes, pré-eclâmpsia, gravidez de gêmeos, entre outros). O mais importante é a mulher se sentir bem e respeitar seus limites. Caso sinta algo diferente do normal, é essencial informar ao médico para que o profissional tome providências para manter a mãe e o bebê seguros.

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  • Dr. Domingos Mantelli

    Médico especializado em Ginecologia e Obstetrícia. Papai da Giulia e da Isabella. E autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra” e pai da Giulia

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