Mãe não é tudo igual
O Dia das Mães se aproxima. Então, achei apropriado dedicar este post a você que é mãe. Te convido para refletirmos juntas sobre o sentido que a maternidade vem adquirindo nas nossas vidas.
Você é capaz de se lembrar quando seu pequeno balbuciou “mamãe” pela primeira vez? Você já viveu este momento mágico ou anseia pela chegada dele? Talvez todo este encantamento já tenha ficado no passado e você esteja naquela fase em que cada vez que ouve seu filho te chamando, você pensa, e por vezes, responde com certa impaciência: O que foi desta vez?! E cada mãe fica impaciente de um jeito. Não é tudo igual.
Mãe… Só quem é sabe o que esta palavrinha tão curta, tão delicada e sonora, aparentemente tão sutil, carrega consigo tanta complexidade!
Mas até que ponto ser mãe define o que somos, o que gostamos ou desejamos? Recentemente, a mãe de um paciente me contou que se deparou com um texto entitulado: “O que você vai ser quando seu filho crescer?”. Ela me disse que, ao se fazer esta pergunta, ficou tão angustiada, que nem conseguiu prosseguir com a leitura do texto. E dividiu sua angústia comigo, dizendo: “Eu me dei conta do quanto estou me anulando como pessoa”. Uma constatação difícil, mas certamente um primeiro passo essencial para resgatar a importância do autocuidado… E cada mãe sabe o que isso significa em sua vida. Não é tudo igual.
Tenho constatado não só no meu consultório, mas na vida cotidiana das mulheres contemporâneas, que muitas delas se escravizam no ideal da “mãe perfeita”. E permanecem tão focadas nesta árdua tarefa, que perdem a sensibilidade de se conectarem com a própria capacidade de serem boas mães. Tornam-se inseguras, não confiam em si mesmas e buscam de maneira compulsiva nos livros, nas consultas com especialistas, nas conversas entre amigas, a maneira correta de serem boas mães. É claro que é compreensível este desejo de acertar na educação dos filhos! Vejam, não sou contra este movimento de buscar referências, informar-se! A vida moderna nos permite buscar muitas fontes de informação e tudo isto é super válido! Afinal, multiplicar experiências pode ser muito enriquecedor. Mas você não precisa se cobrar ser esta “mãe sabe-tudo”. Você precisa, sim, refletir sobre o que vai fazer com tanta informação. Como você vai adequá-la à sua realidade, à demanda do seu filho, aos seus valores, àquilo em que você acredita? E só você vai saber fazer do seu jeito. Não dá pra ser tudo igual.
A tarefa mais difícil de uma mãe talvez seja ter a sensibilidade de perceber o quanto ela precisa ir se tornando desnecessária para os filhos. Você pode estar estranhando o uso da palavra “desnecessária”. Mas o intuito é que você compreenda e permita que, gradativamente, seu filho se torne um ser humano autônomo, independente, dono do próprio caminho. Voar o próprio voo… Lembre-se de que em algum momento da vida, você também desejou isso para si mesma, certo? Talvez seja o momento de resgatar este desejo…
A saudosa Alicia Fernandez, psicopedagoga, mãe e avó, com quem tive o privilégio de estudar e conviver, dizia com frequência a seguinte frase: “Ninguém é substituível”. Sim, somos singulares… Aquilo que somos, na nossa essência, ninguém mais pode ser. Não é tudo igual.
Portanto, seja benevolente com você. Desprenda-se das expectativas que você imagina que os outros tenham a seu respeito. A gente primeiro precisa acertar as contas com as próprias culpas e amar quem somos! Do nosso jeito.
Feliz dia das mães!
Um beijo,
Carol