A gravidez não vem? O homem também precisa fazer exames
Se vocês já estão tentando há um bom tempo e nada de bebê, é preciso investigar. Em uma parcela dos casos, a infertilidade pode ser masculina (foto: It Mãe)
Quando um casal está tentando engravidar e não consegue, nem sempre a causa é feminina. Segundo as estatísticas, os números são bem equilibrados: em 30% dos casos o problema de infertilidade é da mulher e em 30%, do homem. Nos outros 30%, o problema está no casal – ou seja, ambos têm algum fator que os impede de ter filhos – e os outros 10% são de origem desconhecida. Então, se o exame positivo não vem, o homem também precisa procurar saber o que pode estar acontecendo de errado.
Para descobrir se infertilidade é masculina, é necessário realizar um espermograma para a análise das características do sêmen. “A principal causa de infertilidade masculina é a varicocele, que são varizes na bolsa escrotal. As varizes aumentam a temperatura testicular, podendo diminuir o número dos espermatozoides e alterar a formação deles”, diz a médica especialista em fertilidade Fernanda Coimbra Miyasato, da clínica Fertilizavitta, em São Paulo. Mas essa não é única alteração possível. As infecções testiculares, do epidídimo e da próstata também podem levar a infertilidade quando não tratadas a tempo, como o caso da caxumba, que pode causar uma atrofia do testículo.
“Existem também os casos classificados como azoospermia em que na análise do espermograma não são encontrados espermatozoides. A azoospermia pode ser obstrutiva, como ocorre na vasectomia, e não obstrutiva, em que não há produção de espermatozoides. As causas são geralmente alterações genéticas e hormonais, torção de testículo, criptorquidia – quando os testículos não descem”, explica a Dra Fernanda.
E tem como resolver a infertilidade? “Existem tratamentos clínicos por meio de reprodução assistida, mudança de hábitos de vida e tratamentos cirúrgicos”, diz a médica. “Os tratamentos cirúrgicos considerados para os homens envolvem, principalmente, o tratamento de varicocele ou reversão da vasectomia. E no caso de ausência de espermatozoides no sêmen, podem ser utilizados procedimentos cirúrgicos para a coleta dos espermatozoides diretamente do testículo ou do epidídimo”, explica.
Já os tratamentos clínicos do casal podem ser a Inseminação intra-uterina e Fertilização in vitro. A inseminação intra-uterina é recomendada quando há alterações leves do sêmen. Nos outros casos em que ocorre alterações graves do sêmen, recomenda-se a Fertilização in vitro,sob a técnica ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozóides), em que a formação dos embriões ocorrerá no laboratório com a injeção do espermatozóide no óvulo.
Se o espermograma não tem nenhuma alteração, talvez seja o caso de uma mudança no estilo de vida, que pode fazer toda a diferença. Existem muitos fatores que podem contribuir de maneira negativa com a produção de espermatozoides, como má nutrição, exposição a produtos tóxicos, obesidade, excesso de exercícios físicos, uso de anabolizantes, uso de drogas, como a maconha e a cocaína, além do tabagismo e o consumo de álcool e de cafeína em excesso. “A mudança de hábitos pode melhorar a fertilidade em dois a 3 meses”, diz a especialista em fertilidade. Há também questões ligadas ao sistema emocional. “O stress masculino pode causar disfunção erétil, dificuldade de ter relação no período fértil”, lembra a médica.
Mesmo que seja encontrado um problema no homem, é importante também que a mulher investigue sua fertilidade para terem certeza das causas – lembre: em 30% dos casos, o problema pode estar nos dois. Além de todas as providências clínicas, é muito importante que durante o tratamento é o casal esteja conectado, converse muito e tenha cumplicidade. “Pela minha experiência, essa conexão faz uma diferença positiva no resultado de qualquer tratamento”, finaliza.