Desmame precoce, como evitar?


Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
por: Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde
Todo mês, um médico especialista escreve para as it-mães

Dr. Thiago Caldi,

pediatra do Fleury Medicina e Saúde

A mãe amamentada de amor estará muito mais preparada para amamentar (foto: arquivo It Mãe)

 

Enfim chegamos ao esperado mês de agosto! Mês que recebeu o título de Agosto Dourado pelo fato de o leite materno ser considerado como alimento de ouro para a saúde de nossas crianças, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Neste mês é comemorada a Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM), sob o slogan “Aleitamento materno: a base da vida”.

 

A temática foi definida pela Aliança Mundial para Ação em Amamentação (WABA, na sigla em inglês), que, em um mundo repleto de desigualdades, crises e pobreza, coloca a amamentação como alicerce da boa saúde ao longo da vida das crianças e mamães. Por isso, devemos lutar, e muito, por ela!

 

Para a OMS, o aleitamento materno exclusivo deve ser mantido até os seis meses de idade, quando outros alimentos líquidos e sólidos devem ser introduzidos na alimentação do bebê, em paralelo com a manutenção das mamadas. Destaco nesta frase o termo paralelo, pois é preferível manter o leite materno, mesmo deixando de ser exclusivo, pelo maior tempo possível.

Vale refletir alguns importantes dados: 38,6% dos bebês brasileiros permanecem em aleitamento exclusivo até o quinto mês de vida (com diminuição gradual até o sexto mês), quantidade abaixo da taxa mínima de 60% preconizada pela OMS. Por ano, 823 mil mortes de crianças em todo o mundo poderiam ser evitadas com o aleitamento materno; e 20 mil mulheres estariam protegidas do câncer de mama e haveria redução sobremaneira do risco de diabetes e câncer no ovário. Outro dado não mensurável e muito importante é o fortalecimento do elo mãe e bebê que acontece durante as mamadas.

Em contraponto, sabemos que o ato de amamentar nem sempre é fácil. Se fosse, teríamos maior adesão ao aleitamento materno exclusivo. Sempre reforço que as mães precisam se preparar antes de ter um filho, pois são muitas mudanças e novidades envolvidas. Quanto à amamentação, alguns pré-requisitos importantes precisam ser aprendidos, como sobre esvaziar a mama, compreender as diferentes posições de como colocar o bebê para amamentar, a pega correta, prevenção de lesões da mama como, por exemplo, as fissuras e a primordial hidratação (4 litros/dia).

A ingesta de água e a amamentação em livre demanda são a base da produção do almejado leite materno, que, como dissemos, deve ser exclusivo nos seis primeiros meses. Ou seja, isso quer dizer que a introdução antes do tempo de chás, frutas e sopinhas pode contribuir com o desmame precoce. Aquelas afirmações corriqueiras como “o seu leite é fraco”, o “seu bebê é magrinho” ou “você deve complementar a alimentação dele” devem ser abolidas. O melhor parâmetro para saber se tudo está indo bem é levar a criança ao pediatra para a consulta de puericultura, em que o médico coloca as medidas do bebê no gráfico de crescimento de estatura e ganho de peso (ganho ponderal).

Não supervalorize o fato de o seu bebê chorar muito e, com isso, pensar que ele não está sendo bem nutrido. Lembre-se que o bebê chora por inúmeros motivos, como desconforto, sono, contato físico, cólicas, dor, frio ou calor e fome.

Outro ponto pouco debatido que pode induzir ao desmame precoce é o fato do bebê reduzir o ritmo no ganho de peso no segundo trimestre de vida, podendo sair de uma média diária de 30g para 20g por dia. Esta redução assusta muitos pais, e até pediatras, que passam a introduzir fórmulas para suprir esta diferença que, na verdade, é esperada. Sabendo disso, fique mais tranquila quando esse momento acontecer e siga firme na amamentação exclusiva.

No dia a dia, ao amamentar seu bebê, sempre troque de peito. Ao acostumá-lo a apenas um lado, o leite da outra mama pode empedrar e dificultar a saída, levando, futuramente, a uma redução ou até a uma parada na produção. Outro ponto que pode favorecer ao desmame precoce é o uso de chupetas e mamadeiras, em que pode confundir o bebê pela sucção fácil.

Se você tiver que voltar a trabalhar rapidamente, faça o possível para retirar seu leite. Bombas ou até mesmo ordenha manual podem ser usadas. Os bancos de leite da sua cidade podem ensiná-la a fazer a extração da maneira mais higiênica e segura possível, além de mostrar como o leite deve ser armazenado. Lembrando que vale verificar também se a empresa em que trabalha, por exemplo, possui espaço e horário para a retirada do leite e armazenamento ou, ainda, vale conversar sobre a necessidade de sair para amamentar e depois retornar.

Ao final, quero destacar que a família unida e participativa é o segredo do sucesso da amamentação. A mãe amamentada de amor estará muito mais preparada para amamentar. E nós pediatras, temos o compromisso de sempre estarmos presentes e sermos facilitadores deste momento sublime.

 

  • Equipe de Pediatras Fleury Medicina e Saúde

    O Fleury Medicina e Saúde conta com uma equipe de pediatras nas unidades Fleury Kids, estruturadas especialmente para o atendimento diagnóstico ambulatorial pediátrico (0 a 12 anos) e criadas sob um conceito totalmente diferenciado para receber não só a criança que tem exames programados, mas também aquela que acabou de sair do pediatra com uma queixa aguda e que precisa de esclarecimento rápido, evitando assim ambientes hospitalares. Dentre eles, há pediatras especializados em imunização, endocrinologia, reumatologia, alergia, infectologia, entre outros para esclarecer as dúvidas das famílias em relação aos exames de seus filhos, oferecer suporte nos procedimentos, acompanhar os resultados e, em determinados casos, garantir a liberação dos laudos em um prazo reduzido, além de prestar consultoria ao pediatra da criança para que o médico solicitante consiga concluir o diagnóstico e tomar a decisão terapêutica de forma mais ágil e precisa.

Data da postagem: 3 de agosto de 2018

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