Como fazer seu filho comer mais verduras
Os alimentos verdes são os mais detestados pelas crianças, diz pesquisa (Foto: 123RF)
Uma pesquisa realizado pela Mead Johnson Nutrition (2012) sobre os hábitos alimentares das crianças apontou o que você, enquanto mãe, já sabia na prática: 75% delas não gostam de verduras. A pesquisa aponta “alimentos verdes”, como alface, espinafre e brócolis, entre os mais detestados entre aquelas de até 6 anos. “Não tem a ver com a cor em si”, explica a nutricionista Nelly Yoneyama, do Hospital São Luiz, “mas sim com o sabor e a textura desses vegetais, que são um gosto adquirido (ou seja, torna-se agradável ao paladar apenas à medida que ele é exposto e se habitua aos mesmos)”. A questão é que, embora não sejam de fácil aceitação, as verduras e os legumes são importantes em todas as idades porque contém nutrientes insubstituíveis. Então, como fazer com que as crianças aceitem e até gostem desses alimentos tão essenciais? Fomos às especialistas perguntar o que se pode fazer para operar esse pequeno “milagre” verde entre os pequenos.
Coma verduras
Essa é a primeira e mais importante dica, que provavelmente será repetida por qualquer profissional de nutrição. Não há como fazer com que seu filho tenha uma alimentação saudável se o exemplo que ele tem é ruim. Pais que comem “verdes”, obviamente, apresentam esses alimentos com mais naturalidade e frequência, o que é essencial para o sucesso da introdução dos mesmos na dieta do filho.
Tenha uma horta
Nem que sejam alguns vasos com temperos. Quem ensina é Mayra Abbondanza, consultora de alimentação infantil. Mas só vai surtir efeito se você apresentá-la de fato ao seu filho: peça a ajuda dele para colher, lavar e picar com as mãos, por exemplo. Além disso, estimule-o a escolher qual daqueles tempero combina mais com o prato que vocês estão cozinhando e leve-o na feira. “Mostrar de onde vem a comida e como ela é preparada envolve a criança no processo da alimentação e faz com que tudo flua mais naturalmente”, completa a especialista.
Persista
“Umas 70 vezes. (risos)”, diz Nelly. É quanto um alimento deve ser apresentado para uma criança, antes de acreditar (e se conformar) que ela realmente não gosta dele, de acordo com a nutricionista. “Eu sei que dá trabalho e que frustra, mas a alimentação saudável é um hábito que se constrói. Não há como a criança aprender a comer de tudo se desistirmos e der só o que é mais fácil, mais aceito”, conclui. Então, se o seu filho não gostou de uma determinada verdura, persista. Uma alternativa é experimentar preparações diferentes e tentar de novo uns dias depois.
Capriche no visual
Investir na apresentação das refeições, seja fazendo bolinhos nos mais diversos formatos ou montando o prato como se fosse um rostinho (o céu é o limite), aumenta o interesse das crianças pelos alimentos. No Hospital São Luiz, um estudo sobre o assunto mostrou que a simples mudança da louça, de um prato branco para outro colorido e estampado, aumentou a aceitação das refeições entre as crianças internadas de 75,5% para 83%.
Não engane
Seu filho não quer nem saber de comer os tais “verdes” e você acaba escondendo um pouco de couve no feijão. É uma boa? As opiniões divergem. A nutricionista Nelly acha que tudo bem, contanto que você não desista de apresentar a couve para a criança de outra forma, nem que seja só refogadinha mesmo. Já Mayra acha que não vale a pena porque “o mais importante para a alimentação do seu filho é que ele estabeleça uma boa relação com a comida, e isso só se faz com verdade e confiança.”
Diminua as expectativas
O que e quanto a criança vai comer é algo que não podemos controlar, infelizmente! “Muitas vezes os pais querem que as crianças comam logo de tudo, e na quantidade que eles desejam. Mas a boa alimentação vai se cultivando aos poucos. Mais importante é manter a naturalidade nesse processo e mostrar para as crianças que as refeições são momentos de confraternização da família”, aconselha Mayra.