4 sinais de que seu filho está na escola certa
Ele está feliz na escola? Essa é a primeira questão a fazer, mas não é a única (Foto: 123RF)
Você pesquisou, visitou, comparou e escolheu a escola que considera melhor para o seu filho. No entanto, passada a adaptação, ou até mesmo meses e anos, pode surgir a dúvida: será que fez a escolha certa? Ao trocar ideias sobre o tema com outras mães, a primeira pergunta que vão lhe fazer, com certeza, é “ele está feliz?”. Afinal, a criança continua sendo o melhor termômetro para indicar se vai tudo bem ou não na escola. Mas será que a alegria – ou ausência dela – diz tudo que você precisa saber sobre uma parte tão crucial da vida do seu filho?
“A alegria é um indício importante, porém não imediato. Porque uma criança que está passando por uma grande mudança, por exemplo, independentemente da idade, vai sentir um impacto e talvez não fique tão contente assim”, pondera Renata Marzola, pedagoga na Escola da Vila (SP). Joana Ricci, empresária, 32, que o diga. Quando matriculou sua filha Manuela, que tinha então 1 ano de idade, enfrentou alguns meses de dificuldades. A menina chorava, chamava pela mãe e, por diversas vezes, ela teve de voltar para buscá-la. “Em alguns momentos de problemas da criança na vida escolar, precisamos levar em conta também a nossa ansiedade quanto pais. Será que ela precisa ficar alegre logo de cara com a ideia de se separar da família por algumas horas? Será que é culpa da escola apenas se ela estiver tendo questões com os amiguinhos?”, questiona Renata. No caso de Manu, por exemplo, o tempo mostrou que, de fato, vale a pena respeitar o ritmo do seu filho. “Seis meses depois, ela adora a escola. Ela tem amiguinhas, participa de todas as atividades e não há nem resquícios daquele contratempo inicial. Ela cresceu muito”, comemora Joana.
Você confia na escola
Essa é outra questão que os pais têm de fazer a si mesmos. “A escola da Manu valoriza muito o brincar livre. As crianças de várias idades brincam juntas e ficam bastante ao ar livre. Ela gosta e aproveita muito”, continua Joana. A confiança de que tinha escolhido a escola certa para filha foi o que fez com que Joana superasse o começo difícil. Portanto, um dos indícios de que você escolheu a escola certa é estar feliz e à vontade com a proposta da escola, confiante de que a instituição reflete valores importantes para a sua família.
A pedagoga Renata conta que ela própria já passou por isso. Certa vez, precisou colocar as filhas, Luana, 15, e Nina, 9, em uma escola tradicional, apesar de não gostar dessa linha pedagógica. “Fui criada em uma escola dialógica reflexiva (que preza o diálogo e a reflexão) e é assim que atuo na minha profissão. Mas, por circunstâncias da vida, elas estudaram por um ano nessa escola que era o oposto disso. Minha mais velha sentiu o impacto, mas confesso que a mais nova não. Estava contente e fez amizades tanto quanto na escola que elas estão hoje, que têm mais a ver com a gente. No entanto, embora ela não tenha ficado triste, aquela não era a escola certa para ela porque não atendia o que a nossa família preza como importante.”
A escola é levada para casa
“Quer saber quando a escola está sendo boa para o seu filho? Repare se ele a leva para casa”, indica a pedagoga e coordenadora do Colégio Nossa Senhora do Morumbi, em São Paulo, Itamara Barra. Ou seja, crianças entusiasmadas contam sobre o dia, mostram o que têm aprendido, cultivam amigos na escola. É o oposto do isolamento que costumam apresentar aquelas que estão enfrentando problemas.
A conduta dos profissionais
A proposta pedagógica pode lhe agradar, assim como a estrutura da escola e diversos outros fatores. Mas tem outro fator importante que garante uma escolha acertada: a conduta da escola no que diz respeito a conflitos e demais questões que possam vir a ser enfrentadas pelas crianças. “Há escolas que abrem espaço para a reflexão coletiva no caso de conflitos, outras preferem resolver individualmente”, explica a educadora Renata. Nesse caso, mais uma vez, a conduta da escola tem de estar alinhada à maneira que a sua família acha certo e, claro, ser eficaz para ajudar o aluno a resolver possíveis questões que surjam ali.
A produtividade e o bem-estar da criança
O ideal é que as habilidades da criança estejam de acordo com as prioridades da escola. Vale a pena, então, estar atento ao entusiasmo com que a criança participa das atividades e, obviamente, à performance dela. “Uma queda na produtividade da criança, como notas baixas ou recusa em fazer trabalhos, é um indício importante de que algo não vai bem, assim como uma mudança no comportamento ou mal-estares súbitos”, afirma Itamara.