As novidades para tratar vasinhos e varizes


Débora Lublinski
por: Débora Lublinski

90% das causas de vasinhos e varizes são genéticas infelizmente (Foto: Freeimages)

Após a gestação, muitas mulheres se queixam do aparecimento de veias grossas e tortuosas nas pernas. Foi o que aconteceu com você? Pois saiba que a causa das varizes e dos vasinhos vem 90% da sua carga genética. Ou seja, há uma disfunção no sistema de válvulas dos vasos sanguíneos, que pode dificultar o retorno venoso, aumentar a pressão dentro da veia e, então, dilatá-la. “As demais causas, ou seja 10%, são acionadas por gatilhos que fazem o problema aparecer em quem já tem essa predisposição. A gravidez é um dos fatores ao lado de obesidade, sedentarismo, tabagismo, reposição hormonal, uso de pílula anticoncepcional e profissões em que a mulher se mantém muito tempo em pé ou sentada”, explica Aline Lamaita, cirurgiã vascular, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular e do American College os Phlebology. “Durante a gestação, a progesterona aumenta a dilatação de todas as veias do organismo e o crescimento do feto eleva a pressão nas veias das pernas. Para quem já sabe que tem esse risco, vale usar meias de compressão a partir do segundo mês de gravidez”, aconselha.

Seja por questões estéticas ou por desconforto, como dor e inchaço, você deve esperar até três meses após o parto para iniciar um tratamento. Isso porque o útero e o sistema vascular como um todo ainda estão “voltando ao normal” e não é raro o problema regredir. Se após esse período, as veias calibrosas continuarem a tatuar a sua pele, é hora de procurar um cirurgião vascular. Existem diversas formas de “secar” os vasinhos e as varizes mais superficiais, mas todos os métodos têm o mesmo objetivo: causar a esclerose (destruição e cicatrização) do vaso sanguíneo comprometido. “Para isso, podemos recorrer a injeções de substâncias químicas e ao laser “, explica Aline. “O importante é avaliar caso a caso para fazer a melhor escolha para cada paciente”, acrescenta.

Recentemente foi aprovado pela Anvisa um novo aparelho de realidade aumentada que facilita o tratamento. Batizado de Vein Viewer, funciona como uma espécie de GPS vascular. Por meio da luz infravermelha, o equipamento localiza os vasos sanguíneos e, em tempo real, projeta a imagem deles sobre a pele. “Dessa forma, é possível mapear as veias que serão tratadas, o que ajuda a diminuir a dor, o número de sessões e as recidivas”, diz Aline. Outra boa notícia é para quem foge do médico vascular com medo da dor. “Hoje temos equipamentos de resfriamento da pele que chegam a 40 graus negativos e agem como um anestésico, minimizando bastante o desconforto das picadinhas das agulhas ou dos disparos do laser. Também previnem queimaduras e manchas na pele”, comemora a cirurgiã vascular.

Por fim, associações de técnicas, como o laser e a escleroterapia feitos em conjunto (como vamos explicar adiante), dão um resultado mais efetivo do que os métodos realizados individualmente. Para entender melhor, conheça as vantagens e desvantagem de cada procedimento:

Escleroterapia tradicional

É o método mais antigo, o mais utilizado e continua garantindo bons resultados. O médico aplica uma solução à base de glicose nas vasos sanguíneos por meio de injeções. A substância vai provocar um processo inflamatório no tecido que reveste a veia e, na cicatrização, ela acaba se fechando. A desvantagem está no uso de agulhas (entenda: diversas picadinhas), que tornam a técnica mais dolorida.

Escleroterapia com espuma

Aqui a glicose é associada a outras substâncias, que aumentam a potência do método. Tanto que é indicada para veias mais calibrosas, substituindo a cirurgia de variz em alguns casos. O número de sessões também é menor — geralmente duas são suficientes. Justamente por ser mais forte, existe o risco de a pele acabar manchada, especialmente atrás do joelho e na lateral da coxa. O médico deve fazer uma avaliação cuidadosa antes de indicar a técnica.

Laser vascular

Esse tipo de laser é atraído pela hemoglobina de dentro das veias, destruindo-as por meio do calor. Geralmente, o laser é usado para vasos mais finos, como as telangiectasias, um emaranhado de vasinhos avermelhados que podem aparecer no rosto, comumente ao redor do nariz. No corpo, o laser beneficia mulheres que têm medo de agulha. Sua eficiência se equipara a da escleroterapia tradicional, mas o custo é maior e demanda mais sessões.

ClaCs

Associa o laser à escleroterapia tradicional com o objetivo de potencializar a ação do tratamento sem riscos de manchar a pele ou de causar alergia. Os disparos do laser “machucam” as veias, que, em seguida, recebem a solução de glicose. “O fluxo de sangue fica lento, o que permite que a glicose permaneça mais tempo em contato com o vaso, aumentando sua eficiência”, explica Aline Lamaita. O método requer menos sessões, o que implica também num custo menor do tratamento todo.

  • Débora Lublinski

    Jornalista e mãe da Marina, Débora Lublinski trabalhou por 15 anos em revista feminina cobrindo beleza, saúde e bem-estar. Mas não vive apenas de glamour e sabe bem o malabarismo que é se cuidar sem descuidar dos filhos, da casa, do casamento e da carreira

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