Pantanal com crianças é possível?

O Pantanal não fica tão longe da cidade de São Paulo. Mas chegar lá não é tão simples quanto parece (mas, sim, você vai ver que vale a pena e que a viagem pode ser tranquila mesmo com uma criança de quase 3 anos e outra 5). É preciso pegar um voo até Campo Grande (demora 1 hora e meia) e, de lá, fazer o resto do percurso de carro. De preferência em um carro grande, para que as crianças possam ficar bem espalhadas (e caiba cadeirinha e etc.). Pegamos uma Doblô com um motorista para facilitar a vida. A viagem de carro até a Pousada Xaraés, onde ficamos hospedados, demorava 4 horas. Depois teríamos que pegar um barco por mais 40 minutos, pois havia chovido – algo que é meio incomum em julho nessa região, mas pode acontecer – e a estrada estava uma lama só. De carro atolaríamos facilmente.
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Bem, o jeito foi voar pela manhã para fazer todo o trajeto durante o dia. Confesso que estava um pouco apreensiva com uma viagem tão cheia de aventura. Portanto, o que mais queria era focar nos horários das crianças e no conforto delas (montei uma geladeirinha com frutas, iogurte, água, biscoito de polvilho, bolacha de maisena e tudo o mais que os pequenos gostam, pois tinha sido avisada que não havia locais muito bacanas para parar no percurso). Chegando em Campo Grande, pegamos o carro, viajamos cerca de 2 horas e meia e paramos para almoçar no restaurante Zero Hora, em Miranda. Lugar honesto, com self service e um lago com peixes que as crianças adoraram ver. Foi uma parada boa para aguentarem mais duas horas de estrada. A segunda parte da rota, pela rodovia Transpantaneira, foi mais divertida. Pegamos a estrada de terra (muito bem conservada) e começamos a passar por várias pontes de madeira (sim, são seguras). Já começamos a ver vários jacarés e outras aves típicas da região. As crianças entraram no clima da viagem.
Ao chegar à ponte 24, descemos do carro e um guia local nos levou, de barco a motor, até o deque do hotel. Me senti no Globo Repórter! E as crianças amaram o ventinho batendo no rosto com a velocidade do barco, ver passarinhos grandes e coloridos, como o martim-pescador, mergulharem no rio para pescar.

Na pousada, havia um tatu praticamente domesticado e uma família de capivaras que gostavam de ficar perto da piscina. Mas, o que mais amei foi a programação totalmente kids friendly. A caminhadas eram leves, sempre em terrenos planos, e duravam no máximo uma hora e meia (se alguém ficasse cansado e pedisse colo, a gente não sofria com o chumbinho nos ombros por muito tempo). Também teve passeio de canoa canadense – meu marido que remou e fomos todos no mesmo barco. Beeeeem tranquilo. Os cavalos das cavalgadas eram muito mansinhos e a Bela ficou toda orgulhosa de poder montar sozinha (os passeios tinham bônus como encontrar muitas araras azuis e também cavalgar dentro de lagos). Já o Felipe conseguiu pescar uma traíra no dia da pescaria!

Também adorei a vida da fazenda. Acordar cedo (às sete da manhã ou mais cedo, com a algazarra de passarinhos), tomar café de fazenda, fazer um passeio, ir para a piscina lá pelas 11 horas da manhã, almoçar às 12h30 comida direto do fogão de lenha), descansar nas redes das varandas – que eram devidamente fechadas com telas, pois há muuuuito mosquito – fazer outro passeio à tarde, voltar às 18 horas, tomar banho, jantar cedo e dormir ceeeedo também.

Foi uma semana de vida saudável, alimentação balanceada (os doces eram caseiros e havia mais frutas na sobremesa) e muita diversão. As crianças viveram experiências novas, aprenderam a ficar sem televisão – não tinha no quarto, só na sala de estar -, brincaram com as outras crianças que estavam hospedadas e nós quatro pudemos curtir muito a companhia um do outro em um ritmo de vida sem stress, nem correria. No dia de voltar, já começou a dar saudade.