Escapada para NY sem os filhos
Momento “merecemos!”: jantarzinho em NY sem hora para voltar (Foto: Viagem em Detalhes)
Sei que esse assunto pode ser meio polêmico — e pode ser que algumas mães discordem. Mas acho que vale a pena investir em uma viagem a dois, sem filhos. Acredito que esse tempo para o casal é importante demais para o relacionamento. Até porque se o casamento não estiver bem, você também não vai estar e, assim, fica mais difícil desempenhar seu papel de mãe por inteiro. Além disso, esse não é o seu único papel, concorda?
Para ajudar, vou contar um pouco da minha experiência sobre o assunto! Sou casada há 7 anos, mãe do Gabriel, 5, e ‘boadrasta’ da Júlia, 20 (que morou conosco dos 11 aos 18). Sempre viajamos sozinhos ao menos uma vez por ano. Mas a primeira vez que fiz isso, não foi tão fácil como é hoje. O Gabriel tinha pouco menos de 1 ano e, de cara, ficamos dez dias fora. Fomos à Praga, Viena e Paris. Tudo planejado com antecedência, tanto para a viagem, quanto para a estrutura do Gabriel. Acho que cada um vai saber qual o melhor esquema e qual a idade ideal do pequeno para que os pais possam viajar sozinhos pela primeira vez. No meu caso, minha irmã e minha mãe se revezaram enquanto estávamos fora, na minha própria casa. Achamos melhor assim, sem tirá-lo do seu quarto, do seu berço, para minimizar o impacto de estar sem os pais. Tenho amigas, entretanto, que deixaram o bebê com a babá, que já estava habituada a cuidar da criança, com a supervisão da avó. Acho que pra cada família vai ser de um jeito e todos são certos, desde que você viaje despreocupada. Do contrário, não vai aproveitar o passeio.
A primeira viagem foi a mais dolorida, mas quem sentiu mais fui eu… rs. Depois dessa, vieram várias outras, tanto a passeio quanto a trabalho (mais tranquilas para mim, já que o pai ficava em casa). A última foi para Nova York, onde passei 5 dias. Como meu marido é ciclista amador, foi participar de uma prova (o Gran Fondo) por lá. Então, unimos o útil ao agradável: tudo pode ser uma desculpa para uma escapadinha romântica, né? Já que NY é a cidade que nunca dorme, aproveitamos para conhecer novos restaurantes, tomar vinho sem preocupação com a hora de voltar (e acordar cedo no outro dia!). Ficamos hospedados no sul da ilha, no bairro do Chelsea, pertinho do Meatpacking e do Greenwich Village, locais descolados para passear. E o mais legal de ficar hospedado por lá foi sair a pé para jantar e ficar livre pra escolher qualquer lugar, já que a área é repleta de bons restaurantes. Não vá embora sem passar por algum rooftop (terraço, em inglês), onde você pode comer ou só tomar um drink — o do STK, por exemplo, tem uma vista muito legal e serve jantar também. Nessa região, fica também o famoso High Line Park, outro passeio imperdível. Sem crianças, você vai poder passear tranquilamente e/ou sentar só pra ficar olhando o tempo passar e sem olhar o relógio.
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Vista do rooftop do Restaurante STK no Meatpacking. Standard Hotel, High Line Park e rio Hudson ao fundo (Foto: Viagem em Detalhes)
Claro que ouvi do meu filho a pergunta: “Nova York é só de adulto? Não pode ir criança?”. Quando eles são mais velhos, conversar e explicar a situação é imprescindível. Eu prefiro não falar muito tempo antes pra não gerar ansiedade, deixo para explicar que é uma viagem só do papai e da mamãe uma semana antes. Como sempre, deixo que ele escolha uma lembrança da viagem, o que o deixa mais animado. Aqui, continua funcionando o esquema dos meus pais se mudarem para nossa casa durante o período da viagem. Assim, as rotinas de escola, clube, etc. são mantidas. Outra coisa que gosto de fazer, e recomendo, é combinar uma pequena viagem ou um programa bacana com ele na volta. Ficou animada para uma próxima lua de mel? Então, livre-se da culpa e corra para reservar a próxima viagem!
Passeio de bicicleta no Central Park (Foto: Viagem em Detalhes)
Claro que, com WhatsApp, é mais fácil manter o contato. Mas a gente nunca sabe se o acesso será bom em qualquer lugar, se o sinal vai funcionar, se o aplicativo será bloqueado… Por isso, listei alguns pontos para você pensar/resolver/organizar antes da partida:
- Deixe por escrito para quem vai cuidar do seu filho com as rotinas de alimentação, quantidades, remédios (se for o caso), horários de dormir e de ir à escola, etc…
- Faça um estoque geral: leite, biscoitos, papinhas, sucos, fraldas, pomada etc… Assim, não será necessário ir ao supermercado ou à farmácia
- Deixe, em local de fácil acesso, o telefone da pediatra, carteirinha do plano de saúde, hospital mais próximo, etc.
- Deixe o número do Skype para sua mãe/sogra, com passo a passo por escrito — e dê uma aulinha para que ela aprenda a usá-lo, se for o caso
- Deixe os contatos do hotel que você estará, assim como o roteiro, para que saibam onde te achar numa eventual emergência
- Leve fotos e vídeos do seus filhos no celular para quando a saudade apertar!
Você não precisa começar com uma viagem longa ou internacional. Se preferir, passe um final de semana na praia, uma viagem mais curta (Chile e Uruguai são boas opções para ir a dois). Com certeza, será mais fácil para você e o seu filho se acostumarem aos poucos.