Será que é refluxo?


Natália Folloni
por: Natália Folloni
Nossa repórter adora crianças e acredita que uma mulher tem o direito de ser imperfeita sem deixar de ser uma boa mãe.

Imagem Refluxo

Permanecer muitas horas deitado faz com que o bebê regurgite com mais frequência (Foto: CrayonStock)

Nos primeiros meses de vida, é normal que os bebês regurgitem bastante. Mas os vômitos frequentes nessa fase não são a mesma coisa que refluxo, isto é, quando o ácido do estômago sobe para o esôfago. Para entender a diferença entre a regurgitação comum e a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), conversamos com Ricardo Toma, gastroenterologista do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Para começar, é importante saber que todos os bebês têm um certo grau do chamado refluxo fisiológico, que tende a desaparecer por volta dos 6 meses, quando já passam mais tempo sentados. O refluxo dos bebês acontece graças à imaturidade da válvula que conecta o esôfago ao estômago, chamada de esfíncter. A função do esfíncter é impedir que os alimentos que estão no estômago retornem ao esôfago, e, com a debilidade da válvula, é natural que os alimentos subam para o esôfago. Por isso, deixar o bebê deitado por muito tempo faz com que seu esfíncter imaturo tenha ainda mais dificuldade para manter a comida no estômago.

Mas o especialista explica que os sintomas do DRGE vão além do vômito frequente: irritação (choro constante) e tosse crônica estão entre eles também. Nesse caso, vale a pena tirar a dúvida com o pediatra do seu filho. Pois além do desconforto provocado na criança, a DRGE apresenta alguns riscos: atrapalha o crescimento infantil – já que a criança não digere a comida direito –, possibilita o surgimento de esofagite, aumenta as chances de engasgos e de inflamações ou infecções. E pode até causar cáries, já que a acidez do estômago favorece o surgimento de placa bacteriana nos dentes. E atenção, ainda que a medicação seja comum, Toma explica que essa não é a forma mais adequada de tratar a doença.

Em primeiro lugar, é necessário corrigir alguns comportamentos. Para isso, você precisa observar o quanto seu bebê mama e a postura dele. Se ele já estiver saciado, exceder o tempo de amamentação pode provocar regurgitações. Após mamar e arrotar, o bebê precisa ficar no colo ou “em pé”, para facilitar a digestão. Já na troca de fraldas, o melhor é deixá-lo deitado lateralmente e, durante a soneca ou sono noturno, com a cabecinha inclinada em um travesseiro firme (há modelos específicos para crianças com refluxo). Essas medidas simples já ajudam a evitar que o conteúdo do estômago retorne ao esôfago com frequência.

O tratamento da DRGE varia de acordo com a frequência de vômitos e grau de intensidade do refluxo. Para alguns bebês, apenas as medidas citadas já são o suficiente para cessar a doença. O diagnóstico é feito por meio de exames físicos e clínicos – como a radiologia com contraste (para visualizar distúrbios anatômicos), a cintilografia pulmonar (para ver se há a obstrução do pulmão, caso alguma substância atinja as vias respiratórias), e a pHmetria (que detecta o nível de acidez no esôfago). E caso as mudanças no dia a dia com o bebê não resolvam, o pediatra pode indicar um tratamento à base de medicamentos, como antiácidos ou procinéticos (que seguram o alimento no estômago), se achar necessário.

  • Natália Folloni

    Nossa repórter adora crianças e acredita que uma mulher tem o direito de ser imperfeita sem deixar de ser uma boa mãe.

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