Saúde do coração: a prevenção tem que começar na infância


Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
por: Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
Todo mês, um médico especialista escreve para as it-mães

 Dra. Patrícia Tosta Hernandez,

Pediatra do Fleury Medicina e Saúde

 

Praticar atividade física de 20 a 60 minutos por dia, pelo menos cinco dias na semana é uma das recomendações. Todas as atividades são válidas, de brincadeiras livres com os amigos na escola, no clube a esportes, dança… (foto: 123TRF)

 

Para falar sobre os riscos de doenças do coração que podem começar na infância dos seus filhos é impossível não abordar também o problema da obesidade infantil. Uma coisa está ligada a outra. Entre os principais fatores de risco para problemas de saúde no coração está o excesso de peso – problema que pode começar desde cedo, quando se é criança. A boa notícia é que é possível, com muita conversa e acompanhamento médico, mudar os hábitos na hora de comer e brincar para que o coração esteja bem cuidado e saudável até chegar à vida adulta.

Quero mostrar alguns dados alarmantes para você entender a importância disso! O excesso de peso tem aumentado nas últimas décadas e já é considerado um dos maiores problemas de saúde pública no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Hoje, quase um terço da população global é obesa e estima-se que o número de crianças acima do peso possa chegar a 75 milhões em menos de dez anos, caso nenhuma medida seja tomada. No Brasil, o IBGE aponta que 15% das crianças são obesas, um aumento de 300% desde a década de 80. Nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, o índice é ainda maior: entre crianças de cinco a nove anos, a taxa de obesidade está em torno de 35%.

Com esses dados assustadores, as gestantes precisam ficar atentas, pois os principais fatores de risco para a obesidade na infância começam na vida pré-natal, com o ganho excessivo de peso durante a gestação. Há outros fatores que contribuem para a obesidade infantil, como o desmame precoce com introdução de fórmulas lácteas e alimentos de alto teor calórico, o aumento de peso nas crianças menores de cinco anos e, ainda, a dificuldade dos pais em reconhecer sua própria questão com o peso, que envolvem obesidade e sedentarismo.

Estar acima do peso desde pequeno aumenta a chance da obesidade na vida adulta e suas complicações, que podem ser muitas: metabólicas (alteração do colesterol, diabetes), aumento da pressão arterial, problemas ortopédicos, aumento do risco de câncer, além de questões estéticas, psicológicas e comportamentais, entre outros fatores como, é claro, o aparecimento de doenças cardiovasculares (infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e morte súbita).

 

Vamos às dicas!


As crianças podem e devem saber sobre o quanto é importante cuidar de sua saúde para sentirem-se bem hoje e quando forem adultas. A atenção dos pais e avós é fundamental na conscientização da importância de hábitos saudáveis. De modo geral, para crianças a partir de seis meses de vida até a adolescência, as principais recomendações são:

  • Reduzir o consumo de bebidas adoçadas, como sucos de caixinha, achocolatados e refrigerantes. Um estudo americano sobre obesidade na infância diz que o consumo de bebidas adoçadas, como suquinhos de caixinha, influencia no aumento do peso, assim como alguns hábitos como comer com frequência fora de casa; consumir guloseimas em excesso (bisnaguinhas, achocolatados, chocolates, bolachas recheadas, salgadinhos). O estudo aponta que a qualidade de vida dos obesos é semelhante à de crianças com câncer ou diabetes.
  • Comer em torno de cinco a sete porções de frutas e vegetais por dia. Prefira as frutas em pedaços, pois os sucos têm maior concentração de açúcares e calorias e levam a menor saciedade;
  • Reduzir a ingestão de calorias que vêm de alimentos com alto teor de gordura, sal ou que são processados (embutidos, empanados de frango etc);
  • Controlar as porções dos alimentos. Por exemplo, evite dar o pacote inteiro da bolacha. E escolha o menor saco de pipoca no cinema;
  • Ter horários específicos para a alimentação. Fazer refeições a cada três horas: café da manhã, lanche, almoço, lanche, jantar e evitar ficar “beliscando” entre eles;
  • Ficar muito tempo no computador, celular ou TV e ter uma rotina com pouca atividade física também contribui para o aumento de peso. Recomendo praticar atividade física de 20 a 60 minutos por dia, pelo menos cinco dias na semana. Aqui todas as atividades são válidas, desde as brincadeiras livres com os amigos na hora do recreio, por exemplo, caminhadas a pé até a escola, preferir escadas normais em vez de escadas rolantes e elevadores, até as atividades programadas como esportes, dança, natação, entre outras. A atividade física é um importante componente para reduzir a ansiedade,  que pode ser geradora de comportamentos compulsivos na hora de comer.

Se perceber que seu filho está ganhando peso, vá logo investigar. A ajuda médica pode ser acionada desde os primeiros indícios. Além de seguir as recomendações dos pediatras, é preciso muita cooperação dos familiares, atenção ao estilo de vida dos pequenos e amor. Esses são os ingredientes perfeitos para reduzir as doenças do coração que podem aparecer na vida adulta.

 

Fiquem atentos papais e mamães a qualquer alteração física ou hábitos de seus filhos. Cuidando da saúde deles, o coração permanece saudável e a disposição para curtir essa fase será melhor para eles e para vocês.

 

 

  • Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde

    O Fleury Medicina e Saúde conta com uma equipe de pediatras nas unidades Fleury Kids, estruturadas especialmente para o atendimento diagnóstico ambulatorial pediátrico (0 a 12 anos) e criadas sob um conceito totalmente diferenciado para receber não só a criança que tem exames programados, mas também aquela que acabou de sair do pediatra com uma queixa aguda e que precisa de esclarecimento rápido, evitando assim ambientes hospitalares. Dentre eles, há pediatras especializados em imunização, endocrinologia, reumatologia, alergia, infectologia, entre outros para esclarecer as dúvidas das famílias em relação aos exames de seus filhos, oferecer suporte nos procedimentos, acompanhar os resultados e, em determinados casos, garantir a liberação dos laudos em um prazo reduzido, além de prestar consultoria ao pediatra da criança para que o médico solicitante consiga concluir o diagnóstico e tomar a decisão terapêutica de forma mais ágil e precisa.

Data da postagem: 27 de setembro de 2018

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