Com filhos… e apaixonados!
Casais sem filhos são mais felizes que casais com filhos. Essa foi uma das constatações de um levantamento realizado ao longo de dois anos por pesquisadores do Reino Unido. Os resultados da pesquisa sugerem que casais sem filhos dedicam mais tempo à manutenção do relacionamento, a apoiar o parceiro, a dizer “eu te amo” e a conversar abertamente. Quem é mãe (e pai) sabe bem os motivos que levam um casal a não ter essas atitudes com tanta frequência! Acontece tanta mudança com a chegada de um bebê que é bem comum deixar o relacionamento para “qualquer hora que der”.
A vida a dois pode mudar já na gravidez. Enquanto há mulheres que ficam com a libido a mil durante a gestação, há outras que nem conseguem pensar em sexo. Há casais que simplesmente preferem deixar isso pra lá, achando que não vai ser bom para o bebê (mesmo que o ginecologista diga que não há problema algum). Mas não estou falando só de sexo. O cuidado e a atenção que um dava para o outro, acaba sendo transferido para o bebê. E aí o ciúme vem que vem, a sensação de rejeição pode aparecer e um monte de encanações na cabeça começam a ganhar espaço.
Para completar, a vida acelera ainda mais, o tempo para conversar se restringe a alguns minutinhos entre o momento que as crianças vão dormir e o sono bate (isso, se ele não bate antes!). Ainda tem as cobranças do trabalho (o stress atingem em cheio a vontade de pensar naquilo!) e a corrida para ganhar dinheiro – afinal, ter filhos aumenta as responsabilidades financeiras. Com tanta função, o espaço para o romance se reduz a pó. Diante dessa nova realidade, há quem acabe perdendo a mão do relacionamento e há também quem encontre saída capazes de transformar os problemas em oportunidade para fortalecer o relacionamento e ficarem ainda mais conectados. Passei a observar o comportamento dos casais que mantêm o casamento firme e forte. E olha só o que eles me ensinaram:
“Discutir a relação faz parte” Mesmo quem se orgulha de nunca ter passado por uma discussão brava durante o namoro e se entende só de se olhar, acaba se vendo obrigado a conversar muito mais sobre a relação depois dos filhos. Esse ajuste de ponteiros verbal é importante para evitar mal entendidos que são a semente do desgaste de qualquer relação. Se algo passou a incomodar, tem que falar, não dá para deixar passar!
“Nem sempre é preciso dizer algo” Não, não é preciso fazer DR todo dia! Segurar na mão, abraçar, beijar, procurar estar perto… Esses sinais não-verbais de amor mantêm a conexão no dia-a-dia. E rompem a distância causada pela vida cheia de pressão.
“Cuidados com as crianças? Missão dos dois” Atenção mães centralizadoras! Cuidado para não monopolizar os cuidados com os filhos tirando o outro da jogada. Atenção pais! É preciso tomar a iniciativa para ajudar. A divisão dos cuidados faz com que o trabalho seja menor para ambos – e assim fiquem menos cansados para se curtir. Faz também com que se sintam um time que está no mesmo barco – e isso só aumenta a conexão. Se um dos dois se se sente sobrecarregado pelo outro, acaba se distanciando.
“Continuamos a namorar” Casais que prezam o romance têm uma rede de apoio de pessoas queridas que ajudam a cuidar muito bem das crianças enquanto eles dão uma escapadinha a dois. Pode ser um jantar romântico, um cinema uma viagem (eu acho essencial uma por ano para recarregar as baterias em todos os sentidos, como casal e como pais). O importante é ter muita oportunidade para conversar, fazer planos e renovar o amor.
“Reconquistar faz parte do pacote” Um casamento se transforma todo dia. Casais que mantêm o romance em dia sabem disso. São maduros para entender isso. Uma relação não fica pronta e acabada no dia da troca de alianças. Os filhos, então, mudam o jeito de encarar a vida, mudam a gente por dentro. Então, você está casado com a mesma pessoa, só que não. Ela muda e você muda. O que vai fazer essa história continuar de um jeito feliz são adaptações que cada dupla precisará fazer. E isso exige vontade e muito amor.