Por que é importante escutar o seu filho
A comunicação entre adultos e crianças vai além da linguagem verbal, envolve gestos e ações (Foto: 123RF)
Assim que saiu o resultado do exame de gravidez, você provavelmente já começou a imaginar como seria o seu filho. Mas depois que o bebê nasceu, suas expectativas talvez não tenham se tornado realidade. Afinal, toda criança tem suas próprias vontades, sonhos e, claro, personalidade. Muitas vezes essa perda é vivenciada pelas mães (e pais também) como se fosse um luto. Mas em vez de apenas lamentar, vale a pena se esforçar para entender que seu filho vai fazer as escolhas dele – e essa é a base para uma relação de compreensão entre vocês, que irá se refletir no adulto em que ele se tornará.
O primeiro passo é exercer o que a psicologia chama de escuta ativa, ou seja, não apenas ouvir o que foi dito, como também “escutar” os sentimentos e significados relacionados. Afinal, a comunicação vai além da linguagem verbal, pois envolve a postura, a expressão facial, os gestos, a respiração, o olhar… No começo a gente tem mais dificuldade, uma vez que o bebê não fala. Mas a partir do choro e dos movimentos corporais temos alguns sinais do que ele quer expressar. E, assim que ele aprender a falar, dê espaço para ele dizer o que pensa e sente. Quando é acolhida e consolada em suas aflições, por mais bobas que possam parecer para os adultos, a criança reforça a confiança que têm nos pais.
Mas vale reforçar que, mesmo depois que aprender a falar, seu filho ainda vai usar a linguagem corporal para se comunicar. Uma crise de birra, por exemplo, nem sempre é manha. Talvez ele esteja demonstrando algo além da insatisfação daquele momento. Na correria do dia a dia, muitas vezes a gente tem pouco tempo para ouvir de verdade o que a criança quer dizer, o que ela sente, o que a incomoda. Por isso, em casa, desligue o celular sempre que possível, e esteja com o seu filho por inteiro, para ele sentir que também é importante.
Uma dica que facilita a interação entre adultos e crianças é ficar na altura dos pequenos para estabelecer um contato visual na hora da conversa. Essa postura (o príncipe William sempre aparece assim nas fotos com o pequeno George, já reparou?) coloca as pessoas no mesmo patamar, por isso, favorece a intimidade. Ao abaixar-se, a mãe ou o pai passam a ser figuras menos ameaçadoras. Porém, claro que não basta apenas se posicionar assim, se você não ouve o seu filho de forma aberta (sem julgamentos) e afetuosa.
Quando seu filho joga um brinquedo no chão ou faz qualquer outra coisa que a irrite, gritar pode resolver a situação na hora. Pois ele se assusta e fica com medo. No entanto, não quer dizer que tenha entendido de fato o que estava errado, principalmente porque não se apropriou das consequências de seus atos. Mas ao exercitar a escuta ativa, aproximando-se do pequeno e buscando compreender os motivos por trás dos gestos (ele não está só querendo te provocar, acredite!), as chances do comportamento mudar são maiores. Isso sem falar que o vínculo entre vocês vai ficar mais forte a cada dia.