É dengue, gripe ou Covid? Um guia prático para mães
Nos últimos meses, os casos de dengue aumentaram muito no Brasil. Por causa desse surto da doença, há mais de 1 milhão de registros de pessoas contaminadas. E, além da dengue, os quadros de gripe pelo vírus influenza e de Covid-19 também seguem preocupantes. Nesta última doença, por exemplo, os casos de contaminação em São Paulo subiram para 3.196 na semana entre 11 e 17 de fevereiro de 2024 (com um aumento de 258% em relação a janeiro). Dessa forma, é fundamental que a gente saiba se prevenir de contaminações – que são, sim, evitáveis – e que proteja a nossa família. Uma vez que alguns dos sintomas dessas três doenças são similares, é normal ficar confusa. Por isso, a gente montou um guia prático para mães, para ajudar tanto a identificar os sintomas de cada uma quanto a preveni-las.
Dengue
A dengue é uma doença infecciosa que ocorre pela transmissão de um dos quatro tipos diferentes de vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4). Assim, o principal contato do vírus com o nosso corpo se dá pela picada da fêmea do inseto vetor, que é o mosquito Aedes aegypti – e cuja reprodução acontece a partir do depósito de seus ovos em água parada. Outras formas incluem a transmissão vertical (que é quando a grávida passa o vírus da dengue para o bebê) ou por transfusão de sangue.
Sintomas da dengue:
No caso do aparecimento destes (já que, às vezes, a dengue pode ser assintomática), estão:
Febre alta – entre 39ºe 40º C, e que dura de dois a sete dias. Esta é uma das primeiras alterações físicas nas quais devemos ficar de olho;
Dores de cabeça, nas articulações, atrás dos olhos e no resto do corpo;
Erupção e coceiras na pele;
Perda de peso;
Náuseas e vômitos;
Dor abdominal intensa, sangramento de mucosas e vômitos persistentes, em casos mais graves.
Como se prevenir:
Elimine a água parada: você sabia que 75% dos focos de Aedes aegypti estão dentro de casa? Então, para combater a reprodução do mosquito, o importante é acabar com qualquer reservatório de água parada, seja ela limpa ou suja (como em vasilhas de animais, vasos de plantas, pneus e garrafas), ou tampar as caixas d’água da forma correta. Além do que, tirar a água parada de demais reservatórios não é o suficiente, já que precisamos também limpá-los por inteiro, porque o ovo do mosquito pode se manter ali por até um ano;
Use inseticidas: para eliminar o mosquito, você pode usar inseticidas comuns. Os preços variam conforme o tamanho da embalagem e as marcas, mas qualquer um aprovado pela Anvisa já ajuda no combate do inseto;
Use repelentes: estes têm efeito temporário e indeterminado, mas podem ser usados de vez em quando, tanto diretamente na pele quanto por cima das roupas. Para as crianças, existem repelentes adequados de várias marcas diferentes, como o da Off! (a partir dos dois anos de idade), da SBP (a partir dos dois meses de idade) e da Granado (a partir de cinco meses);
Outras formas de espantar o mosquito: ares-condicionados e ventiladores inibem o inseto (mas não o matam). Porque, no caso do ar-condicionado, este muda a umidade do ambiente, enquanto que o ventilador pode afastar o Aedes aegypti através do vento. Além disso, mosquiteiros e roupas que cubram a maior parte do corpo podem impedir a picada do mosquito – mas, lembre-se de que eles não garantem que a picada não ocorra. E, por fim, tomar vitamina B pode afastar o inseto dos nossos corpos, mas também não é algo cem por cento eficaz, já que o efeito varia de acordo com o metabolismo de cada pessoa – podendo até não fazer nenhuma diferença;
Vacine o seu filho contra a dengue: o Ministério da Saúde pretende vacinar crianças de 10 a 14 anos até o fim da primeira quinzena de março. Essa faixa etária tem prioridade, no momento, por causa da maior incidência de hospitalização por dengue dos 10 aos 14 anos de idade. Assim, o primeiro lote de vacinas – com 712 mil doses – foi enviado a 315 municípios de dez estados diferentes (Distrito Federal, Goiás, Bahia, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Mato Grosso do Sul, Amapá, São Paulo e Maranhão). Isso significa que você já pode levar o seu filho, se ele tiver 10 ou 11 anos, para se vacinar.
Gripe
A gripe é uma doença infecciosa viral (do vírus influenza), altamente contagiosa e que é transmitida pela troca de secreções contaminadas entre as pessoas. Isso acontece pelas gotículas respiratórias no ar, de tosse ou espirro; pelo toque em uma superfície contaminada; pela saliva (através de beijos e compartilhamento de bebidas), e pelo contato direto com a pele de outra pessoa.
Sintomas da gripe:
Febre;
Dores de cabeça, no corpo e na garganta;
Tosse;
Coriza e congestão;
Cansaço.
Como se prevenir:
Lave as mãos frequentemente com água e sabão ou usar álcool gel, principalmente depois de tossir ou espirrar (nas mãos);
Tussa e espirre em um lenço descartável;
Não compartilhe alimentos ou qualquer objeto de uso pessoal (como copos e toalhas);
Evite ambientes fechados ou com aglomeração de pessoas, caso você já esteja contaminada;
Vacine-se contra a gripe: o Ministério da Saúde vai antecipar a campanha de vacinação contra a gripe para o dia 25 de março nas regiões do Nordeste, do Centro-Oeste, do Sudeste e do Sul (mas que deve ser antecipada). Enquanto isso, na região Norte, o Governo Federal mudou a estratégia da campanha e já imunizou a população entre novembro e dezembro de 2023. Isso porque o período de maior circulação viral e de transmissão da gripe acontece no chamado Inverno Amazônico – que dura de dezembro a maio, por conta do aumento de chuvas. Neste ano, a estratégia vai ser a mesma e a vacinação contra a gripe no Norte será no segundo semestre. Já no restante do país, os vírus geralmente começavam a circular em maio, junho e julho; mas, como também houve uma antecipação dessa circulação, a vacinação foi programada para março deste ano.
A vacina utilizada é trivalente, ou seja, apresenta três tipos de cepas de vírus em combinação, e protege contra os principais vírus em circulação no Brasil.
Segundo o site do Ministério da Saúde, podem se vacinar:
- Crianças de 6 meses a menores de 6 anos;
- Crianças indígenas de 6 meses a menores de 9 anos;
- Trabalhadores da Saúde;
- Gestantes;
- Puérperas;
- Professores dos ensinos básico e superior;
- Povos indígenas;
- Idosos com 60 anos ou mais;
- Pessoas em situação de rua;
- Profissionais das forças de segurança e de salvamento;
- Profissionais das Forças Armadas;
- Pessoas com doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais (independentemente da idade);
- Pessoas com deficiência permanente;
- Caminhoneiros;
- Trabalhadores do transporte rodoviário coletivo (urbano e de longo curso);
- Trabalhadores portuários;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- População privada de liberdade, além de adolescentes e jovens sob medidas socioeducativas (entre 12 e 21 anos).
Além disso, as crianças que vão receber o imunizante pela primeira vez devem tomar duas doses, com um intervalo de 30 dias entre cada uma.
Covid-19
A Covid-19 é uma doença infecciosa causada pela transmissão do coronavírus, da mesma forma que a influenza, no caso da gripe (pelo ar, através do contato físico com pessoas contaminadas).
Sintomas da Covid-19:
Febre ou sensação febril;
Calafrios;
Dores de cabeça, no corpo e na garganta;
Tosse;
Coriza;
Cansaço;
Perdas de paladar ou olfato.
Obs.: No começo, os sintomas da Covid são menos agressivos do que os da gripe, mas duram por mais tempo.
Como se prevenir:
As medidas tomadas contra a Covid são exatamente as mesmas que as da gripe. Afinal, os vírus de ambas as doenças são transmitidos pelo ar.
Vacinação: segundo informações divulgadas pelo Ministério da Saúde, o esquema vacinal contra a Covid-19 (desde janeiro deste ano) é o seguinte:
Uma dose de vacina contra a covid-19 bivalente a cada 6 meses para os seguintes públicos prioritários:
– Gestantes e puérperas;
– Idosos;
– Pessoas imunocomprometidas.
Uma dose de bivalente anual para os seguintes grupos prioritários:
– Pessoas vivendo em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) e Residências Inclusivas (RI) e seus trabalhadores;
– Indígenas, ribeirinhos e quilombolas;
– Trabalhadores de saúde;
– Pessoas com deficiência permanente;
– Pessoas com comorbidades;
– Pessoas privadas de liberdade de 18 anos ou mais, funcionários do sistema de privação de liberdade e adolescentes cumprindo medidas socioeducativas;
– Pessoas em situação e rua.
Obs.: É importante considerar a recomendação de uma dose a cada 6 meses para pessoas acima dos 60 anos que residem em ILPI.
Crianças de 6 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias:
Completar ou iniciar o esquema vacinal de três doses com vacina Pfizer tampa vinho (possibilidade de uso da Coronavac para crianças de três e quatro anos de idade).
Crianças de 5 a 11 anos:
Se fizer parte de algum grupo prioritário, deve se vacinar com Pfizer tampa laranja. A vacina bivalente é indicada para maiores de 12 anos.
Obs.: Para as crianças, a primeira dose da vacina deve ser aplicada aos seis meses de idade. A segunda dose, aos sete meses, e a terceira dose, aos nove meses. Vale frisar que todas as crianças de seis meses a cinco anos de idade não vacinadas ou com doses em atraso podem completar o esquema de três doses, seguindo o mesmo intervalo recomendado entre as doses. Crianças que já receberam três doses de vacinas contra a Covid-19, neste momento, não precisam de doses adicionais.
Não vacinados ou com apenas uma dose:
Pessoas que não fazem parte de nenhum grupo prioritário e que não tenham sido vacinadas anteriormente (sem nenhuma dose prévia), ou que tenham recebido apenas uma dose de vacina, podem optar por se vacinar, então podem iniciar e/ou completar o esquema primário de vacinação (que é o de duas doses).
Fontes desta matéria:
Página oficial do Instagram da Prefeitura do Rio de Janeiro;
Site oficial do estado do Paraná;
Conteúdo publicado pela Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde;
Publicações do site oficial do Ministério da Saúde (sobre gripe e sobre dengue);
Site oficial da Secretaria de Estado da Saúde, do estado de Santa Catarina;
Site da Bio-Manguinhos/ Fiocruz (Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, que é uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz e vinculada ao Ministério da Saúde);
Site oficial da APM (Associação Paulista de Medicina).