Como planejar uma viagem em família em 7 passos
Pequeno viajante no Zoológico de Miami (Foto: Viagem em Detalhes)
Planejar uma viagem em família não é mais um bicho de sete cabeças. Fico imaginando como as pessoas viajavam antes da internet. É algo totalmente impensável nos dias de hoje: já pensou embarcar sem conferir com antecedência as fotos do hotel, não ler sobre o destino, não saber a opinião de outros visitantes que já passaram por ali?
Não faz muito tempo, eu ainda me lembro de viajar com mapas de papel. Traçar caminhos a lápis e ir fazendo o máximo para se perder o mínimo possível… Pois se perder era algo que ia acontecer, inevitavelmente. Depois veio o GPS, que já facilitou muito a vida e, hoje em dia, com um smartphone, você tem tudo nas mãos!!! Realmente não tem como não amar a tecnologia e a modernidade! Ainda assim, vale a pena planejar o maior número de detalhes possível antes da viagem. Por isso, vou tentar resumir aqui as minhas melhores dicas para você organizar e curtir as férias sem preocupação.
–
Aliás, para ver onde ficar e saber todas as opções de hotéis disponíveis no Brasil e mundo, clique aqui.
–
Passo 1: pesquisando o destino
O ponto de partida é escolher o destino que vocês gostariam de ir. É importante se atentar ao clima, observando se não coincide com a época de chuvas ou furacões, por exemplo. Além disso, verificar festivais e eventos especiais daquela cidade e consultar os feriados locais. Nada que uma busca rápida no Google não resolva.
Essa foi a primeira vez desse baixinho viajante na Europa, em Bruges, Bélgica (Foto: Arquivo pessoal)
Discutir com as crianças sobre as férias é saudável e fazer com que eles participem pode aumentar a curtição da viagem desde o planejamento. Mas acho importante também, além do foco nas crianças, que o casal e outros adultos descansem e curtam merecidamente as férias. Um destino ou um hotel que tenha estrutura pra crianças, mas que também inclua atividade para os adultos, boa comida, bom atendimento, quarto confortável, etc., vão fazer com que você fique ainda mais animado e disposto para estar com os seus filhos.
Praia em Miami com o papai!!! (Foto: Viagem em Detalhes)
Passo 2: passagem aérea
Se o seu destino não envolve aéreo, pule para o passo 4! Depois do destino definido, eu recomendo usar buscadores de passagens para pesquisar os preços, são muitos hoje em dia. Eu gosto muito do Melhores Destinos e do Momondo. Às vezes, você idealiza uma viagem e depois vai pesquisar e o preço da passagem é altíssimo. Por isso, começar olhando o preço da passagem pode ser uma boa ideia. Já aconteceu de eu estar pensando em ir pra Trancoso e acabar em Miami, pagando uma passagem mais barata e estadia mais barata. Então, sempre pesquise, compare e veja alternativas.
Esse puxou a mãe, adora uma viagem! (Foto: Arquivo pessoal)
Cuidado, não saia fechando a passagem na primeira promoção que achar sem pesquisar também o preço de hotel e o quanto você vai gastar no lugar. Pois, em alguns casos, a economia pode não valer a pena. Alguns lugares são realmente muito mais caros que outros, por exemplo, uma semana em Portugal sai muito mais barato do que uma semana em Londres, pensando em estadia, alimentação, passeios etc… E eu já achei passagem pra Londres por R$1.100, enquanto Portugal estava R$1.500 – uma diferença que não compensaria os gastos extras em Londres. As compras por impulso são sempre perigosas e acabam gerando frustração e gastos além do esperado mais adiante.
As crianças até 2 anos não pagam passagem aérea ou pagam até 10% do valor, mas também não têm direito ao assento. Nesse caso, precisam viajar no colo de um adulto. O que não é nada confortável para um voo longo. Você pode optar por pagar e ter direito ao assento, se quiser. Geralmente, para crianças de 2 a 12 anos, as companhias oferecem entre 30% e 40% de desconto. Leia as informações no site para saber, pois as políticas de preço variam de uma empresa para outra.
Passo 3: aluguel de carro
Dependendo do destino, é interessante alugar um carro e ter a tranquilidade e o conforto de ir para onde quiser, quando quiser. Pesquise como é dirigir no destino e compare preços. Hoje em dia, com a facilidade do Uber, muitas vezes acaba sendo vantajoso usar o serviço ou até contratar um transfer privativo. Não se esqueça de considerar sempre os custos como estacionamento, pois cidades grandes como Londres, Nova York e São Francisco, costumam ter preços exorbitantes para deixar o carro.
Fique atento também às regras locais quanto a cadeirinha do carro para crianças pequenas. A própria companhia pode oferecer a um custo extra uma cadeirinha apropriada à idade do seu filho. Em alguns lugares, os taxistas se negam a transportar crianças sem cadeirinha, já passei por isso na Alemanha. Se contratar um transfer, avise a empresa e eles possivelmente irão providenciar o acessório quando necessário.
Passo 4: hospedagem
Não tenho nenhuma dica mágica para escolher o hotel perfeito. Minha recomendação é ler bastante sobre o hotel antes de fechar a compra! Principalmente se você ainda não tem nenhuma recomendação do lugar. Compare custos, veja se inclui café da manhã, se cobra taxa extra, se inclui estacionamento, quais taxas estão incluídas na tarifa apresentada, ou seja, todas aquelas coisas que estão sendo ditas só nas letrinhas pequenas ao final. Verifique ainda se o hotel acomoda crianças no mesmo quarto dos pais sem custo adicional. Leia bem todos os disclaimers para evitar surpresas desagradáveis. Leia também os reviews feito por outros viajantes. Outra dica é buscar informação em blogs de viagem.
Vista Mavza Resort, localizado em em Cesário Lange (SP) (Foto: Divulgação)
Meus sites preferidos para reservas são o Booking.com e Hotéis.com, apesar dos dois serem do mesmo grupo, às vezes um tem preço melhor que outro, ou alguma oferta diferente. O que gosto do Hotéis.com é que a cada 10 diárias você ganha uma diária no valor médio utilizado, para usar na sua próxima viagem.
Passo 5: seguro viagem
Acho indispensável!!! Ainda mais com crianças. Mesmo que (tomara) você não use. Pesquise dentre as opções disponíveis e veja as coberturas. São muitas opções no mercado, como Assist Card, Porto Seguro, Mondial Travel, Real Seguros, dentre outros. Todos possuem diversos tipos de coberturas de acordo com a necessidade de cada viajante. Como tudo recomendo ler bem a proposta. Não vou contar aqui casos de pessoas que não fizeram seguro porque é desagradável. Mas os custos são muito altos fora do Brasil para obter tratamento médico ou de emergência. Geralmente quando você compra a passagem com o cartão de crédito, ele oferece algumas coberturas. Verifique antes de viajar quais são elas com a sua Central de Relacionamento.
Passo 6: roteiro
Eu costumo usar uma planilha com a programação dia a dia, colocando o que fazer na parte da manhã e de tarde a cada dia da viagem, sem esquecer de marcar também o tempo livre. Se reservei algum restaurante, já marco também para ter uma visão geral do que dá para fazer em cada dia.
Mas acho que o mais importante é respeitar os limites da criança de acordo com a idade e o ritmo dela. Mesmo que sua viagem seja pra Disney. Numa viagem com a família, melhor não fazer uma maratona de coisas no mesmo dia. Já vi pais sacudindo o filho para ele assistir o show de fogos da Disney, enquanto a criança chorava de exaustão, querendo dormir.
Família toda na Disney! Além de respeitar o ritmo do seu filho, é importante respeitar o dos seus pais (Foto: Arquivo pessoal)
Então, caso não vá para um resort onde o plano seja só relaxar, enquanto as crianças brincam no Kids Club, priorize um roteiro que tenha atividades para crianças e adultos de forma equilibrada. Fazendo com que eles curtam ao máximo cada atividade. Procure restaurantes que tenham Menu Kids e sejam receptivos com crianças. Mostre os lugares antes da viagem para criar expectativas. Museus podem ser bem interessantes para as crianças, desde que sejam explicados. Lugares que foram cenários de filmes também despertam a curiosidade. Assistir aos filmes antes e conhecer a história do lugar ajudam a manter as crianças entretidas por mais tempo.
Agora que as férias já saíram do papel, precisamos planejar o que levar!
Passo 7: preparação da mala e afins…
Eu sempre começo pela previsão do tempo! Mesmo que não dê pra contar 100%, você tem pelo menos uma boa ideia do que vai encontrar. Tento separar as roupas pensando no que vou usar de dia, no que vou usar de noite, que tipo de peça dá pra repetir… Levar alguns acessórios como colares e lenços são uma boa, pois não ocupam espaço e criam um novo look.
Como eu tenho um filho só, faço sempre minha mala junto com a dele. Carregar muitos volumes sempre é complicado, melhor uma mala grande com tudo do que duas pequenas. Claro que o tamanho vai depender do destino e do tempo que você vai ficar no lugar, mas cuidado pra não levar coisas desnecessárias. Levo ainda uma malinha ou mochila pra o pequeno com os brinquedos, kit de desenho, Ipad com os filmes que ele gosta, coisas pra entreter no carro ou no avião.
Super animado arrumando sozinho a própria malinha (Foto: Viagem em Detalhes)
Se viajar com bebês, a lista de coisas a levar aumenta bem: além de fraldas, mamadeiras, chupetas, você vai precisar de roupas extras, banheira, berço. É importante verificar com o hotel o que ele oferece, se tem Copa do Bebê, por exemplo. Já levei muita papinha pronta em viagem e quebra um super galho. Sei que tem gente que prefere sempre a natural feita em casa, aí precisa investir em embalagens térmicas para garantir a conservação. Eu sou uma mãe mais prática, quando viajo desencano um pouco.
Garantir que ele coma bem no café da manhã é meu objetivo! (Foto: Viagem em Detalhes)
Eu sempre viajo com uma farmacinha – peça ao pediatra do seu filho uma lista de remédios de uso mais comum. Compre na sua cidade e leve com você, é mais garantido. Caso ele tenha qualquer problema, você conversa pelo WhatsApp com o médico e, com os remédios em mãos, fica bem mais fácil medicar. Se precisar comprar remédios fora do Brasil, dependendo do princípio ativo, provavelmente vai demandar uma consulta médica.
Carrinho é essencial para os bebês, mas pode ser ainda bem útil para os maiorzinhos. Eu usei muito em todas as viagens para a Disney dos 3 ao 6 anos. Mesmo maiores, eles cansam facilmente, e o carrinho acaba sendo mais prático. Eu já fiz de tudo, já comprei lá, já levei, já esqueci no aeroporto e tive que alugar lá (hehehe, se você já desacostumou do carrinho, não faça como eu, lembre de tirar da esteira de bagagem). Dê preferência aos tipo guarda-chuva, leves e fáceis de carregar. Em termos financeiros, levar daqui sempre compensa, mas dependendo do tempo que for ficar, pesquise aluguel ou comprar no local do destino.
Lembre-se de levar uma mochila ou bolsa tiracolo para o dia a dia, caso a viagem envolva passeios. Você vai precisar carregar algumas coisas, com certeza, como casacos, roupa extra, lanchinhos, água, aquela banana que você pegou no café da manhã do hotel pra comer durante o dia! Coloque um pacote de lencinhos umedecidos, mesmo que seu filho já não use fraldas, é a melhor coisa pra limpar as mãos. Ufa, acho que falei demais! Viagem é um assunto que me empolga! 🙂 Espero que tenham curtido as dicas, fico à disposição caso tenham dúvidas e queiram me escrever!