Você precisa ler Cinquenta Tons de Cinza?


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe

 

Nunca vi uma trilogia fazer tanto sucesso com o público feminino quanto Cinquenta Tons de Cinza. Sim, Crepúsculo também foi uma febre (principalmente entre os adolescentes), mas Cinquenta Tons ganha. Principalmente entre as mães da nova geração. Sim, nós, it mães. Best-seller nos EUA, best-seller no Brasil, febre em todo o mundo, o livro da estreante escritora inglesa E L James dá o que falar. E divide opiniões. Tenho uma amiga que considerou uma grande bobagem, uma embalagem moderna e com referências cheias de grife (como a garrafa de Bollinger Grande Annee Rose 1999) para aqueles livretos românticos da série Sabrina. Essa parou de ler na metade. Tenho outra amiga que não conseguiu desgrudar da trama e leu o primeiro livro em 48 horas (mesmo sendo mãe de dois), já está lendo o segundo e comprou o terceiro. Eu também estou lendo (ainda estou no primeiro livro) e acho que já posso deixar aqui as minhas impressões. Ou melhor dar argumentos para você correr para a livraria e comprar o seu. Ou passar longe de mais um fenômeno literário. Então, vamos lá. Será que você pre-ci-sa ler Cinquenta Tons de Cinza?

 

NÃO, NÃO, NÃO

 

Se você procura um livro de alta qualidade literária Não Cinquenta Tons não é um primor da literatura. A começar pelo clichê principal do livro: a moça ingênua que se apaixona pelo empresário lindo, poderoso e sexy. Também tem personagens nada convincentes. Até agora não consegui entender, por exemplo, como uma jovem universitária americana, de 22 anos, morando fora de casa com amiga, continua virgem (e, mesmo inexperiente, consegue dar um show de sexo oral logo na primeira vez com Grey!) Se você se apegar a essas coisas, certamente vai ficar tentada a fechar o livro na décima página (digo isso, porque quase aconteceu comigo).

 

 

Se romance não é o seu gênero favorito de livro  Cinquenta Tons tem água, açúcar e, claro, muita pimenta. Mas não deixa de ser um romance. É recheado de descrições do ponto de vista bobinho de Anastasia, que, como diz minha amiga Milena, enrubesce por qualquer coisa.

 

 

Se você acha que mulher submissa é o fim Há quem fique passada com o fato de Anastasia ser submissa a Grey. E simplesmente torça o nariz para o enredo. Cá pra nós, eu acho que a submissão dela ali é relativa, pois Grey está caidinho por ela e ela sabe disso (e essa informação dá um poder danado para qualquer mulher, não é mesmo?)

 

 

Se você quer um livro que convença Os traumas da infância são a  justificativa para Grey ter preferências sádicas na cama. E esse lado obscuro do personagem… não convence. Para minha amiga Regiane, o enredo é só uma desculpa para a autora despejar o conteúdo bem ao estilo “Júlia” nas páginas.

 

Se a mosquinha de 50 tons não picou você Se mesmo com todo o buchicho em torno do livro você não se interessou/acha que tem mais o que fazer/ mais o que ler.

 

 

SIIIIM!!

 

Se você não quer ficar de fora do assunto das rodinhas das amigas Na academia, embaixo do guarda-sol na praia, nas festinhas de criança, no jantar na casa de amigos… Passe por um grupo de mulheres e certamente em algum momento o assunto vai ser a história da ingênua Anastasia Steele e do sedutor Christian Grey.

 

Se a sua vida sexual precisa de um up Filhos, trabalho, stress, preocupações do dia a dia. Depois que a gente tem filho fica mesmo difícil virar a chavinha para a nossa versão sexy. Para esse fim específico, Cinquenta Tons faz milagres. Se o enredo não é tão bem escrito assim, a cenas de sexo são descritas em detalhes e realmente têm o poder de fazer você pensar naquilo (depois de tantos anos como editora na revista NOVA Cosmopolitan, falo isso com conhecimento de causa). Bastam algumas páginas antes de dormir e… você não vai querer virar para o lado e dormir. A vida a dois agradece.

 

Se você quer desligar  do mundo e sonhar Tenho um palpite de que o sucesso de 50 tons se deve ao fato de que traz justamente o que as mulheres poderosas de hoje sentem falta: um homem que decida, resolva tudo para elas. Em algum lugar no inconsciente, apesar de não abrir mão de todas as conquistas, a mulher quer poder ter a chance de relaxar e saber que tudo está sendo resolvido, saber que há alguém no comando, um homem com H maiúsculo e não um acomodado ressentido com o sucesso feminino. Em Cinquenta Tons, esse homem, Christian Grey, vem no pacote de príncipe encantado moderno (pois não deixamos de ser românticas): é milionário, tem helicóptero (e sabe pilotar), é lindo, sarado, jovem, inteligente, sexy.

 

Se você quer ter a sua opinião sobre o livro Nesse caso, não adianta pedir para alguém fazer um resumo, ou se contentar com a minha opinião ou de outras amigas. O jeito é ler com os próprios olhos. E dar o seu veredicto também.

 

 

 

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

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