Guilhermina Guinle: ela escolheu ser mãe mais tarde

Guilhermina Guinle é atriz, tem 40 anos e estará na próxima novela das 23h da TV Globo, “Verdades Secretas”, escrita por Walcyr Carrasco. A seguir, ela conta ao It Mãe como fará para conciliar os novos horários – entre as gravações e os cuidados com sua filha Minna, de apenas 1 ano e 4 meses.
Ela comenta ainda que ter filho ao 38 anos foi uma escolha pessoal e que ela se sente muito feliz – e preparada – para aproveitar ao máximo esse momento. “Valeu a pena ter esperado um tempo a mais para engravidar”, afirma ela.
Confira na entrevista a seguir essas e outras curiosidades sobre o “lado mãe” da atriz!
– Como foi a escolha do nome “Minna” para sua filha?
Mina (com um “n” só) era meu apelido de infância. Tanto que aos 14 anos ganhei o CD de uma das maiores cantores italianas que tem esse mesmo nome. E eu queria ter uma “mini-Mina”. E já tínhamos decidido o nome da nossa filha.
Mas quando o Leonardo [Antonelli, irmão de Giovanna Antonelli], meu marido, foi registrá-la, ele quis fazer uma surpresa. Registrou-a como “Minna” (com dois “n”) porque é um nome de origem germânica e que significa “amor”.
– Como está sendo, pra você, a experiência da maternidade?
Ah, eu curto cada momento com minha filha. Engravidar é maravilhoso, eu fiquei fascinada. É incrível acompanhar de pertinho a evolução do ser humano, sentir que ele está crescendo dentro de você e, depois, ver cada fase do desenvolvimento da criança. Eu lembro da Minna forçando a cabecinha, e isso ia dando apoio para ela fortalecer a cervical, ficar sentadinha, levantar etc.
Aí percebemos o quanto a gente não sabe nada e como aprendemos tudo – e todo dia –, especialmente quando temos um filho. Nós aprendemos a ser mãe, ninguém nasce uma mãe já “prontinha”, perfeita.
– De que forma você “se divide” para conciliar os papéis de mãe, esposa e profissional?
É, a mulher tem muitas tarefas mesmo para conciliar. Eu acho que, na verdade, a gente passa a vida inteira tentando aprender como fazer isso da melhor forma. Mas sempre conseguimos dar um jeito. Eu tive a sorte de a TV Globo sempre valorizar muito a licença-maternidade, então, nunca pediram para que eu fizesse nada nesse período. Eles me deixaram em casa um ano foi um sonho ter ficado esse período todo com a Minna.
Até porque, essa é uma fase em que eles são bebês, é muito único. É quando eles começam a andar, falar, virar etc. Eles nascem sem saber nada e precisamos estar por perto para ensinar tudo, dependem 100% da gente. Claro que nem sempre é possível ficar tanto tempo em casa de licença, mas tive sorte.
Agora voltarei a trabalhar na próxima novela, “Verdades Secretas”, das 23h, do Walcyr Carrasco. E como logo mais vou começar a fazer as leituras, terei que reorganizar os horários. Eu tenho uma babá que sempre me ajudou, mas ela é folguista, ou seja, sábado e domingo não fica em casa.
É que escolhemos ficar só a gente com a Minna no fim de semana. O que é legal porque se o Leonardo vê que eu estou cansada, ele vai e fica com ela, me ajuda. É muito boa essa troca, esse carinho, aproxima toda a família.
E eu integro bastante ele nos cuidados com a Minna. Eu tomo banho todo dia com ela, por exemplo, desde que nasceu. E eu passei isso para o Leonardo. Tanto que, às vezes, ele já chega do trabalho e a pega para tomar banho.
Além disso, procuro reservar um tempinho para namorarmos também, como ir ao cinema, sair para jantar etc. Não sobra muito tempo, mas eu encaixo o “momento cuidar de mim” dentro dos horários que sobram. Eu só não consegui ainda voltar a malhar. Mas já faço, duas vezes por semana, pilates com o Leonardo. É bom porque é mais um período que aproveitamos para ficarmos juntos.
Sem contar que fazemos vários programas em família. Desde que a Minna nasceu já viajamos muito. Quando ela tinha 6 meses, pra você ter uma ideia, a colocamos no avião e fomos para o Havaí.
– Por que a escolha de ter um filho depois dos 35 anos?
Olha, eu acho muito bom e legal as mulheres terem essa opção hoje em dia de escolher quando é o melhor momento para terem filho. Durante muito tempo, entre os 20 e 30 anos principalmente, eu sentia vontade de ter um bebê. Mas parava para pensar e via que ainda deveria esperar um pouco mais, tinha bastante coisa que eu queria fazer. É uma fase um pouco egoísta, mas que acho necessária e fundamental.
Nesse período eu aproveitei para ir me descobrindo mais como mulher, escolher os caminhos que eu queria seguir sem muitas preocupações etc. Sem contar que se você tem filho mais velha, fica menos ansiosa e não pensa que se tiver um bebê você vai perder algo. Na época em que eu estava amamentando, por exemplo, todo mundo estava na loucura de reservar um lugar no camarote VIP, no Carnaval. E eu não estava nem aí, queria curtir a Minna.
Eu decidi ter aos 38 anos. E aí já tinha viajado tudo o que eu queria, a minha carreira e vida pessoal estavam mais estáveis e equilibradas. Cobranças sempre vão existir, mas mesmo assim acho que hoje respeitam mais essa decisão da mulher. E o importante é você ter sua personalidade e saber o que quer, e qual o momento para isso.
E isso não significa que você não será feliz enquanto não tiver filhos. Até você ter um bebê, não sabe como é maravilhoso ser mãe. Então, você também vive muito bem, realizando seus sonhos e projetos, curtindo esse outro momento. É como o chocolate, enquanto você não experimenta, consegue viver feliz também.
Mas eu agradeço por ter a felicidade de saber que nessa vida tive a oportunidade de passar por isso, ser mãe. Tem gente que conheço que não pode engravidar. Então, é preciso esperar, mas deve-se saber o limite, pois nunca sabemos o que pode acontecer com nosso corpo. Quando você achar que é momento, tenha. Vale a pena, é maravilhoso. Eu estava feliz antes, com outras coisas. Agora estou feliz assim, e quero curtir 100% esse momento.
– Você teve endometriose. Como foi passar por isso?
Quando eu fiz 35 anos decidi realizar todos os exames para saber como estava o meu sistema reprodutivo. E ninguém descobria, mesmo eu fazendo exames, que eu tinha endometriose. Eu não tinha nada, nem dor. Aliás, acho que é uma doença que deveria ser melhor explicada às pessoas. Além da endometriose – e por causa dela – descobriram também que as trompas estavam entupidas.
Primeiro eu fiz alguns tratamentos e que não deram certo. E aí, então, decidi fazer a cirurgia. Tirei a endometriose, mas não conseguiram desentupir as trompas. Mesmo assim, parei a pílula e depois de 6 meses engravidei. Eu achava que não isso não ia acontecer naquele momento, que ia demorar mais.
– Você fez alguma surpresa para contar ao Leonardo que estava grávida?
Eu fiquei sabendo que estava grávida numa viagem a Punta del Leste. Na verdade eu não achava que poderia ser verdade porque tive todos aqueles problemas antes e pensei que fosse demorar mais. Mas fiquei desconfiada e comprei dois testes de farmácia durante a viagem: deram positivo! Na dúvida, fui até um laboratório de Punta del Leste e também deu que eu estava grávida. Primeiro dá um nervoso, você pensa “como assim”? É um susto que vem seguido de alegria.
Aí, com tudo confirmado, e como o Leonardo chegaria para me encontrar no hotel no dia seguinte, comprei uma cegonha que tinha um bebê. Deixei-a em cima da cama junto com os dois resultados do exame de urina e o de sangue. Aí fiz a surpresa e ele também não acreditava.
Aliás, durante a gravidez eu nunca tive enjoo, desejo e nem vomitava. Então, a gente demora mais tempo para realizar a ideia de que realmente está grávida. Até as 35 semanas, por exemplo, eu estava viajando em Nova Iorque. Parece que a mulher tem nove meses para ir acreditando, realizando a ideia de que ganhará um filho.
– Como foi quando você precisou parar de amamentar?
Eu amamentei até o quarto mês e sempre tive muito leite. Fiz tudo normal e raramente eu pulava uma mamada. Mesmo assim, a Minna começou a mamar muito rápido, quando não parava e chorava. Eu achei estranho e cheguei a pensar que ela não gostava mais do meu leite. Coisa de mãe de primeira viagem.
Aí fiquei arrasada, tentei várias coisas e mesmo assim o leite não voltava. Tentei, inclusive, uma sonda que você coloca no bico do peito e o leite saí da mamadeira, só para estimular a sucção. Tomava chá de tudo que me falavam também. Até que num determinado momento o pediatra disse “chega”. Era muito sofrimento e aí decidimos ir para a mamadeira.
Mas não senti culpa. Era muito bom amamentar, eu gostava demais. No entanto, eu estava feliz porque mesmo eu usando leite em pó, sabia que ela ia ter alimento. Culpa é não ter como dar/comprar comida.
E aí o lado bom é que, apesar de eu ter ficado muito triste de ter parado de amamentar, eu teria mais tempo livre para fazer as minhas coisas. Tempo esse que era de mais ou menos 1h30 (rs) só, mas que já era um tempinho a mais que eu poderia correr para resolver uma ou outra coisa.
– A Minna saiu da maternidade com uma roupinha de quando você era bebê?
Sim, minha família é toda gaúcha, bem tradicional. E minha mãe foi levando, ao longo do tempo, tudo para a fazenda que temos lá no sul do país. E a Eva, que cuidou da gente – de mim e dos meus irmãos – desde que éramos pequenos, guardou todas nossas roupinhas numa mala. E quando vi tinham muitas coisas lindas e da época, inclusive com golinhas trabalhadas, que é difícil de achar hoje em dia. Aquele algodão que só se via naqueles tempos, molinho.
Lavei, estava tudo guardado há 40 anos, e nós engomamos. Aí escolhi a roupa que eu usei para sair da maternidade para a Minna também. É uma coisa!
– Você e o Leonardo pretendem ter mais um filho?
Adoraria, filosoficamente falando. Mas ainda não sei. A Minna já tem o Gabriel (20 anos) como irmão, que é filho do Leonardo (44), e está apaixonado por ela. Se eu tiver outro bebê será um “plus”, mas agora a gente ainda não está pensando nisso. Queremos curtir ao máximo a Minna.