8 maneiras de combater a obesidade infantil em família
Estabelecer uma rotina alimentar, com horários definidos, é essencial no combate à obesidade (Foto: CrayonStock)
Já são 41 milhões de crianças com sobrepeso no mundo, apontou recentemente um estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS). E o número cresce exponencialmente, principalmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Entre as muitas causas estão o consumo exacerbado de alimentos processados e com alto teor de gorduras e açúcares (também por influência da falta de regulamentação governamental do marketing maciço que a indústria faz com foco nas crianças), além do aumento do sedentarismo nas cidades.
Os dados são assustadores e, sem exagerar, indicam uma epidemia. Segundo Artur Delgado, pediatra especialista em nutrição do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), de São Paulo, a projeção é de que o Brasil se torne um dos países com maior número de crianças obesas num futuro próximo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, e que a realidade é pior principalmente entre os 5 e 10 anos. “Isso já está acontecendo, mas muitas vezes as famílias não enxergam que seus filhos se incluem nessa estatística, ou mesmo a gravidade da situação”, explica o pediatra. O que significa que aquele excesso de dobrinhas do seu filho pode ser mais do que “fofura”, atenção! Segundo uma pesquisa da Universidade de Gothenburg, na Suécia, por exemplo, um em cada dois pais de crianças com sobrepeso acha que o mesmo está com o peso adequado. Para chegar a essa estatística, os cientistas analisaram 16 mil crianças europeias com idade entre 2 e 9 anos.
“Antigamente dizia-se para as mães não se preocuparem porque ‘com a idade ele emagrece’. Mas a realidade mudou e hoje não é bem assim. Crianças obesas provavelmente serão adultos obesos e enfrentarão problemas de saúde por conta disso”, afirma a psicóloga Camile Apolinário, uma das coordenadoras do Centro de Obesidade Infantil do Hospital Sabará (SP). Entre eles estão diabetes, colesterol alto e síndrome metabólica. Mas saiba que o combate e prevenção da obesidade infantil se dá, principalmente, dentro de casa. “Não vejo chances de real sucesso se não houver o envolvimento de todos os integrantes da família. Ela está no coração de toda e qualquer mudança de hábito, e é isso que precisa ser feito”, ressalta Camile. Veja aqui as importantes atitudes que toda família pode – e deve – ter para vencer essa luta desde agora.
1) Controlar o ganho de peso desde a gestação
Inúmeros estudos comprovam que o ganho de peso excessivo ou insuficiente da mãe durante a gestação afeta a programação metabólica do bebê, algo que ele carregará para a vida, explica o pediatra Delgado. Como uma pesquisa realizada com 42 mil mulheres e 91 mil crianças pelo Hospital da Criança de Boston (EUA), cujo resultado mostrou que para cada quilo ganho pela gestante na gravidez, o índice de massa corporal (IMC) da criança aos 12 anos cresce em 8%.
2) Amamentar
A amamentação exclusiva até os seis meses de idade está provada como uma arma no combate à obesidade das crianças. Se não for possível amamentar, busque fórmulas lácteas compatíveis com a idade e necessidades da criança, evitando alimentá-la com leite de vaca, por exemplo.
3) Visitar o pediatra regularmente
E escutar o profissional no que diz respeito ao peso e aos hábitos alimentares do seu filho. É ele quem vai alertar em caso de possível sobrepeso e fazer as orientações nutricionais adequadas para lidar com o problema precocemente.
4) Dar o exemplo
Seu filho comerá o que você come, ou o que permite que ele coma. Sendo assim, não dá para esperar que ele goste de legumes e verduras se os pais não comem. Que tal abraçar a oportunidade de mudar a própria alimentação e quem sabe descobrir que o saudável é também prazeroso?
5) Brincar ao ar livre
Uma das dificuldades de mudar os maus hábitos alimentares está na nossa cultura de atrelar a vida social e o lazer somente à mesa. Portanto, que tal mudar os programas do final de semana? Um passeio no parque pode ser mais divertido – e saudável – do que almoçar fora e/ou passear no shopping. Assim você combate o sedentarismo, outro ponto crucial quando o assunto é obesidade infantil.
6) Estabelecer uma rotina na hora de comer e dormir
Dormir e comer fora de hora ou a cada dia em um horário e local diferentes são tão prejudiciais quantos os itens citados acima. Estabeleçam uma rotina que inclua ir para a cama cedo, não beliscar entre as refeições e não comer em frente à televisão, e logo verão bons resultados.
7) Ser paciente
Hábitos são difíceis de ser mudados. As atitudes que levaram o seu filho a ganhar peso não sumirão como passe de mágica, portanto é preciso ter paciência. E também perseverança para dizer não e explicar o porquê – em uma linguagem acessível – todas as vezes que ele quiser voltar atrás nos hábitos pouco saudáveis.
8) E flexível!
Não dá para proibir 100% das besteiras que seu filho gosta de comer sem ser traumático. Tudo o que é proibido, afinal, chama a atenção. Tente mudar os hábitos aos poucos – e com bastante diálogo!