Meu bebê está com assaduras. E agora?


Dra. Carla Bortoloto
por: Dra. Carla Bortoloto
Médica especializada em dermatologia clínica e cirúrgica

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Para evitar assaduras, o mais importante é trocar a fralda com frequência (Foto: Crayon Stock)

Tem coisa mais fofa que a pele do seu bebê? Mas além de macia, ela também é super sensível, como você já deve ter notado. E precisa, portanto, de cuidados especiais para evitar as temidas assaduras. Mais comum nos primeiros 2 anos de vida, a dermatite de fralda – como os médicos chamam as assaduras – é  um processo alérgico desencadeado principalmente pelo contato prolongado da região com as fezes e a urina do bebê com a pele frágil da criança. O que facilita a quebra dessa barreira cutânea, permitindo a entrada de microorganismos como bactérias, fungos e vírus. Para piorar, como o local é abafado e úmido, torna-se perfeito para a proliferação dos mesmos.

Outra coisa que também pode provocar assaduras com frequência são os componentes químicos da fralda descartável em contato com a pele frágil da criança.  Já a influencia dos alimentos consumidos pelas mães no surgimento de assaduras nos filhos é mito!  Até hoje não houve comprovação científica que relacione esse tipo de dermatite com o que você come.

A boa notícia é que, independentemente da causa, manter o bebê à salvo das assaduras pode ser mais simples do que parece. O segredo é investir na prevenção, trocando as fraldas constantemente, ou seja, mantendo a região mais seca possível. A cada troca, limpe o bumbum e a genitália do bebê com um algodão embebido em água morna. Caso ele tenha feito cocô, a recomendação é lavar a região com água e sabão. A higiene, aliás, deve ser feita com produtos de pH fisiológico (entre 4,5 e 6,5), de preferência, específicos para crianças. Vale ainda lançar mão do uso de pomadas anti-assaduras com vitaminas A e D. Aplicadas a cada troca de fralda, elas criam uma espécie de barreira de proteção sobre a pele. Já os lenços umedecidos devem ser usados com moderação, pois a maioria apresenta em sua composição álcool, que pode agredir a pele da criança e deixá-la mais exposta ainda a agentes externos. Melhor usá-los apenas em passeios, por exemplo.

É importante lembrar que todo quadro de dermatite de fralda apresenta chance de evoluir para um caso mais sério, como uma infecção secundária.  Ao notar qualquer bolinha diferente na região do bumbum do seu bebê, fale com o pediatra. Sempre que a criança apresentar algum tipo de lesão na pele, mesmo que pequenas, sem melhora espontânea, deve-se procurar um dermatologista. O tratamento desse tipo de problema é realizado com a utilização de produtos dermatológicos, como cremes, pomadas e talcos, geralmente com ação anti-inflamatória, antibiótica e antibacteriana, que são aplicados generosamente a cada troca de fraldas. Nesse intervalo, recomenda-se, ainda, deixar a criança sem fraldas o maior tempo possível para arejar a região. Entretanto, o uso desnecessário (e em excesso) de tais produtos pode desencadear efeitos colaterais, piorando ou estendendo o quadro das assaduras. Por isso, nada de passar ali medicamentos (caseiros ou não!) sem falar com um especialista antes, combinado?

  • Dra. Carla Bortoloto

    Médica especializada em Dermatologia clínica e cirúrgica, tricologista, professora da Pós-Graduação em Dermatologia das Faculdades BWS, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Clínico Cirúrgica (SBDCC) e da American Academy of Dermatology (AAD)

Data da postagem: 11 de fevereiro de 2016

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