Sem empregada e sem babá – a missão


Daniela Folloni
por: Daniela Folloni
Jornalista fundadora e diretora de conteúdo do Portal It Mãe

No fim de 2012, depois de 1 ano trabalhando em home office, percebi que a estrutura de funcionárias na minha casa estava um pouco inchada. Como muitas empresas fazem, estava na hora de cortar. Com meus dois filhos – Bela, 4 anos, e Felipe, 2 anos, indo para a escola por meio período, decidi que não haveria mais necessidade de ter uma babá e uma empregada doméstica. Demiti a doméstica e propus à babá que me ajudasse com algumas coisas de casa (como lavar uma louça, tirar o lixo do banheiro etc) nos períodos em que as crianças estivessem na escola ou na natação. Eu contrataria uma faxineira para a limpeza pesada. Ela não topou e disse que não ficaria nessas condições. Então, às vésperas do Natal, minhas funcionárias partiram e eu decidi que encontraria uma profissional mezzo doméstica, mezzo babá para me ajudar.

Como era período de de festas e férias, relaxei e resolvi começar a minha busca em janeiro deste ano. Na primeira semana sem ajuda, foi um caos. Principalmente porque as crianças estavam de férias, cheias de energia… em casa. Nem faxineira eu tinha arrumado ainda! Resolvi eu mesma colocar a mão na vassoura, no balde, no rodo. Sinceramente, não levo jeito pra coisa. Mas foi ótimo esse choque até para eu poder ver o que realmente precisava ser feito em casa. Tomei um susto, por exemplo, quando vi que embaixo das máquinas de lavar e secar havia uma grossa camada de sujeira – atestado de que aquilo não era limpo há séculos! Sou um zero à esquerda também para passar. Então, levei as roupas pra lavanderia mais próxima.

Se por um lado estava sobrecarregada, por outro estava feliz por me sentir dona, de fato, da minha casa. Explico: quando eu trabalhava em uma empresa, eu não tinha tempo para nada e as minhas funcionárias foram meus braços direito e esquerdo em casa. Eram elas que comandavam a administração da casa. Eu pagava o salário e levava as listas enooormes de compra no supermercado, dava dinheiro para a feira toda a semana… Minha casa era uma indústria da comida – e me incomodava o fato de que muita coisa era desperdiçada. Também vivia querendo entender como 5 caixas de sabão em pó não eram suficientes para lavar a roupa durante um mês!  Assim que eu mesma passei a lavar as roupas (gente, colocar as coisas na máquina é muito fácil), o milagre da multiplicação aconteceu. nunca mais tive de levar as tais 5 caixas de sabão pra casa. Que coisa, né? E até aderi à versão líquida concentrada.

Contratei logo uma faxineira para cuidar da limpeza pesada, por motivos óbvios: não sei, não gosto e não quero aprender a fazer! E decidi calcular o tempo que gastaria para cuidar das coisas básicas do dia a dia de uma casa:

– Arrumar a minha cama: 3 minutos

– Arrumar a cama das crianças: 2 minutos cada

– Tirar os lixinhos dos banheiros e da cozinha: 5 minutos no total

– Tirar a mesa do café, colocar a louça na máquina e lavar mamadeiras: 10 minutos

– Regar as plantas: 3 minutos

– Juntar brinquedos pela casa: 7 minutos

– Colocar a roupa para lavar: 10 minutos

Descobri que é possível em 40 minutos deixar a casa em ordem.

Ainda assim, naquele momento estava decidida a ter alguém que me ajudasse a cuidar das crianças e  da casa. Contratei uma agência e achei uma pessoa ótima: organizada, com um bom tempero, carinhosa com as crianças… Ela até sabia dirigir! Ficou um, dois, três dias e então, me deu os 5 minutos e resolvi que não queria mais. Sabe quando a gente termina um namoro e fica com preguiça de começar uma relação tuuuudo  de novo? Foi assim que me senti. Lá no fundo, mesmo me considerando uma maluca por tentar dar conta do It Mãe (com mil e um projetos começando!!), das crianças, da casa, decidi viver aos moldes europeus – só para dar uma glamourizada no negócio 🙂

Para isso, armei um esquema poderoso, em que a organização, a flexibilidade de horário e a família que tenho são tudo!

– Enquanto as crianças estão na escola, trabalho com foco total e dou uma geral na casa (nos dias em que a faxineira vem, fica tudo por conta dela – até lavar e passar roupa. O mais lindo é que casa está até mais limpa do que antes. Como pode?)

– Conto muito com meus pais (que são simplesmente as pessoas mais generosas e incríveis que conheço). Duas vezes por semana – ou quando tenho uma reunião importante – meus filhos ficam com eles. E avós e netos adoram a convivência. Até minha irmã (casada, mas sem filhos) entra no circuito e me salva de vez em quando. No caminho oposto àquela tendência de “cada um viver a sua vida sem incomodar ninguém” , vivemos uma rotina a la família italiana!

– Quando tenho um compromisso à noite (ou quero sair com o marido no fim de semana) adivinhe quem me salva? A super ex-babá, que faz uns bicos pra mim. As crianças amam quando ela vem e eu saio tranquila e feliz!

– Pego o almoço num restaurante por quilo ótimo que tem todo o tipo de verdura, legumes… Muito mais variedade do que teria em casa. Levo pra casa (para não ter stress no restaurante – com dois pequenos é fogo!) o suficiente para aquele dia. Não tem desperdício, nem comida sobrando na geladeira (sem falar que o tempo no supermercado diminuiu e o hortifruti serve só para comprar frutas). Quando quero algo especial, fecho o computador mais cedo e preparo frango ao curry, cuscuz marroquino, risoto…

O saldo disso tudo é uma casa em limpa e mais econômica, crianças convivendo com a família (e aprendendo a não ter tudo nas mãos desde pequenas, pois babá em tempo integral acaba fazendo muitas das vontades deles) e preocupação zero com o PEC das domésticas. Descobri também que prefiro fazer certas coisas de casa (como passar um pano no móvel que está empoeirado) do que me estressar ao ver que aquilo não foi feito por quem deveria fazer. O lado ruim? Tem dia que não estou nem um pouco a fim de arrumar a cama. Tem dia que as crianças dão um trabalho danado e me deixam de cabelo em pé. Mas tudo tem um lado ruim. Estou feliz por comprovar que é possível ter uma nova configuração de vida, que combina mais comigo e, por que não?, com os tempos atuais.

 

Ah! E hoje li no jornal que as indústrias, por causa do PEC, vão investir em eletromésticos ainda mais funcionais!! Que venham todos. Vou adorar!

 

beijos

Dani Folloni

 

 

 

  • Daniela Folloni

    Jornalista, mãe de Isabela e Felipe, trabalhou nas revistas Vogue, Cosmopolitan e Claudia. Acredita que toda mãe merece sucesso, diversão, romance e oito horas de sono

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