Como Renata teve parto normal depois de uma cesárea
O parto da primeira filha da atriz Renata Pêssoa, 32 anos, foi uma cesárea. Sofia, hoje com 3 anos e meio, estava sentada, e a recomendação da obstetra foi que ela marcasse a cirurgia. Renata não tem boas recordações do procedimento. Passou mal durante todo o tempo em que esteve na sala de cirurgia. “Tive um pico de pressão alta, senti reações da anestesia. Sofri com uma dor de cabeça muito forte durante a cirurgia, enjoo, tremedeira… Tive medo de morrer”, conta. Renata então decidiu que, se ficasse grávida de novo, teria de ser diferente.
Quando descobriu que estava esperando Alice, hoje com 8 meses, ela disse à médica que daquela vez gostaria que o parto fosse normal. Ouviu que correria o risco de uma ruptura uterina, se tentasse. Foi a mais dois médicos e a resposta foi a mesma: “Nem pensar”. Então, ela resolveu procurar especialistas em parto humanizado e ouviu o que foi música para seus ouvidos. Sim, ela poderia se preparar durante toda a gravidez para o parto normal. Ouviu também que, apesar do risco da ruptura uterina existir, ele era muito baixo. Renata tinha dois veredictos especializados e bem distintos. E, depois de se informar bastante, se sentiu segura para seguir firme e forte em seu desejo de ter parto normal. Mudou para a médica adepta ao parto normal.
Fez ioga durante toda a gravidez, teve orientação de uma doula e também acompanhamento de uma psicóloga. “Passei a ter muito medo do parto, precisava trabalhar isso”, conta. Com 35 semanas de gestação, começou a fazer exercícios para fortalecer o períneo, pois não queria tomar anestesia. Tudo corria muito bem até que, com 37 semanas, Renata soube que a bebezinha estava na mesma posição da irmã mais velha: sentada. Sua médica então disse que havia, sim, a possibilidade de ser uma nova cesárea. Um balde de água fria! Mas que ela poderia tentar ajudar a bebê a virar. Renata seguiu as orientações à risca e fez o que foi preciso para que Alice desse a cambalhota necessária. Tomou litros e mais litros de água diariamente para aumentar a quantidade de líquido amniótico, faz posições de ioga que ajudam o bebê a virar, fez moxabustão, que segundo os chineses, estimula o movimento fetal… “Se era preciso engatinhar pela casa, lá estava eu engatinhando. Além disso, eu conversava muito com a Alice, dizia que estávamos juntas e que iríamos conseguir”. O empenho não foi em vão: com 38 semanas, logo depois de uma aula de ioga, Alice virou. Dias depois, a bolsa de Renata estourou. Ela foi para o hospital e ficou 27 horas em trabalho de parto. “A gente aguenta firme as contrações até certo ponto. Depois, ficam muito fortes e você vai entrando num estado diferente. As vozes começam a ficar distantes. Quanto mais dor eu sentia, mais me sentia conectada à minha filha. A dor era de vida, não de medo!“, conta. Alice nasceu às 5 da manha do dia 6 de julho. Mamou no peito antes mesmo de o cordão umbilical ter sido cortado. A bebê foi para o quarto ainda sujinha e o primeiro banho foi dado por Renata., que se sentiu vitoriosa. “Sim, a medicina esta aí avançada, para resolver casos em que o parto natural não é possível. Mas queria que todas as mulheres soubessem que a gente está pronta para ter um parto normal. E que essa experiência é única e marcante”, finaliza.